Capítulo 22 Você vai me dizer...

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Dimensão Original.



Era de manhã na U.A, acordei ainda meio sonolento, eu mal tinha dormido noite passada, lembranças rondavam a minha mente perturbando o meu sono, não conseguia parar de pensar e repensar em tudo que tinha acontecido, mas do que adiantaria ficar parado ali? Passei a mão no peito, eu não tinha tempo a perder, então me decidi, levantei da cama peguei um lápis e escrevi em uma das folhas em código Morse, só para deixar concreto tudo o que eu faria em sigilo como um mapa mental isso me ajudava a rever meus passos.

Quando acabei guardei a folha na gaveta e deixei o quarto, andei em direção ao banheiro e após fazer a minha higiene, comecei a andar pelo corredor e continuei a pensar. A primeira coisa que eu tinha que fazer era convencer o diretor a me deixar sair, mas como eu faria isso? Se ele falou sério sobre me ajudar então...

De repente parei de andar, no meio do corredor estavam Kaminari, Kirishima e Katsuki, eles pareciam estar discutindo sobre algo, não dei nem dois passos e eles pararam de falar e olharam para mim. Eu não disse nada, se queriam falar pelas minhas costas pouco me importa, olhei para Katsuki que continuava me encarando, Kirishima parecia querer dizer alguma coisa, mas Katsuki apenas me deu as costas e saiu andando, Kaminari o seguiu, mas Kirishima permaneceu parado me encarando.

_ O que foi?

_ Não sei o que está planejando, mas deixa ele fora disso - Disse em tom frio.

Mas tudo o que fiz foi sorrir em deboche.

_ Por quê? Se ele quer me ajudar o problema é dele, não seu.

_ Seu...

Passei por ele sem ligar, por que eu deveria dar importância a ele afinal?

_ O sinal já vai bater, mas você pode falar com o vento se quiser.

E de fato o sinal tocou, ele apenas me encarou antes de ir em direção a sala, se olhar matasse eu já teria me livrado dele a muito tempo.

Cheguei na sala e a aula seguiu normalmente, não que fosse fácil, já que várias pessoas ali me passavam bilhetes ou perguntavam em sussurros se eu estava bem, eu só não estava com humor para ficar sorrindo como um idiota, isso era tão anormal assim?!

Depois de um tempo quando o sinal bateu novamente, tratei de guardar as minhas coisas e esperei, assim que deixei a sala já estava no horário de ir para a cantina, mas assim que sai da sala me deparei com Katsuki parado me esperando no corredor, eu ia passar por ele sem ligar muito, mas então ele segurou o meu braço o que me deixou irritado.

_ Vamos.

Ativei um mini dispositivo na minha manga, ele sentiu um pequeno choque e me soltou, eu o encarei.

_ Para onde? - Perguntei em tom ácido, não era só por que eu pedi a ajuda dele que iria deixar ele mandar em mim.

_ Para onde mais iriamos? Vamos falar com o diretor._Disse já se virando, mas eu não me mexi do lugar, desconfiado.

_ Por quê?

Ele parou de andar e se virou para mim, mas por mais impaciente que parecesse sua voz soava quase calma.

_ Por que você acha? Eu falei que ia te ajudar e para isso temos que falar com o diretor, então cala a boca e me segue.

_ Bem sutil, mas por que você quer tanto me ajudar? Não desconfia de mim?

Ele me encarou bem nos olhos quase como se quisesse ver por trás de mim, mas eu sabia, que não exatamente para mim que estava olhando, ele então se virou e voltou a andar.

_ Eu tenho meus motivos.

_ Sejam eles quais forem, só espero que eles convençam, o diretor.

***

_ Absolutamente não - Disse Aizawa.

Eu e Katsuki estávamos na sala do diretor, na noite anterior ele disse que me ajudaria a me encontrar com a minha mãe, só que eu não esperava que ele fosse direto para a sala do diretor, em pé ao lado da mesa do diretor estava Aizawa de braços cruzados, o professor ficou com uma expressão nada boa depois que nos escutou.

_ Aizawa...

_ Isso está fora de cogitação Bakugou, o que me surpreende é o fato de que você esteja me pedindo isso.

Katsuki que se encontrava ao meu lado, estava calmo e até paciente demais para o meu gosto, era quase irritante, mas por alguma razão ele queria me ajudar.

_ Eu... tenho os meus motivos.

_ Eu não posso permitir...

Ok, já estávamos ali faz um tempo, o katsuki poderia até estar calmo, mas eu já perdi a paciência com isso faz tempo.

_ Vocês me devem isso, me tiraram da minha casa e me mandaram para cá!_Apontei o vendo fechar sua expressão. 

_ Não devemos nada para você, Midoriya se encontra na mesma situação, então podemos dizer que estamos em um empasse.

Empasse, ele diz, que engraçado, realmente quase irônico mesmo.

_ Acha mesmo que estávamos na mesma situação? Que eu e ele...

_ Vocês estão na mesma situação e embora você queira tentar tirar proveito de...

_ A mãe dele está viva! A minha não! _ Bati na mesa irritado. Por que eles ficam me fazendo repetir isso?

Olhei para Aizawa, ele continuava com a expressão dura no rosto, mas pareceu surpreso com o que eu disse, o diretor que até então estava quieto soltou um suspiro e olhou para mim.

_ Não posso permitir isso também._Disse ele por fim se pronunciando.

_ Mas...

_ Veja bem, não posso deixar um dos meus alunos sair da escola sem ter um bom motivo, mas por sorte, no dia 15 haverá uma reunião envolvendo todos os professores da escola, nesse dia os alunos serão liberados para irem para casa e voltar no dia seguinte, você pode ir nesse dia acompanhado de um dos professores é claro._Explicou ele.

Fiquei quieto e pensei um pouco, dia 15, hoje é 8 de julho, restaram apenas 15 dias para Hatsume me levar de volta e para resolver tudo, é muito pouco tempo, mas talvez eu não tenha outra oportunidade.

_ Está bem.

Concordei, já me levantando da cadeira para deixar a sala, Aizawa se virou para o diretor incomodado.

_ Diretor acha mesmo que é uma boa...

_ Com uma condição.

Interrompeu ele e eu olhei serio, Katsuki nem ao menos havia se mexido do lugar acho que já esperava que houvesse alguma intervenção. Olhei para o diretor, ele permanecia com o rosto neutro me analisando.

_ Qual? – Perguntei desconfiado, mesmo sabendo que estava de mãos atadas.

_ Você vai me contar exatamente o que vai acontecer no dia 3 de agosto.

O outro lado da história.Onde histórias criam vida. Descubra agora