capítulo 6

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Chego naquele moquifo as dez horas em ponto, entro por aquelas pontas velhas e grandes e vou andando por aqueles corredores que me lembram de um castelo

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Chego naquele moquifo as dez horas em ponto, entro por aquelas pontas velhas e grandes e vou andando por aqueles corredores que me lembram de um castelo. Vou até a sala da Madre Fátima, não acredito que essa velha está viva ainda. Bato na porta, olho ao redor e não vejo nenhuma peste correndo, onde estão? 

— Entre por favor! — ouço a voz velha de uma mulher, pego na maçaneta e entro. Ao entrar me deparo com o mesmo escritório que vi quando tinha quinze anos, tudo está igual, a mobília de madeira velha, tapetes e cortinas vermelhas, a mesa de madeira de pinos bem ao centro com cadeiras de couro e estantes cheias de livro.  — Meu querido Enrico, como é bom velo. — a Velha se levanta e vem em minha direção e me dá sua benção. 

— É bom ver a senhora, também — Falo como um sorriso forçado. Quero terminar o mais rápido possível essa visita e ir embora. 

— Como cresceu! a ultima vez que esteve aqui era só uma criança — fala voltando para sua cadeira. — venha se aproxime!  — Vou para perto da sua mesa e me sento em uma das poltronas. 

— Vim fazer a visita que tanto é pedida por vocês. — falo de mal gosto. 

— Enrico, não seja assim! é bom de vez enquanto ver o que estamos fazendo com o dinheiro que vocês doam. — fala me repreendendo. 

— Eu sei que as crianças estão bem cuidadas, Madre! Mas farei a visita, mesmo não precisando. 

— Bom, sei que não quer ficar muito tempo, então vamos começar a visita! — ela se levanta com cuidado e vai em direção a porta e eu a acompanho, vamos andando pelos corredores antigos, cheios de quadros com pinturas e fotos, estatuas e muitos tapetes empoeirados, quem tem renite deve sofrer muito aqui. 

— Não mudou nada — falo enquanto andamos. 

— tentamos preservar tudo o que conseguimos. Claro que há manutenções, mas tentamos deixar como era quando recebemos a instituição. 

— Deu para ver. — falo e continuamos em silencio. estamos passando pelo corredor principal e ao passarmos pela janela, vejo cabelos cor de fogo e uma criança, paro, e fico fascinado pelos cabelos de uma jovem que não vejo quem é, mas imagino que seja belíssima. 

— Por aqui, Enrico! — A Madre para e vira para traz. — Gostou do nosso jardim? lindo, né? nossas crianças cuidam muito bem dele! — não é do jardim que eu gostei, mas sim, da pessoa que está nele, uma jovem com um corpos escultural, uma deusa, cabelo cor de fogo, vestindo um vestido amarelo que eu gostaria de saber o que tem de baixo dele. Minha boca saliva. 

— Quem é? — falo sem tirar os olhos da jovem que rega as rosas vermelhas. 

— Quem? 

— A jovem de cabelos ruivos! 

—  Ah sim! é a Helena, nossa meninas mais velha daqui! — fala ficando do meu lado e observando ela com um sorriso no rosto.  — Helena nunca foi adotada, chegou aqui com dez anos, hoje já é maior de idade, ela tinha a opção de sair daqui e viver sua vida, mas optou por ficar e nos ajudar com as crianças. Ela é tão adorável, é uma benção de Deus em nossas vidas.  

— Podemos ir ao jardim? — pergunto com uma fome que brota em meu peito para ver o rosto desta meninas, preciso ver o rosto no qual esse corpo pertence.  A madre concorda e vão em direção ao jardim, parece que o tempo fica mais lendo, não vejo a hora de ver o rosto do anjo de cabelos vermelhos. 

— Helena, minha querida — a voz da madre ressoa pelo jardim, a doce meninas parece não ouvir a voz da velha. — Helena, minha querida — fala mais falto e parece que o anjo vermelho ouve e sai do devaneio de seus pensamentos. Ao virar o rosto para ver quem estava a chamando, vejo a obra de arte mais linda que já vi na vida. Vejo uma pele alva manchada de sardas, cabelos cumpridos da cor do fogo, com olhos extremamente azuis, nunca vi um azul tão cristalino, ela é tão miúda, em meus braços ia desaparecer. Como ela é linda, ela é magnifica. 

— Sim, Mad... — Ela para de falar quando seus olhos para em mim, nossos olhares se encontraram, Aqueles olhos claros e envergonhados encontram os meus e me deixam surpreso e por um momento horrível, acho que ela pode veratravés de mim e o que me deixa... exposto. O pensamento é enervante, então o descartoimediatamente. Ela tem um rosto pequeno e doce que está corando agora, num pálido e inocente rosa.Pergunto-me brevemente se toda a sua pele é assim – perfeita - e poderia parecer rosada eaquecida a partir da picada de um açoite. Drogaaa. Paro meus pensamentos traiçoeiros, alarmados com a sua direção. Que diabos você está pensando Enrico. 

— Minha querida, Helena esse é o Sr. Montanari — a Madre fala.

— Hum, hum, claro! Prazer te conhecer Sr. Montanari! — Há um enrubescer novamente. No comando mais uma vez, eu a estudo. Ela é bastanteatraente - pequena, pálida. Sim, ela é atraente. Estendo minha mão enquanto ela gagueja, ela coloca sua mão na minha. Sua pele é fresca e suave, mas seu aperto demão é surpreendentemente firme. 

Eu quero essa garota pra mim! 

DARK - Romance nas sombras.Onde histórias criam vida. Descubra agora