História original de @cannabiscabello, todos os créditos da história são dela.Não esqueçam de votar, compartilhar e comentar. Boa leitura 😉
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27 de junho
Havia balões. Uma mesa de doces e um palhaço contratado para animar a festa. Os seus amigos também estavam ali, corriam e gritavam por todo o jardim.
Ela se sentia curiosa quanto aquela interação estranha na casa ao lado. Nunca havia tido uma em seu próprio jardim.
É de fato que ela sabia que naquela dia ela completava quinze anos de vida, mas também sabia que sua família não comemorava aniversários.
Nunca havia recebido presentes, ou parabéns, e nem mesmo uma festa como a que acontecia na casa ao lado.
Sua mãe carregava o bebê nos braços, sua irmã mais nova, na qual Ludmilla era proibida de ter contato. Os pais da mais nova diziam que ela era uma maldição, um castigo de Deus por seus pecados. Ludmilla não entendia muito bem, ela não era muito diferente do seu irmão mais velho, Marcos.
Ambos tinham a mesma estatura, porém Ludmilla aparentava ser menor por causa de seu peso relativamente a baixo da média. Ela não comia muitas vezes ao dia, apenas um desejum e uma janta, eram tudo oque ela recebia para se manter.
Marcos era bonito, forte, com um cabelo bonito e olhos brilhantes. Ludmilla era o oposto, de aparência tão fraca e quebradiça, cabelo escorrido e sujo, pois ela também não recebia banhos com muita frequência, e os seus olhos não tinham vida.
Os pais dela tinham boas condições, moravam em um bairro de classe média e transparênciam uma família cristã normal.
Tanto Marcos como Ludmilla frequentavam o colégio, Marcos apenas uma classe a frente de Ludmilla.
Todos os domingos iam a igreja, ajoelhavam-se e rezavam.
Ludmilla não gostava da igreja.
Ludmilla não gostava de rezar.
E principalmente.
Ludmilla não gostava do padre e das tantas horas em que ela era mantida em uma pequena sala com ele, para "pagar seus pecados".
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A mãe da mais nova ainda carregava o bebê pela sala, enquanto cantava uma canção bonita, que Ludmilla particularmente havia apareciado.
Ludmilla não via cores.
Ela enxergava os traços, como se tudo fosse um grande desenho em uma folha em branco.
Ela sabia diferenciar o preto do branco, porque eram apenas as duas coisas que ela tinha.
De fato, ela não era a única a ser assim.
Uma boa parte dos seres humanos nasciam assim.
As cores só se mostravam para os puros de coração, para os que encontram sua razão . Seu amor verdadeiro. A metade da sua alma que estava com suas cores.
Ludmilla estava sem suas cores, mas ela também carregava algo do seu amor consigo.
O pecado dela era ter nascido com o nome de seu amor marcado no lado esquerdo do seu peito. Como uma cicatriz. Uma marca de nascença.
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Cores
FanfictionLudmilla nasceu sem suas cores, literalmente tudo que enxergava era em preto e branco.