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Passou-se cinco meses, estou no último semestre da faculdade, e o meu relacionamento está bom, ultimamente estamos brigando bastante, mas não é nada preocupante, eu acho, o cansado de estar limpando quase todo dia me deixa deprimido, estar sozinho piora essa situação e talvez seja isso que esteja agravando as nossas brigas, mas está tudo bem, estamos bem, eu estou bem.

Meninas malvadas passava na televisão, como de costume assisto coisas que me aproximam do meu marido já que ele não está próximo, leio romances mais clichês possíveis, toco todos os dias me distraindo do tédio e da depressão que é não estar com ele, digo, é legal ficar sozinho e curtir, mas todos os dias e mal aproveitar quem ama é tão horrível, não que estejamos em uma crise ou algo parecido, mas só estamos complicados agora, é só uma fase, é apenas uma fase

A porta se abriu e passos se aproximaram do sofá, o meu marido sentou ao meu lado passando o braço em volta do meu ombro

— Oi — disse beijando a minha bochecha, olho o relógio, 20:40, duas horas depois do seu expediente, comparado aos outros dias ele chegou cedo — Como está?

— Estou cansado, vou deitar — levanto sem dizer mais nada subindo para o quarto

Deitei na cama com os olhos fechados esperando o sono vir, esperei o cansaço me pegar, mas eu ouvi ele entrar no banheiro, tomar banho se deitar ao meu lado e o sono não vir, passei a noite toda segurando o choro frisando que é apenas uma fase no casamento enquanto me encolhia, chorei mais uma noite silencioso, temendo que isso não fosse apenas uma fase que isso ficaria e se arrastaria pro resto das nossas vidas

— Bom dia — desejei após ficar a noite toda remoendo o que fazíamos, não somos jovens demais pra casar? Mal nos conhecemos, é certo fazer isso? — Dormiu bem? — não construímos direito um relacionamento e fomos direto para o casamento, e se a gente só se gostar nos primeiros meses? E se ele não me quiser mais?

— Dormi bem, meu gatinho — acariciou o meu rosto, por um instante o meu coração se aliviou sob seu toque, deitei a cabeça em sua palma esfregando a bochecha — Como você dormiu?

— Bem, até — beijo a palma da sua mão — Você pode chegar cedo hoje? Queria beber com você e conversar um pouco, estou com saudade

— Posso, sim — beijei os seus lábios com carinho, sentamos a mesa começando a comer — Como está sendo a faculdade?

— Está um pouco difícil, mas vai passar já que é o último semestre

— Alguma gravadora te chamou?

— Ainda não — voltamos a ficar em silêncio por opção minha

Lavei a louça, arrumei a sua gravata e fomos enfrentar o dia. Cheguei cedo da faculdade e fui direto tomar um banho, arrumei um pouco a casa animado que vamos jantar juntos como um casal, eu disse que é só uma fase, nos amamos muito, tanto que chega ser insuportável de melosos.

As quatro horas hidratei o meu cabelo junto da minha pele, as cinco procurei a minha roupa para me vestir, as seis terminei de arrumar a mesa, luz de velas e nossas comidas favoritas, as seis e meia peguei o meu celular para verificar o horário, vinte minutos depois mandei mensagem para ele, "estou um pouco ocupado", foi o que ele disse, quarenta minutos depois as velas derreterem por completo e a comida esfriou, as dez e vinte desisti de esperar o Hoseok e guardei tudo, as dez e cinquenta a porta da frente se abriu

Não me importei por já estar bebendo sozinho, aproveitar a minha companhia é o que me resta, os passos soaram calmos no assoalho numa tentativa de fazer silêncio, liguei a luz quando estava na metade do caminho para o quarto

— Gatinho? O que está fazendo nessa hora?

— Não sei, me diz você — virei a taça deixando na mesa do centro — Estou a tanto tempo me divertindo comigo mesmo que esqueci — coço a nuca — Do que mesmo? Não importa, estou bem assim — comecei a subir as escadas ignorando o seu corpo, mas fui segurado com delicadeza

O meu pôr do solOnde histórias criam vida. Descubra agora