A reason to be happy

capítulo quatro

oi oi gente, mais um capítulo pra vocês

eu decidi que vou tentar postar capítulo toda sexta, seria mais tranquilo pra mim, caso eu não consiga, eu adianto ou atraso um pouco

espero que gostem, comentem e votem

me desculpem os erros

boa leitura

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NARRADOR POV

Três dias haviam se passado depois da pequena discussão entre Camila e Lauren na biblioteca. A morena dos olhos castanhos sabia que de alguma forma tinha julgado Lauren, assim como estavam fazendo com ela. Não tinha motivo nenhum para tratar a outra garota assim, mas depois era orgulhosa o suficiente para não ir até ela e pedir desculpas. Na verdade, não queria que a outra garota sofresse só porque andava com ela e achava que era isso que aconteceria se tentasse uma aproximação

Na sexta-feira, ela tinha visto como as outras pessoas estavam indo até a morena a bajulando e chamando a mesma para se juntar a eles no intervalo. O mais impressionante, era que Lauren era sempre educada com seus sorrisos simpáticos, mas nunca via ela se misturando. Na verdade, a morena estava sempre com uma menina negra, de pele brilhante, cabelos enrolados e volumosos, sorriso bonito e sotaque engraçado.

O nome dela era Normani Kordei Oliveira, filha de mãe brasileira e pai americano. A negra era da Bahia, tinha dupla nacionalidade e os pais Andreia Oliveira e Patrick Kordei, eram arquitetos muito famosos, e foi assim que os dois tinham se conhecido. Normani morava com a mãe na Bahia, antes de viajar e ir morar com o pai ali no Canadá, entrando para o programa de intercambistas. Apesar de amar o país, ela sabia que seu lugar era no Brasil, onde tinha nascido e ao lado de suas raízes baianas e sua família.

Camila só sabia daquilo tudo porque a negra tinha entrado para o grupo das líderes de torcida e as fofocas voavam dentro daquele colégio. Quem entrava ali, praticamente tinha um dossiê de sua vida exposta para quem quisesse saber. O mais engraçado era que ela nunca tinha ouvido falar nada de Lauren. Nenhuma fofoca, nada sobre sua família ou alguma polêmica, o que era de todo muito estranho. Ou a morena dos olhos verdes era reservada demais ou sem graça o bastante para eles não quererem saber de sua vida. Camila imaginava que as pessoas a queriam por perto por sua beleza e aquilo era tão ridículo que por um momento ela dava graças a Deus por ter se livrado de todos.

Estar em casa também não estava sendo de certa forma muito bom. Sinu jurou que não iria pressionar e iria esperar o que quer que fosse que Camila tivesse que contar, mas não era bem isso que estava acontecendo. A mais velha de forma sutil, mas nem tanto, estava sempre olhando os passos da mais nova, fazendo perguntas demais e ficava frustada quando Camila desviava do foco. Mas a outra parte era boa, ter sua mãe em casa era acolhedor, fazia ela não se sentir tão sozinha. Receber carinho e colo de mãe com certeza curavam certas coisas profundas demais.

Quanto ao bebê que ainda crescia em sua barriga, ela havia tido mais uma tentava falha de aborto e descontava diversas vezes em seu corpo. Batia em sua barriga com certa força como se isso fosse ajudar de alguma forma. Era realmente perturbador. Esses eram seus momentos de crises mais fortes, quando ela tinha que se trancar em seu banheiro, sufocar os gritos e ferir seu corpo. Sentia tanta raiva. As lágrimas eram de frustração e tantos sentimentos misturados, estava a ponto de surtar

Era sábado, e Camila podia respirar um pouco e se aliviar da pressão em cima de si que tinha na escola. Estava deitada em sua cama, o celular aberto no contato e na conversa vazia de Lauren. Precisava falar com a garota e terminar o trabalho, mas não queria dar o primeiro passo. Orgulho. Desistiu daquilo e pulou rápido da cama, iria sair. Colocou roupas leves de academia e se despediu da mãe com um grito já na porta de casa, sem nem dar chance da outra protestar. Nem se quer havia comido algo. Iria fazer exercícios. Os mais pesados, de alto impacto e por muitas e muitas horas, era outra coisa que tinha pesquisado e que iria pôr em prática. Aquilo era perigoso para quem estava no começo da gestação, era o perigo que Camila precisava.