Em cena
" [...]Obrigado por estar sempre ao meu lado, mas agora, tenho que partir. Eu realmente não queria me afastar de você.
E mais uma vez obrigado por ter me mostrado o que é ter amizade, sem você eu não teria conseguido superar minha glossofobia, (mesmo com meu pai achando que é ter medo de coisas brilhantes).
De seu amigo, Wyatt."
Meus olhos estavam cheios de lágrimas, minha blusa estava molhada com a água salgada que saia dos meus olhos, eu não podia acreditar que Wyatt estava indo para Yale. Por mais que eu estivesse feliz por ele, eu sentia como se uma espada estivesse atravessando meu peito, bem no coração.
Eu não estou triste só com o fato de Wyatt ter ido para longe, mas estou triste por não ter conseguido confessar meus sentimentos para ele. Mesmo ele dizendo que gostava de mim.
O mundo colorido que eu enxergava, perdeu a cor. Porque o garoto que que dava vida a ele, agora estava seguindo sozinho para seguir sua própria vida, meu quarto parecia diminuir de tamanho a cada minuto que passava, como uma caixa se encolhendo aos poucos meu coração estava acelerado, parecia que ele ia explodir a qualquer hora.
A falta de ar estava se fazendo presente e quanto mais eu tentava respirar, mais o nó na minha garganta crescia, eu não sabia o que estava acontecendo direito. Então comecei a respirar fundo, em uma tentativa de me acalmar.
Vinte minutos se passaram e nada da sensação passar, quando parou mais lágrimas caíram dos meus olhos.
O pior disso tudo é que eu não podia fazer nada para impedir Wyatt de ir para Yale. Quem sou eu para impedir os sonhos dos outros? O máximo que eu podia fazer era seguir minha vida.
Fim de cena
Escutei alguém batendo palmas para mim, quando olhei quem era não pude conter meu sorriso, vi Brady, sorrindo pra mim, um sorriso contagiante. Logo depois mais pessoas começaram a bater palmas, me parabenizando pela minha atuação. Brady veio até mim e me abraçou forte.
- Tô orgulhoso de você.- Ele sussurrou no meu ouvido.
Eu corei com aquilo, receber um elogio assim não era muito comum pra mim, ainda mais vindo dele.
- Obrigada.
- Você quer ir lá em casa hoje?
- Fazer o que lá?
- Eu vou fazer uma live jogando hoje, aí eu pensei em te convidar.
- Por que?
- Porque sim.
- Porque sim não é resposta. Fala logo.
- Porque eu quero que você me faça companhia. Acho que seria legal ter você por perto.- Aquilo teve um efeito estranho sobre mim.
- Meu fã número um você. Quer um autógrafo?
- Quero, autografa minha testa.- Ele tirou o cabelo da testa e pegou a caneta que tinha no cenário do quarto da minha personagem.
Fiz menção de escrever nele e fiquei um pouco nervosa quando percebi que estávamos perto demais, acho que uma das coisas que mais acho bonita no Brady são seus olhos. A garota que namorasse ele seria sortuda de olhar todos os dias para aqueles olhos.
- Já disse que acho seus olhos bonitos?
- Acho que sim. - Ele me olhou nos olhos.
O olhar dele estava mais... brilhante, os olhos dele estavam brilhando, sua expressão facial estava relaxada. Eu olhava para todos os cantos de seu rosto mas ele não desviava o olhar de mim.
Nem por um segundo sequer.
- Pare de olhar assim.
- Assim como?
- Com cara de... bobo. Não que você não tenha mas...
- Já autografou minha testa moça?- Ele olhou no espelho do cenário. Só pude perceber que ele estava abraçando minha cintura quando ele saiu de perto.- Não tem nada aqui.
- É tinta invisível.
- Entendi... te vejo mais tarde. Parabéns pela atuação.- Ele saiu e lançou um beijo no ar em minha direção.
Fiz a menção de pegar o beijo e colocá-lo em meus lábios, por um momento tive certeza ver ele corando.
