capítulo sete

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sextou de carnaval e vamos de capítulo novo

me desculpem qualquer erro, eu reviso, mas sempre algo pode passar batido

comentem, é importante para saber o que estão achando

boa leitura

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NARRADOR POV

O coração de Camila batia de forma descompassada ao silêncio de Sinu, que até o momento estava aérea e seus olhos vagavam meio perdidos. Sabia que a notícia podia sim abalar muito sua mãe, e só de não estar escutando gritos, já sentia um alívio muito grande dentro do peito. Também tinha medo de decepcionar a mais velha, já que Sinu sempre foi uma mãe muito mente aberta, atual e que conversava sobre tudo. Camila tinha acesso a várias informações e suas perguntas eram todas respondidas de forma clara e educativa. Sabia desde quando tinha 13 anos o uso da camisinha e sexo seguro, pílulas do dia seguinte e anticoncepcionais, sabia o que acontecia quando você se descuidava e fazia sexo sem proteção. Agora grávida e vendo a mãe chocada com a notícia, dava a impressão que não absorveu nada do que ela tinha ensinado, que tudo tinha entrado por um ouvido e saído pelo outro. Mas não era bem assim. Camila não queria passar essa imagem para mãe, mas precisava que a mulher reagisse para começar a falar

:- Mãe... - o chamado em um tom de voz manhoso e choroso despertou Sinu de sua própria bolha de pensamentos. Os olhos castanhos tão parecidos com os seus, estavam cheios de medo e brilhando em lágrimas. Óbvio que sabia que a filha estava guardando isso por bastante tempo, com medo de sua reação. Não sabia explicar exatamente o que estava sentindo, era um misto de emoções ao saber que sua garotinha estava esperando um bebê, mas também sabia que nenhuma atitude feita de cabeça quente iria adiantar alguma coisa. E então ela fez o que seu coração de mãe mandava.

Seus braços se abriram em um pedido mudo para que Camila se enfiasse ali. E ela não demorou muito a fazer. Outra onda de choro a atingiu e mais um peso saiu de suas costas. Esconder aquilo de sua mãe estava a destruindo pouco a pouco. Sinu também derramava algumas lágrimas enquanto sentia o corpo de Camila tremer e os soluços audíveis ecoarem por todo o quarto

:- Me desculpa mama - o pedido em meio ao desabafo de lágrimas fez Sinu apertar ainda mais os braços em volta do corpo da morena. Camila nunca havia pedido tantas desculpas em um curto espaço de tempo. Ela só precisava que sua mãe a perdoasse antes das próximas consequências que viriam

:- Olha pra mim, me escuta um pouquinho - Sinu levantou seu rosto e secou as lágrimas de suas bochechas - Nós ainda vamos conversar sobre isso e eu vou te escutar e te entender, mas eu só quero que saiba que você é minha filha, errando ou acertando. Me escuta bem, você ainda pode me contar qualquer coisa e contar comigo pra tudo - as palavras sinceras e carinhosas, fez Camila se sentir um pouco mal ao pensar que a reação da sua mãe seria diferente. Não era como se a mais velha fosse agredi-la ou expulsá-la de casa. Sinu mal gritava quando tinha que a repreender.

Camila foi até seu quarto, depois de Sinu alegar que precisar descansar e organizar as ideias, prometendo uma conversa séria para o dia seguinte. Ela até mesmo pediu pra Camila faltar a aula para que elas pudessem ter um momento apenas das duas. A adolescente não se opôs, visto que não era simplesmente despejar a notícia no colo de sua mãe e deixar por isso mesmo, precisava contar desde o começo até o atual momento. Pensou que guardaria para si sobre as tentativas de aborto, aquilo ela só tinha confidenciando e se sentido a vontade para contar a Lauren.

Foi até seu quarto e se jogou no meio dos travesseiros espalhados em cima da cama, abraçando um e suspirando aliviada. As lágrimas desciam novamente de seus olhos sem parar, o sentimento era de puro alívio. Não ter que esconder aquilo era quase como se pudesse voltar a respirar normalmente. Ainda não queria o bebê, o fato de contar não mudava que ele ainda era indesejado, e quanto a isso não sabia o que faria quando a criança nascesse. Sua mãe provavelmente iria querer levá-la a uma clínica para começar todas as consultas e iniciar o pré natal, e aquilo seria outro fardo que teria que passar, mas teria que fazer.

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