𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:19

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Havia chegado a hora de embarcarmos e Jonathan e eu trocamos poucas palavras. Estou tentando ignorá-lo mas ele sabe que há algo errado, me conhece muito bem. Nos sentamos lado a lado nas poltronas do avião e ele pegou na minha mão.

Gostou da viagem? - Pergunta.

Sim, foi ótima - Forço um sorriso.

O avião decolou e eu vi que o Jony estava no celular, eu fiquei olhando para frente e soltei um suspiro cansado. Fiquei alguns minutos apenas olhando para o nada, até Jonathan cutucar meus ombros.

A comissária - Ele aponta e eu olho a mulher do outro lado.

Perguntei se a senhora gostaria de chá ou café - Ela sorri.

Ah não, obrigada - Sorrio e ela sai.

Você está bem, mi amor? - Ele pergunta.

Eu não estou passando muito bem. Vou ao banheiro - Tiro o cinto e me levanto.

Cheguei no banheiro e tranquei a porta, joguei uma água no rosto e fiquei me olhando no espelho.

Aguenta, Isabela - Digo à mim mesma.

Ouvi batidas na porta e avisei que estava ocupado, recebi um "eu sei" e abri a porta sabendo quem era. Jonathan entrou no banheiro e trancou a porta, ele me prendeu na pia e segurou no meu rosto.

O que está havendo com você? - Questiona.

O que te faz pensar que há algo errado? - Pergunto tirando a sua mão.

Eu te conheço há mais de quatorze anos, Isabela - Ele diz.

Não sabia o que falar para ele parar de me encher de perguntas, então o beijei. Ele retribuiu e me pressionou ainda mais forte. Minhas mãos entraram na sua camisa e eu arranhei suas costas enquanto ele marcava o meu pescoço.

Aqui? No banheiro minúsculo do avião? - Pergunta.

Para nós não há hora e nem lugar - Sorrio e ele sorri também.

[...]

Saí do banheiro enquanto ajeitava o cabelo e agradeci por não ter ninguém perto. Fui até a minha poltrona e me sentei, Jonathan apareceu depois de alguns minutos. Eu o olhei e ele deu um sorriso ladino e negou, provavelmente pensando no ponto que chegamos graças à luxúria que sentimos pelo outro. Deitei a minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos no intuito de descansar um pouco, não dormi nada essa noite.

- Horas depois -

Pisamos em solo brasileiro e já fomos direto para casa. Nós chegamos na porta de casa e entramos devagar, Matteo e Maristela estavam vendo televisão. Assim que olharam para nós, vieram correndo nos abraçar. Matteo pulou no colo do pai e Maristela me abraçou, depois invertemos.

Vocês se comportaram com a vovó? - Pergunto e eles concordam.

Abracei a minha mãe e depois Jonathan a abraçou. Eu insisti em dar um valor para ela por ter ficado com eles por dez dias mas ela se recusou a aceitar.

Aceita o presente, pelo menos - Rio.

Esse eu aceito - Ela diz.

Peguei o objeto que comprei à ela e ela amou, era uma bolsa da Prada preta com alguns detalhes em cinza brilhante.

Eu não acredito, não precisava - Ela me abraça.

Você merece - Digo.

Meu amor, eu adoraria ficar mais, mas eu vou aproveitar que vocês chegaram para ir resolver as minhas coisas - Ela ri.

Tudo bem, vai lá. Obrigada por tudo, mamãe - Digo.

Eu amo você - Ela diz.

Eu também te amo, se cuida - Beijo a sua bochecha.

[...]

Jonathan deu os presentes das crianças e elas amaram. Eles ganharam várias coisas, carrinhos, livros, colares, fones, etc.

Vocês gostaram? - Pergunto.

Muito - Dizem.

[...]

Se passaram algumas horas e os nossos filhos já estavam dormindo, ficamos o dia todo juntos e eu consegui esquecer de tudo por algumas horas.

Calleri e eu estávamos na sala vendo televisão, mas eu estava mais olhando para as paredes do que prestando atenção no filme. Meu marido percebeu que eu estava entranha, mais um vez, e soltou um longo suspiro. Ele desligou a televisão usando o controle, calçou os chinelos e se levantou.

Cansei, eu vou dormir - Ele diz um pouco mais sério que o normal e sobe as escadas.

Fui até a cozinha e tomei um calmante, depois fiquei sentada na sala por um tempo. Eu estava sentindo uma pontada no peito e só queria que essa angústia passasse. Subi as escadas e fui para o nosso quarto. Coloquei um pijama, me deitei do meu lado na cama e fechei os olhos para dormir.

Já pensou se vai me contar a verdade? - Ouço a voz de Jonathan mas não respondo.

Beleza - Ele diz.

Não suporto quando você me esconde as coisas, e você sabe disso - Ele diz se sentando na cama e me olhando.

Eu realmente achei que essa viagem nos ajudaria a nos conectar novamente, mas pelo jeito isso se tornou uma missão impossível - Ele completa.

Jonathan se deitou novamente, eu fechei os olhos e tentei descansar, uma tarefa impossível nesse momento.

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eita que o casamento abalado

𝙴𝚇 𝙰𝙼𝙾𝚁: 3° 𝘛𝘌𝘔𝘗𝘖𝘙𝘈𝘋𝘈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora