* O almoço fracassado *

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Arthur foi até a cozinha para ajudar o seu pai

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Arthur foi até a cozinha para ajudar o seu pai.

- O que o senhor está cozinhando?

- Eu queria fazer um macarrão, você acha uma boa?

- Sim. Deixe eu te ajudar. - Ele sorriu e pegou o avental que estava pendurado ao lado das chaves.


Ele se sentia exatamente feliz. Não fazia algo parecido com o pai há mais de seis meses. Agora ele tinha o seu pai de verdade e a garota que amava.

- Pegue a massa de tomate na geladeira, por favor. - James cortava a cebola.

Arthur pegou, e, quando se virou, o seu pai abriu a torneira e jogou água nele.

Ele revidou, e ambos riram.

- Já chega. Agora vamos fazer o almoço. - James se endireitou na pia e continuou cortando cebola.

Eles estavam quase acabando, quando o seu pai foi até a geladeira e tirou uma garrafa de cerveja.

Arthur só percebeu quando ouviu o barulho do abridor.

A sua felicidade foi embora. A alegria, o ânimo, a vontade de ajudar o seu pai... Tudo desmoronou.

Ele pensou em Alice no quarto e se lembrou do dia em que ele se colocou entre os pais, fazendo com que o seu pai o acertasse no nariz, que foi quebrado imediatamente.

Ele se sentiu péssimo. Era óbvio que aquilo não iria durar. É claro que o seu pai voltaria a beber.

- Pai, o senhor vai começar a beber agora? - Sua voz era triste e desanimadora.

- Umas duas garrafas, só para molhar a garganta. - Ele deu um gole enorme.

- Mas pai, temos visita. - Ele indicou com um aceno o quarto.

- E o que tem, filho? - Ele voltou a cozinhar, dando alguns goles às vezes.

Naquele momento, ele se arrependeu de ter poupado o seu pai sobre a verdade.* O que adiantou esconder a verdade a vida inteira, e deixar ele ser um monstro? Afinal, ele nunca me poupou de nenhum tapa... * Pensou ele.

Ele decidiu falar o porquê de não querer que o pai bebesse, falar que as ressacas dele apagavam boa parte do sofrimento do filho.

- Pai... - A sua garganta se fechou. E, mas uma vez, ele não sabia se reconhecia aquele homem na sua frente.

- O que foi? Parece que viu um bicho-papão. Você está bem? - Ele colocou a mão no ombro do filho.

Ele perdeu a coragem.

Ele se sentiu fraco. Afinal, qual seria o motivo de não conseguir falar a verdade? Ele não entendia o que o impedia; pensava que talvez as palavras da mãe não estivessem enterradas.

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