𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:35

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- Quebra no tempo -

Muito tempo havia se passado, eu não sabia quanto exatamente, mas a sensação era de que foram longas horas, podem ter se passado dias. Eu estava trancada nesse quadrado escuro há tempos e não recebia nada, comida, água, nada mesmo. Estava muito fraca, boca seca, dor por todo o corpo, frio.

Fiquei tentando contar o tempo que estava aqui, mas desisti, não teria como saber exatamente. Estava sentada no chão sujo desse cômodo abraçando as minhas pernas, por causa do frio, e entraram no lugar. Era o "chefe", o pior.

Levanta, piranha - Ele agarra nos meus cabelos.

Tá me machucando - Digo.

Você tá com fome? Sede? - Ele pergunta e eu concordo.

O outro homem entrou no quarto com um balde e eles jogaram água gelada com pedras de gelo em mim, isso só misturou com o vento gelado do lugar e deixou tudo pior. Percebi que o "segurança" só seguia as ordens mesmo, não parecia feliz com o que fazia.

Espero que tenha curtido o banho - Ele ri.

Eles saíram e fecharam a porta. Eu me sentei no chão de novo e fiquei esfregando os meus braços para tentar me aquecer de alguma forma. Fechei os olhos e encostei na parede. Apesar da dificuldade, consegui cochilar um pouco. Acordei sentindo uma presença no comodo e mais uma vez o "chefe" estava lá.

A Bela adormecida acordou - Ele diz.

Dei algumas tossidas e o olhei novamente. Ele se aproximou de mim e me levantou, eu quase não consegui parar em pé, então ele me segurou com mais firmeza.

Isso tudo é culpa sua, fujona - Ele diz.

Vou pedir uma grana pro seu maridinho, com certeza ele pagaria uma fortuna por você - Diz.

Me deixa ir, por favor - Imploro.

Talvez quando me pagarem - Ele diz.

Eu já estou perdendo a paciência. Os dias estão passando e eu ainda não recebi novidades - Diz.

Você só está me dando trabalho, eu deveria me livrar logo de você - Ele diz me encarando.

Não seria má ideia aproveitar a sua companhia por aqui - Ele diz com um sorriso malicioso.

Não, por favor - Começo a chorar.

Você realmente é muito bonita. Deve ser boa em tudo que faz, doutora - Ele diz e eu nego.

Essa sua cara de menina mimada me instiga - Ele passa a mão pela minha boca.

Pode fazer o que quiser comigo, não vai ser correspondido. O único que me faz gemer igual uma maluca, é o meu marido - Rio e ele me solta.

Puta - Ele diz e sai.

Respirei aliviada e voltei a me encolher no canto do cômodo, a minha visão estava turva, a minha cabeça doía e os meus braços estavam roxos por causa dos apertos. Quando achei que teria paz, a porta foi aberta. Eu me assustei e vi o "segurança" entrando. Ele estava com um copo na mão.

Toma, menina - Ele diz.

Obrigada - Pego e bebo tudo rapidamente.

É só colaborar que nada vai acontecer - Ele diz e eu concordo.

Encostei a minha cabeça na parede e a imagem de Jonathan veio na minha mente, como eu sinto falta do seu abraço, do seu beijo, do seu calor. O seu sorriso invadiu os meus pensamentos e eu dei um sorriso.

Comecei a lembrar dos nossos momentos juntos e de todas as nossas noites de amor. Fui até a porta e dei algumas batidas, ouvi o "segurança" me perguntando o que eu queria. Eu pedi ajuda e ele entrou no lugar.

𝙴𝚇 𝙰𝙼𝙾𝚁: 3° 𝘛𝘌𝘔𝘗𝘖𝘙𝘈𝘋𝘈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora