Pov Soraya:
Fiquei um tempo em silêncio sem conseguir responder Simone, acho que eu estava um pouco nervosa por... Nem eu sabia o motivo por eu estar assim.
— Eu vim falar com você, Simone. — Comentei lhe observando fixamente.
— Tudo bem. — Apenas disse isso para mim, enquanto abria seu portão. — E você, Tom? Veio acompanhá-la? — Perguntou olhando para meu amigo.
Franzi o cenho ficando confusa. Eles se conheciam?
— Sim, Simone. — Tom respondeu sorrindo fraco, olhando para mim.
— Não sabia que vocês se conheciam. — Falei com sinceridade enquanto intercalava meu olhar para eles.
— No ano passado, eu caí de cavalo aqui perto da fazenda da Simone, e ela me ajudou com os meus ferimentos já que eu estava sem roupa adequada para montar em um cavalo. — Tom explicou reprimindo os lábios.
Olhei para Simone com a boca meia aberta, e ela assentiu concordando.
— Depois disso, nós viramos grandes amigos, né Tom? — Simone perguntou com um timbre divertido.
— Com toda certeza. Serei grato a você por toda vida. — Respondeu carismático, vi Simone assenti para eles. — Bom, Soraya eu preciso ir agora, espero vê você novamente amanhã. — Comentou olhando para mim.
— Tudo bem. — Pronunciei sorridente.
Tom se inclinou para frente, e deu um selar demorado na minha bochecha, fechei meus olhos e os abri rapidamente, observei Simone virar a cara para o lado, como se não quisesse ver o ato de Tom. Mas deveria ser só impressão minha.
Meu amigo foi embora depois que nos despedimos, e eu fiquei olhando ele se afastando de mim.
— Você quer entrar, ou vai ficar parada aí olhando ele ir embora feito uma boba apaixonada? — Sair do meu transe assim que ouvi Simone dizer aquilo.
Me virei para o lado vendo que ela estava com um semblante não muito agradável. Mas também, não esperava mais que isso.
— Eu não estou apaixonada por ele, somos apenas amigos. — Desmentir o seu palpite inadmissível.
— Sabia que existe amizade colorida? — Ela perguntou em um tom provocativo. — Não duvido nada que vocês estão se pegando.
— E se estivermos? Está com ciúmes? — Provoquei também, com um sorriso de canto.
— Ah, por favor, Thronicke. Eu não gosto de homens, ainda mais garotos.
— Eu não estava me referindo a você sentir ciúmes dele, e sim de mim. — Lhe olhei maliciosamente, me segurando para não rir.
Ela ficou me encarando, parecia que tinha ficado sem palavras para retrucar, o que deu a entender que eu ganhei o seu jogo ridículo de provocações. Me senti vitoriosa por dentro.
— É... Você não disse que queria falar comigo? Suponho que não seja esse o seu assunto. — Falou quase gaguejando, parecia estar nervosa.
Soltei uma pequena risadinha baixa pelo jeito que eu deixei ela.
— Eu vim falar com você sobre aquele assunto de hoje mais cedo. — Me recompus mantendo a postura.
— Tudo bem, entra. — Me deu passagem erguendo o braço para frente.
Andei passando pelo portão e por ela, me virei para trás vendo ela trancar o portão, depois começou a me seguir, e eu fui em direção a sua casa.
Já sabia muito bem o caminho, já que estava há uma semana trabalhando para ela, conhecia vários lugares da sua fazenda.