Beliche de Cima

15 - No final, tudo é igual.

(taylor swift - bigger than the whole sky)

Pran acordou com a voz doce e familiar o chamando baixinho. Pat carregava consigo uma bandeija, a qual colocaria sobre a cama no instante em que viu Parakul despertar.

ㅡ O que foi?... por que acordou tão cedo?

ㅡ Pra fazer seu café!

O mais velho exclamou com um sorriso largo antes de deixar um selar nos fios que cobriam a testa de Pran.

ㅡ O sanduíche... queimou um pouco, mas acho que ainda está gostoso.

Pran riu, negando com a cabeça enquanto se sentava no colchão no segundo andar da beliche.

ㅡ Suco também?! Nossa...

ㅡ Esse eu comprei. Mas é natural.

Parakul sorriu ao pairar os olhos sobre o rosto de Pat. Oficialmente, estava de volta em casa.

ㅡ Obrigado.

Napat negou com a cabeça.

ㅡ Coma!

O som de batidas na porta ecoou pelo quarto, chamando a atenção de ambos.

ㅡ Chamou alguém?

O mais alto negou, um biquinho decepcionado se formou em seus lábios.

ㅡ Quem será? - pensou alto, descendo as escadas devagar. Como se fosse sexto sentido, Pran exclamou no instante em que Pat tocou a maçaneta.

ㅡ Não abra. Pode ser a minha mãe.

Napat hesitou e se manteve imóvel até que Pran se aproximasse, susurrando para que se afastasse da porta, até finalmente abrí-la e ver que sua intuição não mentia.

ㅡ Por que vieram tão cedo?

Perguntava com um sorriso amarelado.

ㅡ Acho que você sabe o motivo, Pran.

Do outro lado da sala, o coração de Pat parou por um instante. Se virou para a porta rapidamente e viu os olhos dos pais do garoto penetrarem em si, e naquele instante, como se pudesse ver com clareza tudo que estava prestes a acontecer, seu corpo repetiu as sensações do dia em que perdeu seu garoto. Suas mãos tremiam e seus olhos marejaram.

ㅡ Como assim?

Pran questionou, a voz falha e receosa.

ㅡ Sai da frente. E comece a me explicar porque não atende o celular desde ontem.

ㅡ Eu não vi chamar. - respondeu num tom baixo, obedecendo a ordem.

ㅡ Qual era o nosso combinado, Pran? O que eu disse para você?

A mulher perguntava enfurecida. Pran não pôde responder nos primeiros segundos.

ㅡ Não ir aonde me disser para não ir e não falar com quem não me deixar falar.

ㅡ E o que você fez? Huh?! Onde você estava, que não viu o quanto eu te liguei?!

ㅡ Eu estava com o Wai...

ㅡ Ah, é mesmo?! E por que ele me disse o contrário?! Que ele saiu e você ficou em casa, Pran?! Quem está mentindo pra mim?

ㅡ Não é mentira...

Falava com a cabeça baixa, a garganta dolorida pelo choro que segurava.

ㅡ Com licença. - Pat interveio. - Primeiramente, não podem chegar aqui gritando como se não fosse nada. E em segundo lugar, Pran e Wai estavam sim juntos ontem, e eu tenho como provar.