𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:06

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- Último jogo -

Hoje era o último jogo da temporada e depois teremos férias, finalmente. Jonathan e eu faremos a nossa viagem sozinhos e eu estou planejando uma outra viagem para fazermos em família.

O sol está se pondo e neste momento estamos no CT esperando dar o horário para irmos ao estádio. Jonathan vai entrar com as crianças, então os dois estão uniformizados com o número do pai.

Matteo, para de correr - Digo ao menino que ia e voltava correndo até a sala que estávamos.

Menino enérgico - Ferraresi diz.

Isso não é nada perto do jeito que ele fica em casa - Digo.

Ele tem uma velocidade excelente, por que não matriculam ele em Cotia? - Nestor pergunta.

Nunca pensamos nisso - Jonathan diz pensativo.

Mas é uma boa ideia - Digo.

É que o Matteo joga futsal, ele não teve tantas oportunidades no campo - Jonathan diz.

Mas podemos pensar, né amor? - Pergunto.

Claro - Jonathan sorri.

E você, Maristela? Não quer entrar em Cotia? - Galoppo pergunta.

Ah não - A menina, que anteriormente estava quieta, ri.

Gosto de futebol, mas não vejo meu futuro nisso - Ela diz.

E o que você gosta de fazer? - Nestor pergunta.

Eu faço judô e natação - Ela diz.

Parece um peixe nadando - Calleri diz.

Verdade. Não tem quem ganhe dessa menina na água - Digo e Maristela ri.

Vamos, pessoal - Um dos auxiliares técnicos diz.

Fomos para o ônibus e Jonathan e eu nos sentamos no fundo, como de costume, Maristela e Matteo se sentaram na nossa frente. Chegamos no estádio e já dava para ouvir o canto da torcida, o estádio parecia estar cheio.

Os meninos foram fazer o aquecimento e eu fiquei só observando tudo, estava atenta em todos os passos dos jogadores. O Matteo soltou da minha mão e correu até o Jonathan no campo, eu gritei o seu nome, mas ele não me deu atenção. O Jonathan sorriu e o pegou no colo, dando um beijo em seu rosto, ele desceu o menino no chão e o Matteo começou a chutar a bola com eles, deu até caneta em dois jogadores.

Vai lá também - Digo a Maristela e ela vai.

Jonathan ficou dando toques curtos com os nossos filhos e eu estava encantada olhando a cena, só sabia sorrir. Após alguns minutos, os três posaram para o fotógrafo do clube e os dois vieram até mim para o Jonathan continuar o aquecimento.

[...]

Os jogadores entraram em campo e foi reproduzido o hino nacional. Depois as crianças vieram correndo até mim para o jogo ser iniciado. Eles se sentaram no banco e eu fiquei em pé com o pessoal da comissão técnica. Estava notando o Ferraresi levando a mão ao tornozelo algumas vezes. Olhei para trás e vi o Matteo brincando de pedra, papel e tesoura com o Nestor, que não foi titular hoje. Maristela prestava atenção no jogo.

Em um contra ataque, Calleri conseguiu finalizar e marcou um gol. Ele fez o "M" com as mãos e mandou um beijo. O jogo foi para o intervalo e no segundo tempo não houve lances de perigo. O placar final foi 1x0 mesmo. Os jogadores aplaudiram a torcida e eu fui até o Ferraresi. Toquei em seu ombro e ele me olhou assustado.

Qual o problema? - Pergunto.

Meu tornozelo está doendo - Diz.

E você não me falou? - Nego.

Consegui aguentar bem - Ele ri.

Faremos um exame antes de irmos embora, ok? - Pergunto.

Certo, doutora - Ele sorri.

Esse ano foi maravilhoso, fomos bem nas competições e quase não houveram lesões, foi um dos anos que menos trabalhei. Os jogadores estavam se despedindo da torcida e Jonathan era um deles, estava passeando pela pista de atletismo com o Matteo no seu pescoço e de mãos dadas com a Maristela.

Os dois pequenos olhavam encantados para os diversos torcedores. O Matteo ficava acenando e recebia o carinho da torcida Tricolor. Fui até eles e ouvi o pequeno surto dos torcedores quando dei um selinho em Jonathan. Nós ganhamos muito o carinho dessa torcida espetacular e isso é incrível.

[...]

Já havíamos voltado para o CT e eu fui com o Ferraresi até a sala de exames, Jonathan levou as crianças para tomarem um lanche enquanto me esperavam.

Não é nada sério, talvez seja só pela exaustão mesmo - Digo, afinal, ele foi titular em todas as partidas do ano.

Só procure não forçar esse pé nas férias e tratamos disso quando voltarmos - Digo.

Tá bom, Isa. Valeu - Ele diz.

Boas férias, Nahuel - Digo.

Gracias. Para você também - Ele diz e eu sorrio.

Me despedi de todos os atletas e funcionários e nós fomos para casa. Durante o caminho, fui falando com os nossos filhos e os avisei da viagem que Jonathan e eu iríamos fazer sozinhos. Eles concordaram desde que façamos uma viagem juntos depois, o que já estava nos meus planos.

- Em casa -

Você acha que precisamos levar roupas de frio? - Pergunto organizando a mala.

Acho que não irá fazer frio, mas é bom levar - Ele diz.

Biquíni? - Pergunto.

Leva, e muitos - Ele diz.

Quantos dias exatos vamos ficar lá? - Pergunto.

Dez dias - Ele diz.

Dez dias no paraíso? - Pergunto surpresa.

Sim - Ele ri.

Vai ser ótimo relaxar a mente um pouco - Rio.

Vai mesmo, o ano foi muito estressante - Diz.

Pois é. Jony, já está tudo certo então? Passagens, hotel, e tudo mais? - Pergunto.

Tudo ok, senhora Calleri. Não se preocupe - Ele me abraça por trás.

Que dia vamos? - Me viro e passo o braço ao redor de seu pescoço.

Depois de amanhã - Ele diz.

Ok - Sorrio.

Te amo - Ele me dá um selinho.

Te amo mais - Acaricio a sua bochecha.

𝙴𝚇 𝙰𝙼𝙾𝚁: 3° 𝘛𝘌𝘔𝘗𝘖𝘙𝘈𝘋𝘈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora