P.O.V JIWOO
- Aaah Jiwoo, para com isso.
A gargalhada de Sooyoung tomava conta da sala do apartamento. Havíamos colocado um filme clichê para passar na tevê, ela iniciou uma sequência de cócegas. O jogo porém, acabou virando quando consegui rola-lá no chão e iniciar uma onda de cócegas.
- Para Jiwoo - suplicou uma última vez, então parei. Ela largou os braços no tapete e eu espalmei as mãos no chão ao lado de corpo.
Ficamos rindo uma para a outra e eu definitivamente amava isso em nós, a vida com Sooyoung era fácil, ela tornava as coisas mais fáceis.
Logo me abaixei beijando-a calmamente, Sooyoung segurou minha boca e me puxou mais para ela. Sooyoung sabia como e onde posicionar sua mão, sabia a hora de acelerar e acalmar o beijo. Ela me levava a loucura de forma rápida.
Assim que o beijo terminou eu deitei meu corpo ao lado do seu, passando o braço por
Era quinta a noite, depois de nosso jantar na terça feira, nós permanecemos em um clima tranquilo, cheio de carícias, beijos e abracinhos.
Eu tentei por mais de um mês fugir dessa mulher, mas como fazer isso tendo uma Ha Sooyoung sorrindo para você todos os dias de manhã? Acordando cedo sem necessidade apenas pra te deixar no trabalho, te desejando sempre um bom dia de trabalho.
E pra ser sincera. Os últimos dois dias foram estranhamente calmos. As coisas com Ryujin aconteciam com tranquilidade. Yerim e Yeojin me ajudavam muito. Oh Sehun não tocou mais no nome de Seola. Tudo estranhamente calmo.
- Tira esse filme, eu não entendi nada - Sooyoung disse sorrindo, foi até a cozinha pegou duas garrafinhas de água e voltou para o sofá.
Desliguei o filme e tomamos a água em silêncio, logo ela me puxou para um novo beijo, tranquilo mas que sempre entregava muito desejo e paixão. Ela finalizou o beijo com um selar demorado e me olhou cheia de ternura.
- Sabe, de todas as coisas que passei nesses últimos 10 anos, estar novamente com você e a melhor delas.
- Como foi tudo pra você, digo. A decisão de fazer a operação, como ela aconteceu e a recuperação.
- Não foi fácil, pra ser sincera. No começo, quando eu percebi que era uma mulher, eu não quis ser. Eu fugi de tudo até não conseguir fugir mais de mim.
"Depois eu comecei a passar em psicologia para entender se era mesmo isso que eu queria. Foi importante porque eu sabia que não era gay, mas cheguei a acreditar nessa possibilidade, porque ligamos uma coisa a outra, se sou uma mulher, mesmo que trans. Preciso gostar de um homem".
"Depois eu entendi que tudo bem ser uma mulher trans e continuar gostando de mulher. Porque quem eu sou não altera do que eu gosto. Depois veio a parte de tomar hormônios, primeiro a progesterona e depois o estradiol que é o que tomo até hoje".
"Quando meu seio começou a crescer eu fiquei assustada porque não dava mais pra esconder que eu estava me tornando uma mulher. Eu não me sentia confortável em ir em banheiros masculinos porque todos ficavam me olhando como se eu não devesse estar ali. Porém eu também não me sentia confortável em ir em banheiros femininos, eu ainda era muito masculina pra isso".
"Quando meus seios estavam maiores, meu cabelo batendo nos ombros eu percebi que não me sentia bem em ter um pênis. Eu pesquisei por meses como funcionava a operação, como era o pós-operatório e tudo mais".
"Então depois de conseguir uma autorização psicológica e médica, eu pude fazer a operação e é assustador, porque nenhuma operação é 100% confiável, eu poderia sei lá, ter uma parada cardíaca ou coisa do tipo".
