capítulo um

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oi oi gente! Tenho alguns avisos SUPER importantes

na sinopse da fic deixa claro alguns gatilhos, principalmente sobre aborto e tentativas, que vai ser basicamente no que vai girar esse comecinho da fic. Eu não quero transformar isso em um debate sobre quem é a favor ou contra o aborto e muito expor minha opinião. Isso é uma FICÇÃO e eu criei essa narrativa para que possa dar andamento na minha ideia. Então por favor, peguem leve e não se prendam a isso. Quem não se sentir confortável, tudo bem

eu também não vou deixar tudo bem detalhado, é só algumas cenas e falas.

dito isso, bem vindos ao primeiro capítulo

boa leitura
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NARRADOR POV

Camila estava agora se preparando pra enfrentar sua realidade e voltar ao colégio depois de quase 1 mês longe. Sabia que aquilo poderia prejudicar muito seu andamento como aluna, mas ela não poderia se importar menos. Deu todas as desculpas e inventou outras ainda piores para sua mãe e Noélia de que não poderia ir até a escola. As duas mulheres de sua vida viam que Camila não estava bem, mas não imaginavam o porquê, mas não discutiam quando ela falava a cada novo dia que ficaria em casa e que não iria à aula.

Dentro dessas quatro semanas, Camila ficou uma semana inteira se culpando e tentando fugir de sua realidade atual. Aceitar aquilo, era aceitar que caiu num golpe e que tinha sido feito de trouxa por uma das únicas pessoas que ela tinha deixado se aproximar. Aquilo não iria mais acontecer. Sempre foi muito fechada, não tinha amigos de longa data ou que pudesse dividir seus segredos e sua vida, por isso sua confiança era limitada. Demorava para ela de fato se abrir e se permitir que alguém se aproximasse para conhecer o seu mais íntimo, uma parte que ela deixava escondida.

Nos outros dias, nas outras três semanas que restaram depois de passar uma semana inteira enfiada no quarto surtando, ela reagiu e começou a fazer pesquisas. Pesquisa de como abortar um bebê.

Não era religiosa, não tinha nenhuma crença e nenhum Deus para que pudesse se sentir culpada ao fazer aquilo. Apenas sabia de biologia o suficiente para saber que era bem mais fácil no início na gestação e sabia também que ir a uma clínica de aborto legalizado sendo menor de idade iria gerar muito mais problemas. Não queria ter que explicar aquilo à sua mãe, tinha e precisava resolver suas coisas sozinhas, principalmente aquilo. Sempre foi assim. Talvez fosse porque sua mãe quase sempre estava longe, então era sempre mais fácil inventar uma desculpa de que estava tudo bem com ela.

As ideias da internet eram absurdas, a morena chegava a duvidar de como aquilo realmente poderia fazer efeito, mas como não tinha opções no momento, ela tentaria todas elas. Não tinha como contestar, ela só queria acabar com aquilo que estava acabando com ela. Se sentia até um pouco burra naquele momento, era uma menina estudada e o fato de acreditar em postagens como aquelas só dava ainda mais certeza de que estava desesperada e fora de órbita. O desespero às vezes te levava a fazer coisas que você nem imaginava

Camila olhava seu corpo desnudo no espelho de seu quarto, que era e sempre tinha sido o seu maior refúgio, e ficava pensando nas mudanças que aconteceriam dali pra frente. Nunca havia se imaginado mãe, não por não gostar de crianças ou algo do tipo, mas por não ser aquilo um propósito de sua vida como mulher. Tinha outros planos em mente, como ir para Harvard, Oxford ou a Stanford estudar artes que era o que ela mais queria e sonhava. Sempre havia se imaginado em frente as salas de aula, dando aulas para jovens que assim como ela eram apaixonados pela arte. Mas agora ser mãe poderia acontecer em um futuro muito próximo se ela não conseguisse concluir o que planejava.

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