Fobia

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Cap 8/10

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-É algo bem simples. - Diz

Os cabelos louros de Drew brilham com a luz laranja avermelhado do fogo que trepidua em direção ao céu quase totalmente escuro. Ja se passava das oito horas, e sentados em volta da fogueira eles apenas jogavam conversas fora, que dali dois ou três dias não mais lembrariam. Mesmo assim era bom. Aquecia por dentro e por fora.

- Mas não tem nenhum risco? - Brunna
mastiga alguns marshmallows parcialmente
derretidos, Ludmilla sentada entre suas pernas.

- Sabe, de perda total de memória ou algo do tipo?

- Não! - Ele dá de ombros soprando ar de uma forma sarcástica. - Bom, quase cem por cento que não.

Os pais de Drew eram cientistas. Daqueles
que passam horas em laboratórios com ratos cobaias, usam seus jalecos e óculos fundo de garrafa. Era um contraste gigantes como filho alto e de porte atlético, aquele tipo de garoto que você jura que seria o quarterback* do time de futebol do colégio.

*Quarterback (QB) é uma posição do futebol
americano. Jogadores de tal posição são
membros da equipe ofensiva do time. Membro principal do time. *

Fora o filho, talvez, geneticamente
modificado, os pais de Drew trabalhavam
fazia anos em um projeto de "Memórias
Lúcidas". O nome não tem nada a ver com
o projeto0, que ajuda pessoas a apagarem
memórias específicas de sua mente.

- Se eu pudesse eu esqueceria o colegial. -
Becky murmura, fixa na fogueira. - Sabe
como é... todas aquelas garotas artificiais com bundas e peitos mais durinhos do que os de uma Barbie.

Brunna ri, mesmo que mais entretida em
afagar o cabelo da namorada.

- Não é nada finalizado ainda. - Drew
continua, cutucando alguns galhos no fogo.

Mas os resultados estão sendo promissores.
Ludmilla aparentemente é a única
verdadeiramente entretida no assunto de
Drew.

- Eu esqueceria uma pessoa. - Ariana diz em
uma voz carregada de escárnio, lançando
olhares raivosos para Brunna.

Drew ri mais uma vez, não percebendo o
clima entre as outras garotas.

- Mas como isso é possível? - Ajeita-se no
colo de Brunna antes de continuar. - É
realmente possivel alguém entrar na minha cabeça, hipoteticamente falando, e apagar algum momento ruim, ou até mesmo uma pessoa?- Discretamente sua voz é carregada de esperança. - Hipoteticamente falando. . Reforça.

- Existe algo rolando dentro da sua cabeça
que se chama sinal neural. - Drew explica.
- Os cientistas costumam dizer que é como
ter uma estação de rádio no cérebro. - O
fogo crepita quando ele joga mais um galho
nas chamas. - Imagine uma estação de rádio
que manda sinais todo instante, para todo
lado, quando você pensa, bum, lá se vai mais uma mensagem. Cada memória é como uma música nessa rádio, ou um noticiário, enfim, com a tecnologia certa você pode captar as vibrações. - Manea com a mão, - Uma grade de eletrodos são responsáveis para captar essas transmissões do seu rádio, e até mesmo cortar as ondas cerebrais que seus neurônios, carregados de memória conduzem para fora da sua cabeça em forma de ondas cerebrais. Dando fim assim à sua memória. - Sorri com seus lábios muito bem confundiveis com lábios californianos.

Becky suspira uma exclamação.

- Que doideira.

- Tudo conto de fadas. - Ariana zomba e se
levanta. - Vou me deitar. - Caminha até a sua
barraca.

Ludmilla pisca algumas vezes. Pensando o
quão maravilhoso seria não ter mais agquelas lembranças horríveis.

- Vocês já fazem testes ou coisa do tipo?
Drew não desconfia da curiosidade da garota, na verdade ninguém desconfia, pois sua casca é tão de garota doce que viveu longos anos em uma casa a beira mar em Miami, com uma famlia amorosa de pais gentis e irmãos briguentos. Esse tipo de vida que a casca de Ludmilla transparecia.

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