capítulo dois

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oii, e vamos de mais um capítulo. Lembrem-se de que é apenas uma história...
me desculpem os erros e boa leitura

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NARRADOR POV

Não deu certo! No site de pesquisa para meninas desesperadas igual a Camila, falava que em no máximo 3 semanas sentiria fortes dores abdominais e que o aborto aconteceria. Acontece que nada aconteceu com Camila. O feto ainda estava em seu ventre, crescendo e a cada novo dia tornando ainda mais real sua nova realidade. Se tornaria mãe dali a alguns meses.

Além de ter que lidar com um bebê indesejado, ainda tinha que lidar com todas aquelas pessoas na escola. Já faziam duas semanas, mas parecia que tinha 2 anos. As pessoas nunca paravam de encarar e rir da morena sempre que ela passava e faziam questão de apontar e desviar quando ela chegava perto. Ela ainda não se importava. Ela tinha certeza de que passaria por aquilo sozinha e que quando tudo desse certo, aos coisas voltariam ao normal. Pobre Camila.

Tinha também os professores que insistiam nos trabalhos em dupla e grupo, afirmando que eles tinham que aprender a trabalhar em equipe e praticar a coletividade para um futuro profissional bom. Aquilo era outro inferno pra Camila. Ninguém queria fazer trabalho com ela e ela tinha que inventar as mais variadas desculpas quando apenas seu nome estava assinado no trabalho feito. Ninguém, exceto uma pessoa

Tinha aquela menina, com a voz rouca e baixa, que insistia sempre em tentar uma aproximação e fazer Camila interagir. Mas nunca funcionava. A latina não a encarava nem para negar, o que deixava a outra frustrada, mas apenas ficava olhando e esperando alguma reação contrária, e quando não vinha nada se afastava. Camila não precisava de aproximações forçadas, estava melhor sozinha.

Nos intervalos ela se enfiava na sala de música e ficava lá até o horário de voltar às aulas. A sala de música era enorme, assim como quase todos os lugares daquela escola, tinha todos os instrumentos possíveis, microfone, jogos de luzes e até um pequeno estúdio ao fundo, com aparelhos de mixagens e uma cabine com microfone e fones de ouvido. Camila vendo o violão apoiado nas bases, todos alinhados e enfileirados, sentia uma saudade apertando o peito ao lembrar das tardes e noite em seu quarto dedilhando melodias e compondo músicas. Tinha um caderno com várias delas, nunca havia mostrado pra ninguém e nem pretendia, já que fazia por hobbie e ali, nas linhas escritas, eram colocados todos os sentimentos e palavras que ela não conseguia externar. Uma ótima forma de se expressar.

Sabia que não podia ficar ali enquanto não tinha aula, era proibido com direito a detenção e advertência. Eles tinham controle rígido, sabiam que adolescentes em sua fase de hormônios em ebulição eram terríveis e sempre arrumavam um jeito. Mas Camila não poderia se importar menos, ultimamente andava não se importando com nada. Só uma coisa tinha importância no momento, que era conseguir se livrar de um bebê não planejado

Pensou até em deixar a criança vir ao mundo e depois deixá-la em frente a alguma igreja ou orfanato, assim como nos filmes e novelas, mas isso realmente só funcionava na ficção. As câmeras de segurança espalhadas por cada lugar daquela cidade, com certeza iriam captar o momento e os problemas seriam ainda maiores. Camila seria detida, já que aquilo era considerado crime. Artigo 134 do Código Penal, que descreve como conduta criminosa o ato de desamparar ou expor o bebê a perigo, com intuito de esconder desonra ocorrida pelo ato de concepção. Além de praticar um crime, ainda teria que explicar à sua mãe o que tinha acontecido. Seriam problemas em dobro.

Outra coisa que ela não havia feito. Contado a sua mãe. A mulher mais velha mal sabia o que estava acontecendo com sua filha, mas sabia que tinha algo a incomodando, já que Camila andava mais quieta, pra baixo e quase não se quer sorria. A adolescente mal comia. Isso fez Noélia e Sinu conversarem entre si e tomarem a decisão de observar cada passo da mais nova de perto. Sabia que aquilo poderia irritar um pouco a adolescente, já que Camila sempre preservou por sua liberdade e nunca tinha dado motivos para desconfiança. Não até o momento. Sinu até mesmo tirou algum tempo de férias para cuidar melhor da filha, seu maior medo sendo Camila estar doente e ela estar alheia e negligente aquilo. Não iria acontecer jamais sob seu teto e seus olhos. 

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