Amor

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Cap 04/10

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Sentado no mesmo sofá de anos atrás, ele
começou a divagar se havia sido uma boa
ideia atravessar o país em seu carro.

- Aceita uma água? - Vestida em roupas
engomados e alinhadas, como uma boa don de casa, ela perguntou.

- Eu vou ser breve, eu quero minhas irmās. -
Repetiu pelo o que seria a quinta vez.

A mulher se aprumou e caminhou até a
poltrona em frente à Marcos. Ela era a mesma de antes, apenas com algumas rugas e fios brancos a mais.

- Seu pai está quase para chegar e vocês
poderão conversar. - Disse dura, olhando o
relógio ao lado do crucifixo na parede.

- Ele não é meu pai! - Exaltou-se, retirando
alguns fios de cabelo que caiam sobre o seu
rosto. - Onde está Ludmilla?

- Ludmilla não está mais conosco.
A mulher parecia uma rainha de gelo, com seu coque perfeito e puxado. Isso irritava Marcos.

- Vocês mataram ela?! - Levantou-se, os
punhos fechados. - Além de nos roubar de
nossa mãe vocês ainda mataram ela?!-Gritou enfurecido.

A mulher suspirou e ajeitou a saia.

- Nós não sabemos se aquele pecado está viva ou morta. - Iniciou com seu olhar de gelo. - Ela fugiu já faz quase um ano, assim como você, ela deu as costas para a família amorosa que ela tinha.

Marcos riu descrente, se lembrava muito bem do tratamento que a irmã recebia.

- Vocês batiam nela, e até estupravam a
porra da garota! - Chutou a mesa de centro,
completamente enraivecido. - Não me
surpreende que ela tenha fugido!

Ele arfava com raiva no centro da sala, as
mãos na nuca tentando se acalmar, enquanto a mulher continuava imparcial em sua pele de mulher fria.

- Mãe? -A garotinha estava assustada com
aquele homem que gritava.

- Luane, volte para o seu quarto, querida -
Levantou-se, agora assustada.

- Luane? - Marcos sorriu amigável, para a
garotinha que parecia assustada em seu
vestido floral. - Sou eu, o Marcos.

- Marcos? - A garotinha se esgueirou entre os braços da mãe e correu até o irmão, pulando no rapaz.

- Você está bem? Eles te trataram mal? -
Marcos s analisava o pequeno corpo da menina, buscando marcas ou feridas, mas ela parecia limpa e impecável.

- Luane é nosso milagre, Marcos. - Ajeitou o
cabelo, novamente olhando para o relógio.
- Ela nos acompanha até a igreja todos os
domingos, e já até aprendeua fazer suas
orações sozinha.

Marcos abraçou com força a garotinha, pois o que ele mais temia era que Luane também sofresse abusos.

- Nós iremos passear agora, Lulu. - Ele falou ao caminhar até a porta da casa.

- Você não pode chegar aqui e levar a minha
filha assim sem mais nem menos! - Ela gritou.

- Você não é a nossa mãe, - Ele rosnou indo até o seu carro e sendo seguido por aquela que se dizia ser sua mãe.

- Eu cuidei de você e daquela sua irmã
imunda! - Gritou novamente. - Você não pode levar a minha Luane assim!

- Eu posso. - Afivelou Luane no banco de trás e fechou a porta, indo até a mulher que agora parecia arrasada. - E eu vou!

- Vamos ver se você vai ter essa coragem toda quando eu mandar a polícia atrás de você! - Rosnou, apontado o dedo para o rapaz.

- Manda, pode mandar, e eu conto tudo o que você e aquele verme fez com os meus pais e com a minha irmā! - Rosnou cara a cara com a mulher, que apenas engoliu em seco e observou enquanto Marcos entrava no carro e partia com sua irmã dali.

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