𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:27

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- Dia seguinte -

Acordei um pouco mais disposta e me levantei. Tomei um banho rápido para despertar, coloquei uma calça jeans e uma camiseta branca. Desci até a sala e todos estavam tomando café da manhã enquanto assistiam TV. Eu comi apenas uma maçã.

Você pode me levar para o hospital? - Pergunto.

Claro. A babá já está chegando, daí vamos - Jonathan diz.

Tá bom - Concordo.

Eu preciso ir treinar, mas passo rapidinho ver como sua mãe está - Ele sorri e eu sorrio.

[...]

Ana, a babá, chegou para cuidar das crianças e Jonathan e eu saímos. Eu pedi para ele parar em uma floricultura e comprei um ramo de flores lindo para a minha mãe. Seguimos para o hospital e eu entrei conversando com o meu marido, ou ex, não sei de mais nada. Estava bem animada pela recuperação dela e amei ter conversado com ela ontem.

Chegamos no corredor do quarto que ela estava e eu vi uma movimentação estranha, acelerei os passos e vi de longe que ela estava tendo uma parada cardíaca, um dos médicos estava segurando os desfibriladores. Joguei as flores no chão e corri para o quarto, peguei o objeto das mãos do médico e coloquei no peito dela.

Carrega em 200 - Digo.

Afasta - Digo.

Sem resultados - O enfermeiro diz.

Carrega em 250. Afasta - Digo.

Ainda sem mudanças - O enfermeiro diz.

250, vamos - Digo novamente.

Afasta - Digo.

Doutora, sem resultados - O enfermeiro diz.

Não, não, não. Carrega em 300 - Digo em desespero.

Doutora Monet - O médico diz.

Carrega em 300, agora - Ordeno.

Afasta - Digo.

Sem novidades - O médico diz.

Há quanto tempo? - Pergunto com a voz embargada.

Já fazem vários minutos, doutora. É tarde - O enfermeiro diz.

Não acredito nisso - Digo baixo.

Já sabe as sequelas, doutora. Acabou - Outro enfermeiro diz.

Soltei o aparelho e levei as mãos aos olhos para secar as lágrimas. Eu não consigo acreditar, eu me recuso a acreditar!

Que horas são? - Pergunto.

Dez e vinte quatro da manhã - O médico diz.

Hora do óbito, dez e vinte quatro - Digo entre lágrimas.

Peguei o prontuário e comecei a ler, com dificuldade por causa das lágrimas. Vi que ela teve muitos sintomas indicativos de uma infecção durante a madrugada e não foi medicada, nem nada.

O que aconteceu? O que vocês fizeram? - Pergunto irritada.

Não tivemos controle - O enfermeiro diz.

Ela teve febre alta durante a madrugada - O médico diz.

Porra, por que vocês não me ligaram? - Pergunto irritada.

Olha o que vocês causaram - Digo.

Eu pedi para ficarem de olho nela - Digo irritada.

Ela provavelmente teve uma infecção pós operatória - O enfermeiro diz.

𝙴𝚇 𝙰𝙼𝙾𝚁: 3° 𝘛𝘌𝘔𝘗𝘖𝘙𝘈𝘋𝘈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora