Contos sangrentos de Annete

Cap. 16 - O portão vermelho

Annete estava deitada em seu leito, Thales estava em sua companhia a observando preocupado.

-Annete, houve um acidente na escola e tudo caiu em cima de nós, estávamos no ginásio no momento.

- Eu sei que isso é mentira, eu só não tô conseguindo me lembrar o que realmente aconteceu, é muito importante que eu me lembre.

- O Dom teve morte cerebral. Ele e a Kaori não tem pais, são dependentes um do outro, quando ela acordar ela vai precisar muito de nós, principalmente você.

- Droga! Isso não tá acontecendo, por quê sinto que isso é culpa minha? - chorava.

- Calma Annete, foi um acidente. Você não tem culpa nenhuma.

Annete se levanta e caminha lentamente cambaleando até a porta, ao quase cair ela é segurada por Thales, e sua mãe aparece junto a Nora.

- Deixa de ser teimosa, você teve um quadro grave de anemia. Não se sabe realmente como você chegou a esse estado, seu histórico médico era perfeito, chegou aqui sem nenhum ferimento, você quase morreu.

- Como está o resto do pessoal que estava lá? E a Kaori?

- A Penélope está bem, só estão esperando ela acordar. Já a Kaori ficou muito tempo com o coração parado, faltou oxigênio no cérebro.

- A Penélope estava lá também? Ela estava desaparecida. Eu preciso me lembrar, algo está acontecendo. - pensava e mordia os lábios, Annete.

- Por favor, quero que saiam todos! A paciente precisa descansar. - de repente entra uma enfermeira de cabelos rosas entregando comprimidos a Annete.

Nora ao sair do quarto junto com todos, dilata suas narinas ao sentir um cheiro. Mas ignora e logo sai dali.

- Você precisa dormir, logo ficará melhor, nem lembrará que estava mal. Boa noite garota. - saiu do quarto a enfermeira.

Já era noite, Annete se levanta da cama e começa a caminhar pelos corredores do hospital que estavam vazios. Logo ela vizualiza um quarto onde haviam duas pessoas dormindo, era Kaori e Penélope.

- Annete, você deveria estar descansando. Não se preocupem, elas vão ficar bem.

- Tem alguma coisa acontecendo Thales, eu não posso ficar só parada assistindo. Alguma coisa na minha cabeça parece estar nublado, é como se estivesse um vazio cheio de coisas.

- Eu também estou me sentindo assim, eu acabei despertando e usando algo que eu não me lembre. - olhou Thales para o seu braço.

- Droga, o que estão fazendo aqui? Garota, você deveria estar dormindo. - surge novamente a enfermeira de cabelos rosa.

- Garoto, eu não quero você andando por aí desse jeito.

- Olá enfermeira, por quê não deixa eles em paz? Quero conversar com você em particular.

- Pois não, me siga por favor. - saiu dali caminhando e Nora logo atrás.

- Sua habilidade de fazer os outros esquecerem sua aparência é perfeita mesmo só funcionando estando alguns metros da vítima. Mas você não consegue me fazer esquecer o cheiro do seu perfume enjoativo, Moema. O que está fazendo aqui? - uma tatuagem aparece no braço de Nora e uma energia começa a flamejar.

- Eu só estou fazendo meu trabalho.

- Você está mexendo com a cabeça de todos aqui. - uma lâmina aparece nas mãos de Nora.

- Não acredito que está querendo usar isso contra mim, logo contra sua irmã mais nova? Você nem sabe o que aconteceu né? - disse a mulher de costas.