9° Capítulo

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A manhã passou rapidamente.
O dia já estava em seu meio, quando o moreno se aproximou a passos calmos, abrindo os botões de seu blazer.

Havia chegado a pouco da empresa e estava atrasado para o almoço.

Aproximou-se da esposa, beijando o alto de seus cabelos, antes de se sentar em seu lugar.

— Desculpem o atraso.— Kaya suspirou, voltando os olhos para a família, notando a ausência do tio.

— Kaya, como está a empresa? —a voz de Edson surgiu preocupada, notando que o neto sempre estava ausente ou atrasado durante as refeições.

Os olhos de Kaya voltaram-se para sua família,  encarando demoradamente o primo, que mastigava.

— Eu fui roubado, avô. Alguém da empresa invadiu meu escritório e arrombou cofre.— o moreno explicou, recebendo os olhos de Felip sobre si, no mesmo momento que o encarava.

— Isso é muito sério. Roubaram um documento importante?— o patriarca perguntou curioso com a calmaria do neto.

— Não tem problema, já coloquei investigadores atrás da pessoa.— Kaya deu de ombros voltando já olhos para seu prato.

O som da porta abrindo violentamente, chamou a atenção da família, que encarava o homem gritar irritado.

— COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO COMIGO!— a voz do homem era alta, irritada, alterada.

— Cassiano?!— Edson soou o repreendendo.

— ESSA VADIA LOUCA QUE VOCÊ ARRUMOU PRA CASAR COMIGO! Ela me traiu pai! Felip não é meu filho!— Cassiano cerrou os dentes ao chegar ao lado do pai, lançando os documentos do exame de DNA que havia feito.

— O QUE?— a voz do patriarca soou alta, como a um trovão.

Os dedos de Suna alcançaram a mãos de Kaya sobre a mesa, trêmula de medo.

— É isso que você ouviu, Edson Campana! Seu neto é uma fraude e você quem plantou essa vagabunda nesse inferno de mansão! Você quem a trouxe!— Cassiano praguejou na direção do pai. — SAIA DAQUI!— o homem balbuciou, na direção da esposa.

— Querido...— Ana murmurou em lágrimas, levantando-se da mesa.

— SEM ESSA PORRA DE "QUERIDO"! PEGUE SUAS MALDITAS ROUPAS E SUMA!— Cassiano alterou-se, aproximando-se da mulher, tomando seu braço em punho.

Felip avançou sobre o homem, tentando impedi-lo de segurar sua mãe.

— Pai...— Felip tentou dizer, mas foi empurrado pelo homem.

— Eu não sou seu pai! Você não é um Campana. Suma daqui e leve essa mulher com você!— Cassiano praguejou alto, apontando para Sara, sentada ao lado de Felip.

— Cassiano!— Edson mais uma vez tentou interferir, no entanto sentiu o ombro ser puxado para trás e o corpo de Felip avançar sobre a mesa.

— Já que é assim... Você quer realmente jogar assim? Vão jogar as cartas na mesa, não é Kaya!— o mais novo sorriu largo, segurando as lágrimas.

O Campana levantou-se, sorrindo minimamente, na direção do primo, que tremia de raiva.

— Maravilha! Foi você não foi?— Kaya perguntou curioso, enfiando ambas mãos no bolso.

Lentamente, Felip avançou em sua direção, encarando-a de perto.

— O que? Não está surpreso que descobri sobre sua farsa?— o mais novo sorriu, ameaçando-o.

— Do que está falando Felip?— a voz de Edson surgiu preocupada, aproximando-de do neto.

— Eu quem roubei seu escritório... E sabe o que eu encontrei, grande Edson Campana... Seu querido neto e herdeiro se casou por contrato!— Felip cerrou os dentes, virando-se para o velho junto a suas costas.

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