Passado

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Cadê a galerinha da madrugada 👀👀👀
Os de verdades são os da madruga hein kkkkkk Não esqueçam de votar e comentar, boa leitura 😉

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O prato de porcelana repousava em seu colo, a sopa parecia mais fria agora, já que Sivana se recusava insistentemente em comer.

- Eu não quero! - Repetiu mais uma vez, sua
vez um tanfo infantil.

Marcos suspirou e deixou o prato de lado,
aconchegando-se mais na cama onde sua mãe repousava.

- Você precisa se alimentar, mamãe.

Silvana encarava os cantos do quarto, seu
distúrbio fazia ela levar a crer estar sendo
perseguida. Os cantos a assustavam,
alucinação que a qualquer momento algo
pularia dos cantos do quarto.

- Eu não posso comer enquanto eles estão
tentando me pegar! - Suplicou, seus olhos
varrendo o quarto de uma forma estranha.

- Você parou de tomar os remédios de novo? - Encolheu os ombros.

Silvana era uma das pacientes que mais
davam trabalho, quando se menos esperava
ela estava escondendo os remédios detro
do colchão, ou até mesmo fugindo para o
refeitório para se esconder.

- Eles me dão sono e eu preciso estar acordada para quando eles virem! - Resmungou, mordendo a ponta de uma mecha de cabelo.

Marcos coçou a barba rala e se levantou da
cama.

- Você promete que irá tomálos corretamente se eu mudar sua medicação para uma que não dê sono? - Blefou.

- Você faria isso por mim? - Seus olhos se
iluminaram, e pela primeira vez naquele dia ela o olhou nos olhos.

Marcos sorriu e se ajoelhou ao lado na cama, recebendo um afago em seu cabelo.

- Eu prometo que farei isso para você, mamãe. - Sorriu largo, repousando a bochecha no colo da mulher.

- Meu pequeno Marcos... - Ela murmurou ainda o acariciando.

Eram raros os momentos em que Silvana
parecia ter o pingo de consciência. Marcos
ursufruía desses poucos momentos para suprir sua necessidade materna.

Pensava se deveria contar a Luane sobre
Silvana, mas não sabia como a menina iria
reagir ao estado de sua mãe. Até mesmo ele se assustou ao encontrar a mãe daquele jeito.

Ninguém sabia ao certo de onde vinha a
deficiência da mulher, e nem como ela havia chegado ali. Algumas enfermeiras contavam uma lenda de que ela mesma havia se internado ao perder o marido e os filhos em um acidente.

Mas é claro que ninguém ali sabia que
Marcos era o filho da Silvana, era algo que ele não revelava para não correr o risco de
ser transferido para outra clínica em outro
estado. Não poderia arriscar enquanto seu
serviço fosse supervisionado pelo governo.

Ele deixou o quarto, e já estava tarde o
suficiente para ele se atrasar para o jantar,
mas resolveu correr e não decepcionar sua
mulher. Estacionou o carro na garagem e trancou o portão da frente, como sempre fazia, checou a correspondência e caminhou pelo jardim bem aparado até a porta.

Luane estava sentada no ltimo degrau da
escada, que dava de frente para a porta de
entrada. Já estava ali fazia um bom tempo
esperando por seu irmão.

Marzia secava as mãos quando abriu a porta para o esposo, sorriu e o beijou nos lábios.

-O jantar já está quase pronto. - Ela anunciou com seu sotaque bem puxado.

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