Capítulo 40-346.

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Dimensão original/Dark




Se um dia alguém me dissesse que eu iria me infiltrar na base da liga dos vilões em uma missão quase impossível como algum tipo de herói, eu com certeza teria atirado na perna dessa pessoa, mas cá estou eu, escondido em cima de um prédio perto do porto. De todas as coisas que imaginei fazer um dia, essa claramente não e uma delas. Embora eu quisesse me reencontrar com a minha mãe, admito que ela não tenha sido o único motivo de ter querido tanto sair da U.A, na verdade já planejava vir aqui, mas por motivos diferentes, já tinha ate tentado me preparar para o pior, pois tinha medo dela não ser, bem, ela, mas agora a história mudou de rumo.

O céu já tinha escurecido, a brisa gelada causava arrepios na minha pele, faziam poucas horas que eu estava ali, mas não havia nenhum sinal de viaturas ou de heróis desde que eu havia fugido. Eles devem estar apenas me observando a distância, mas não e como se isso fosse realmente importasse agora, mesmo que eu esteja em perigo não vou pedir ajuda a nenhum herói de qualquer forma.

 Haviam algumas poucas pessoas andando pelo cais naquele horário, mas nenhuma delas parecia ser normal, eram altas demais e estavam todas encapuzadas, então ou eram pessoas estranhas que faziam parte da liga ou eram numos.

Quando vi a chance desci pelo cano do prédio  e assim que pousei no chão me escondi atrais de um galpão de madeira. A poucos metros a minha frente eu podia ver uma fabrica abandonada, um perfeito local isolado para quem queria esconder algo grande. Paciente eu esperei até que o nomu que estava vagando em frente a porta estivesse olhando para o outro lado e então joguei uma bola de pano enrolado em uma das tubulações. Poucos instantes depois uma fumaça começou a sair dele e os numos foram atraídos até la, então antes que me vissem ainda do cais eu cai na água. Meu corpo se arrepiou com o quão gelado estava, podia sentir meus dedos tremerem, mas apenas ignorei isso, nadei até passar por debaixo do cais e encontrar uma espécie de cano de metal. Ele estava enferrujado já que com a mare, a maioria das barras se dissolveram formando uma pequena passagem entre elas, por sorte era grande o bastante para que eu pudesse passar embora, claro que eu tive que me entortar um pouco, mas eu era bem flexível então passei facilmente.

A minha volta estava era bem escura, mas podia ver algumas machas de musgo ao redor da extensão do cano que me indicavam a direção que eu queria, nadei por alguns minutos até sentir meus pulmões apertarem, quando vi uma luz não perdi tempo em nadar em sua direção, pus minha cabeça para fora da água e respirei fundo. Depois que limpei meu rosto e olhei em volta, era exatamente como eu me lembrava, já que tinha sido eu quem havia sugerido esse lugar como esconderijo temporário para liga, de três em três meses eles mudavam para um novo, por sorte esse ainda não tinha sido uma dessas vezes. 

 Sai da água e prossegui por terra, o túnel era ligado a uma boa parte do esgoto, mas como não era muito grande, eu havia memorizado a maior parte do caminho então já sabia por onde seguir mesmo que no escuro. Quando encontrei uma luz fraca bem a frente segui até ela e comecei a subir pela parede, a luz passava através de uma grade, quando consegui empurra-la consegui sair do cano de metal e passar por ela. 

Olhando em volta  me vi na sala da caldeira, estava escura e mal iluminada, mas ao menos ainda era a mesma da minha dimensão, não haviam numos a vistas e a umidade do mar sempre atrapalhava na transmissão pelas câmeras então as imagens não passavam de um borrão, então era como um ponto fraco perfeito para um invasão.

Dando a volta na sala subi em direção as escadas e abri a porta, logo me deparando com um longo corredor, haviam cerca de seis câmeras espalhadas por ele, poderia ate quebra-las com facilidade, mas mesmo tenho uma excelente mira, sabia que não podia me dar ao luxo de gastar as as poucas facas que ainda tinha escondidas. Voltei a fechar a porta e andei pela sala, peguei um dos caixotes velhos de madeiras que estavam largados ao chão e os empilhei um em cima do outro, estavam instáveis, então tinha que agir rápido. Dando alguns passos para trais eu então corri em sua direção e saltando em cada um deles ate ganhar impulso para alcançar a grade da ventilação. Puxei a faca da cintura ainda pendurado com uma mão e comecei a tirar os parafusos um por um, assim que o ultimo caiu a grade se soltou, mas eu consegui segurar na lateral do tubo de ventilação da parede com as pernas ficando de cabeça para baixo. Com algum esforço eu entrei por ele e comecei a rastejar por sua extensão. 

 Enquanto olhava pelas grades eu observava o corredor, o prédio era grande, mas a ventilação não passava por todo ele, então uma hora ou outra eu teria que sair,  a questão era apenas quando e onde. Continuei rastejando até ver a silhueta de alguém, prendi a respiração sem notar, mas não fui descoberto, abaixo de mim havia uma sala estranha parecia quase como um laboratório, mas não era o que eu estava procurado então ignorei, muito embora eu não pudesse deixar de sentir uma sensação estranha em relação aquele lugar.

Segui mais um pouco adiante e finalmente achei a passagem que eu queria encontrar. A sala branca era um local onde eu não tinha permissão de ir la, mas sempre tive vontade, quanto mais as pessoas te limitam mais você quer avançar. Não havia ninguém la dentro então a atenção deles devia estar mais concentrada do lado de fora do prédio. O pano que eu joguei na tubulação continha um pouco de pólvora em seu interior, demoraria um pouco para queimar tudo, não iria explodir, mas faria um barulho alto que serviria de distração e ajudaria na minha fuga, então eu tinha algum tempo ate que acontecesse.

Tirei a grande abaixo de mom e puxei uma faca da perna, a lancei na câmera escondida e pulei na mesa sem fazer barulho, fui até a porta e tranquei, por garantia, estando dentro da sala branca eu andei até a mesa e abri a gaveta,haviam pastas e arquivos embaralhados, olhei para cada um deles com cuidado, eram fichas medicas e resultados de alguma coisa. Olhando para mesa e vi um laptop com um pen drivi, abri ele, mas pedia uma senha, bufei impaciente em tentar advinha a sequencia de números, mas por sorte, encontrei uma sequência de números dentro da gaveta embaixo dos arquivos, quando os digitei a tela foi desbloqueada. Corri meus olhos por eles ate que eles pararam em um arquivo com um x, assim que cliquei nele apareceram várias fotos de crianças, haviam apenas duas que estavam boqueadas, não conseguia contar quantas eram exatamente, mas abaixo delas tinha uma legenda.

" Cobaia 345, extração bem-sucedida. "

Como assim cobaia? Cada uma tinha um número na legenda, mas não tinham nomes, datas ou endereços, apenas uma pequena informação.

"Cobaia 256 extração falhou"

"Cobaia 178 extração bem-sucedida"

"Cobaia 242 extração falhou"

" Cobaia 345 extração falhou"

As que falharam tinham a legenda escrita em vermelho, ja podia imaginar muito bem o que aquilo queria dizer,  meus olhos passaram por aqueles rostos tão rápidos até que caíram em um em especifico.

"Cobaia 346 extrações bem-sucedida.

Aquela era uma foto minha, de repente ouvi o barulho de uma chave, levantei da cadeira, mas antes que pudesse me mover a porta foi aberta.

O outro lado da história.Onde histórias criam vida. Descubra agora