"Mas eu consegui realizar todo o procedimento pré-operatório tranquilamente. A operação ocorreu bem, disseram que eu fui bem, que meu corpo se comportou bem, e isso foi bom. O problema dessa cirurgia é que ela não é reversível, eles literalmente te castram, tiram basicamente todo o seu sistema reprodutivo e por questões corporais mesmo, foi decidido deixar apenas a próstata. Então sim, eu vou ter que fazer exame de próstata no futuro" - ela riu de forma engraçada.
"Bom, como funciona a operação, eles precisam manter a uretra que é por onde sai a urina, precisam manter a circulação sanguínea que alimentava o pênis e vai alimentar o clítoris, e precisam criar uma cavidade onde ficará a vagina, é um canal quase idêntico ao de uma mulher cis".
- Então dá pra recriar um clítoris e uma vagina quase perfeita, que recebe estímulos tal qual o de uma mulher cis?
- Sim, o clítoris como é usado o nervo peniano, o que mantém ele reto quando está estimulado, já a vagina é mais complicado, principalmente o pós operatório.
- Porque?
- Bom, como ela é feita por meio de cirurgia plástica, ela é recriada. Tem uma musculatura que já existe ali, então pra funcionar de verdade, é necessário nos primeiros meses usar um bastão pra manter a operação, esse bastão tem que ser colocado na vagina 2 vezes por dia por um certo tempo.
- Você usa ele duas vezes por dia?
- Não - ela sorriu - é só nos primeiros meses, depois passa pra uma vez por dia até chegar a uma vez por semana, o que é o caso.
- Você ainda usa?
- Sim, até porque eu não tenho relação sexual com homens, então não tem como manter tudo perfeito sem usar ele.
- Ah... parece interesante - eu a olhava querendo realmente ver as coisas que ela usava, mas não tinha coragem de pedir.
- Você quer ver?
- Eu posso?
- Claro, eu vou lá buscar - ela se levantou e foi para o quarto, depois voltou com uma caixinha que parecia de primeiros socorros e quando abriu, ela estava repleta de camisinhas, uma caixa de luvas, uma espécie de gel lubrificante e um bastão de aproximadamente uns 15 centímetros e 10 de espessura.
Peguei cada uma daquelas coisas com cuidado, era parte da vida dela, tudo ali representava o ápice de suas escolhas. Sooyoung era realmente uma mulher incrível.
- Então você pega o bastão, coloca a camisinha e passa o gel nela pra entrar mais fácil?
- Sim, como ele é um pouco grosso, doía no começo, mas hoje em dia, meu corpo aceita muito mais fácil.
- E quando você usa ele?
- Eu poderia usar a qualquer momento, mas eu uso pra dormir uma vez por semana.
- Não é incomodo?
- Hoje em dia não.
- Que interessante - nos olhamos por um tempo e eu não consegui decifrar o que ela queria - o que foi?
- Nada.
- Sooyoung, eu te conheço.
- Eu pensei coisas, eu vou falar. Só não agora.
- Sooyoung...
- Eu juro que vou...
- Parece sem graça.
- Eu... deixa.
- Devíamos ir dormir então, amanhã vai ser um longo dia.
- Vamos então, amor - disse rápido demais.
Nos olhamos por um tempo então sorri para ela e segurei sua mão, a puxando para meu quarto, onde havíamos dormindo nas últimas duas últimas noites.
Sooyoung deixava tudo pronto pra dormimos, ela ainda era a pessoa que namorei dez anos atrás, mesmo carinho, mesmo cuidado, meus beijo, mesmos braços fortes que me dominavam e me faziam perder o pouco da sanidade que eu ainda tinha.
Escovamos os dentes e fomos pra cama, sem precisar combinar, Sooyoung me puxou para seus braços e me aninhou em seu peito, ela fazia um carinho em meu cabelo mas não era sono que eu sentia.
[continua...]
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Love Again
FanficApós anos afastados, Jiwoo reencontra seu grande amor, mas as coisas estão completamente diferentes, será que esse amor ainda permanece vivo ou a amizade é a única coisa que lhes restará?