19 de outubro, a cidade estava acordando, eram 4:56 da manhã, quando Rita escutou um barulho vindo da porta principal de sua casa.
— Porra.. — Dizia baixo para si mesma, assustada pois havia acabado de acordar de seu sono tão gostoso.
Ela levanta rapidamente da cama e veste seu pijama, pois Rita costuma dormir totalmente nua, ela sente muito calor e acha essa maneira de dormir mais confortável do que com roupas.
A jovem corre até seu criado mudo e retira da gaveta uma faca, como aquelas que cortam legumes, ela a tem justamente para se defender de alguma invasão na casa, pois seus tios (os responsáveis por ela) estão viajando, e a deixaram sozinha em casa por uma semana inteira.Rita mal pensou em ligar para a polícia e berrar "fogo! Fogo!" para a vizinhança inteira ouvir e espantar o ladrão ou qualquer outra coisa que estiver invadindo seu terreno, pois não tinha tanta certeza de que realmente teria alguém tentando invadir a sua casa, podia ser apenas um.. cervo, a baía é cheia deles.
Rita se encontra no corredor, andando descalço e com passos delicados para não ser escutada por quem estivesse do lado de fora. Ela se mantém numa posição defensiva, estendendo a faca para o alto...De repente, a porta do fundo começa a fazer barulhos, como se alguém estivesse tentando arrebentá-la para que possa entrar.
Os ruídos de ferrugem da maçaneta deixavam Rita em completo choque, ela apenas se virava em direção a esta porta, segurando fortemente a faca que não parava de escorregar das suas mãos graças ao suor excessivo por causa do medo.A porta foi aberta. Um pé de cabra cai no chão após ter feito o seu trabalho de conseguir abri-la com a ausência de uma chave, e Rita arregala os olhos, vendo, a poucos metros de distancia, uma figura de estatura alta, seu chapéu escuro e curvado cobria metade da sua face, podendo ser visto apenas sua boca e barba mal aparada, ele não estava sorrindo, parecia estar sério ou bravo. A garota num instante percebeu que aquilo.. não era nenhum ladrão e muito menos um cervo.
(Gordo.. Barba mal cuidada.. Roupa ridiculamente apertada.. E esse chapéu country do.. Do papai!?) Rita franze as sobrancelhas, acendendo a luz do interruptor que estava literalmente do seu lado direito, na parede, ela pôde ter uma visão melhor do indivíduo, que levantou a cabeça, e Rita conseguiu identificá-lo: era apenas o seu tio Barney.
— Depois eu arrumo isso. — Dizia o homem, enquanto carregava uma mochila enorme, como aquelas de escoteiro; sua mulher vinha logo depois, arrastando uma mala com rodinhas.
— Caramba.. Vocês me assustaram, olha a hora que vocês chegaram! — Dizia Rita, enquanto correu para o seu quarto para guardar a faca, seus tios não sabem que ela a possui, e pela lerdeza de Barney, o homem mal notou a arma branca na mão de Rita.
— Não vai me dizer que você estava dormindo 5 horas da manhã! — Dizia Rose, a mulher de Barney, que no caso, era a tia de Rita.
Ambos são inseparáveis, se é que vocês me entendem...— Lógico! Eu mereço esse descanso, pra quem teve que acordar 5 da manhã e estudar a semana inteira enquanto os bonitões estavam curtindo a porra do Seattle. — Dizia Rita, irritada. Ela havia perdido completamente o sono, então voltou para o corredor, estando de braços cruzados apenas observando eles entrarem.
— Menina, lá foi incrível! As praias de lá são lindas... — Rose começou a falar, e quando ela começa a falar de algo que ela passou ou gosta muito, não há quem segure...
(É tão triste vê-los assim...) Pensava Rita, não prestando atenção alguma ao que sua tia dizia, a voz de seus pensamentos era capaz de abafar todos os outros sons ao redor.
(Eu sinto pena dos filhos deles, mesmo que eu os odeie com todas as forças... Onde eles estão, afinal?!) Rita se perguntava sobre onde estavam os filhos de Barney e Rose, e após isso, eles aparecem na porta, entrando e correndo em sua direção.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ÐUAŁITAS🍃
غموض / إثارةRita é uma latina ex interna de um reformatório, que se mudou recentemente com seus tios para uma baía misteriosa chamada Whispers Bay, onde ela encontra novas amizades e acontecimentos bizarros que a fazem questionar sua visão sobre o mundo.