.°•.°•.°•.°•.°•
Eu já tinha chegado na casa de Brady mas não tinha visto Connor, apenas seus pais. O pai de Brady tinha me avisado que ele estava me esperando no quarto dele, e me falou onde o quarto ficava.
Eu estava nervosa, eu nunca tinha entrado na casa dele, na verdade não tinha ido na casa de ninguém desde que os conheci. Abri a porta do quarto e o vi concentrado na tela do computador, as luzes estavam todas apagadas e só o brilho do eletrônico já iluminava o ambiente, eu tinha chamado ele, mas o garoto estava surdo com o fone de ouvido.
Olhei para o lado e vi sua bola de vôlei, peguei a mesma e fiquei parada na frente da porta, a única ideia que tive foi jogar a bola nele para ele me ver, e assim fiz.
O Barulho da bola batendo na cabeça dele fez um estalo, aquilo foi engraçado, a cara dele era de espanto enquanto ele xingava. (Provavelmente achando que era o irmão).
- Não xinguem crianças, isso não é legal.- Ele afastou a cadeira da mesa com a bola na mão. Ele ficou parado por um minuto e depois jogou a bola na minha direção.
- Vou te denunciar por violência a mulher.
- Eu só joguei a bola em você!
- Violência. "In a world of boys he's a gentleman".- Cantei um pedaço da música da Taylor, já que eu tinha lembrado que existem vários edits dele com essa música.
Ele sentou na cadeira e eu sentei na cama dele, as horas foram passando e tudo o que eu vi foi Brady cantando, rindo, fazendo dancinhas, me tirando do sério e principalmente se irritando porque tinha morrido.
-QUE MERDA! Eu odeio morrer, eu não gosto de morrer. Pra quê a possibilidade de morrer quando você pode viver? Eu vou te matar, você vai ver.- Tentei rir silenciosamente daquilo mas não dá, é muito engraçado ver alguém perdendo no jogo, principalmente quando esse alguém é Brady.- Quer escutar música?- O mesmo se vira e olha para mim.
- Quero.
- Qual?
- Coloca... Low da SZA.
- Boa.- Eu comecei a cantar um pouco da música, senti Brady olhando para mim e levanto meu olhar para ele, e o mesmo estava cantando comigo.
Logo depois de Low, começou a tocar Kill Bill, minha favorita.
-I'm so mature, I'm so mature
I'm so mature, I got me a therapist to tell me there's other men
I don't want none, I just want you
If I can't have you, no one should
I might- Cantei.

-I might kill my ex, not the best idea
His new girlfriend's next, how'd I get here?
I might kill my ex, I still love him though
Rather be in jail than alone- Ele contou depois.
.°•.°•.°•.°•.°•
O resto da noite foi a mesma coisa, nós dois cantando, ele perdendo a paciência, dançando e me irritando, a única coisa que achei interessante foi quando as pessoas começaram a perguntar no chat quem eu era e se eu era namorada do Brady, mesmo nós dois dizendo que só éramos apenas amigos, algumas pessoas não acreditaram muito nisso.
Eu ia passar a noite na casa dele, estava muito tarde para ir para casa, avisei minha mãe e ela autorizou. Acho que vai ser legal, Brady já dormiu lá em casa, mas tinham mais pessoas. Mas dessa vez seria só eu e ele já que Connor iria dormir na casa de outros amigos.
- Você vai dormir com essa roupa aí?- Ele me perguntou parado na frente da porta com o cabelo molhado por causa do banheiro.
- Vou, não tenho outra.- Ele entrou no quarto e pegou uma camiseta e um short no guarda roupa e me entregou.
- Veste isso aí.
- Acho que o short não vai ficar grande.- Analisei a roupa.
- Dorme sem, vou dormir no quarto de Connor então não tem problema.- Ele já estava saindo quando eu o chamo de volta.- Que foi?
- Obrigada. Boa noite, Wyatt.
- Boa noite, Julie.- Ele me respondeu com um sorriso enquanto fechava a porta

Just friends? -Brady NoonOnde histórias criam vida. Descubra agora