Havia chegado a hora de embarcarmos e Jonathan e eu trocamos poucas palavras. Estou tentando ignorá-lo, mas ele sabe que há algo errado, me conhece muito bem. Nos sentamos lado a lado nas poltronas do avião e ele pegou na minha mão.
Gostou da viagem? - Pergunta.
Sim, foi ótima - Forço um sorriso.
O avião decolou e eu vi que o Jony estava no celular, eu fiquei olhando para frente e soltei um suspiro cansado. Fiquei alguns minutos apenas olhando para o nada, até Jonathan cutucar meus ombros.
A comissária - Ele aponta e eu olho a mulher do outro lado.
Perguntei se a senhora gostaria de chá ou café - Ela sorri.
Ah não, obrigada - Sorrio e ela sai.
Você está bem, mi amor? - Ele pergunta.
Eu não estou passando muito bem. Vou ao banheiro - Tiro o cinto e me levanto.
Cheguei no banheiro e tranquei a porta, joguei uma água no rosto e fiquei me olhando no espelho.
Aguenta, Isabela - Digo a mim mesma.
Ouvi batidas na porta e avisei que estava ocupado, recebi um "eu sei" e abri a porta sabendo quem era. Jonathan entrou no banheiro e trancou a porta, ele me prendeu na pia e segurou no meu rosto.
O que está havendo com você? - Questiona.
O que te faz pensar que há algo errado? - Pergunto tirando a sua mão.
Eu te conheço há mais de quatorze anos, Isabela - Ele diz.
Não sabia o que falar para ele parar de me encher de perguntas, então o beijei. Ele retribuiu e me pressionou ainda mais forte. Minhas mãos entraram na sua camisa e eu arranhei suas costas enquanto ele marcava o meu pescoço.
Aqui? No banheiro minúsculo do avião? - Pergunta.
Para nós não há hora e nem lugar - Sorrio e ele sorri também.
[...]
Saí do banheiro enquanto ajeitava o cabelo e agradeci por não ter ninguém perto. Fui até a minha poltrona e me sentei, Jonathan apareceu depois de alguns minutos. Eu o olhei e ele deu um sorriso ladino e negou, provavelmente pensando no ponto que chegamos graças a luxúria. Deitei a minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos no intuito de descansar um pouco, não dormi nada essa noite.
- Horas depois -
Pisamos em solo brasileiro e já fomos direto para casa. Nós chegamos na porta de casa e entramos devagar, Matteo e Maristela estavam vendo televisão. Assim que olharam para nós, vieram correndo nos abraçar. Matteo pulou no colo do pai e Maristela me abraçou, depois invertemos.
Vocês se comportaram com a vovó? - Pergunto e eles concordam.
Abracei a minha mãe e depois Jonathan a abraçou. Eu insisti em dar um valor para ela por ter ficado com eles por dez dias, mas ela se recusou a aceitar.
Aceita o presente, pelo menos - Rio.
Esse eu aceito - Ela diz.
Peguei o objeto que comprei para ela e ela amou, era uma bolsa da Prada preta com alguns detalhes em cinza brilhante.
Eu não acredito, não precisava - Ela me abraça.
Você merece - Digo.
Meu amor, eu adoraria ficar mais, mas eu vou aproveitar que vocês chegaram para ir resolver as minhas coisas - Ela ri.
Tudo bem, vai lá. Obrigada por tudo, mamãe - Digo.
Eu amo você - Ela diz.
Eu também te amo, se cuida - Beijo a sua bochecha.
[...]
Jonathan deu os presentes das crianças e elas amaram. Eles ganharam várias coisas, carrinhos, livros, colares, fones, etc.
Vocês gostaram? - Pergunto.
Muito - Dizem.
[...]
Se passaram algumas horas e os nossos filhos já estavam dormindo, ficamos o dia todo juntos e eu consegui esquecer de tudo por algumas horas.
Calleri e eu estávamos na sala vendo televisão, mas eu estava mais olhando para as paredes do que prestando atenção no filme. Meu marido percebeu que eu estava entranha, mais um vez, e soltou um longo suspiro. Ele desligou a televisão usando o controle, calçou os chinelos e se levantou.
Cansei, eu vou dormir - Ele diz um pouco mais sério que o normal e sobe as escadas.
Fui até a cozinha e tomei um calmante, depois fiquei sentada na sala por um tempo. Eu estava sentindo uma pontada no peito e só queria que essa angústia passasse. Subi as escadas e fui para o nosso quarto. Coloquei um pijama, me deitei do meu lado na cama e fechei os olhos para dormir.
Já pensou se vai me contar a verdade? - Ouço a voz de Jonathan, mas não respondo.
Beleza - Ele diz.
Não suporto quando você me esconde as coisas, e você sabe disso - Ele diz se sentando na cama e me olhando.
Eu realmente achei que essa viagem nos ajudaria a nos conectar novamente, mas pelo jeito isso se tornou uma missão impossível - Ele completa.
Jonathan se deitou novamente, eu fechei os olhos e tentei descansar, uma tarefa impossível nesse momento.
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eita que o casamento tá abalado
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𝙴𝚇 𝙰𝙼𝙾𝚁: 3° 𝘛𝘌𝘔𝘗𝘖𝘙𝘈𝘋𝘈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶
Fanfiction"Terceira, e última, etapa da história EX AMOR." [+16]