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Mesmo com a resposta na ponta da língua me contive e olhei para os meus amigos que de forma nada discreta nós encarava como se fossemos o melhor entretenimento que tinha nessa casa, mostrei o dedo do meio pegando o meu celular para evitar aqueles olhos e sorrinhos maldosos. Fiquei mexendo apenas um pouco sentindo o braço ser passado por meus ombros e sendo deitado no peitoral quentinho do Hoseok, não disse nada continuando a acessar as minhas redes sociais, de vez em quando ele ria de algum vídeo que eu via e até me impedia de passar por querer ler ou ver e mesmo um pouco irritado com a sua forma abusada apenas deixei que fizesse aproveitando os leves toques sem querer das mãos me causando arrepios pelo choque térmico.

Passamos pouco tempo assim até os outros anunciarem que iriam embora apenas observando sem acompanhar eles por já serem de casa e eu não querer sair de forma alguma dos braços dele, continuamos assim até seu pai ligar e infelizmente atrapalhar ele fuçar o meu celular procurando o que assistir.

— Gatinho — despertei do pequeno transe, não percebi que estava olhando por tanto tempo para o seu rosto — Preciso ir agora, mas não sente a minha falta — aperta a minha bochecha e bato em seu peito levantando e o seguindo até a saída — Até amanhã, gatinho.

— Até — continuei na porta esperando ele ir embora, mas não o fez continuando me olhando e solto uma risadinha baixa — Era a sua hora de ir.

— Assim? Sem nenhum beijo na bochecha e falando "Boa noite querido, tenha bons sonhos pensando em mim" — implica e acabei rindo um pouco alto e cubro a minha boca tentando conter para não acordar quem estava dormindo — Vai, gatinho.

— Hoseok, vai se fuder — mando entrando na casa — Vai embora ou quer que eu te expulse com uma vassoura?

— Uau! Me expulsaria que nem um vira-lata? O seu futuro marido? Sinto que vou ter dificuldade com você... mereço ser tratado bem, poxa — reviro os olhos com a mão na cintura.

— Vou começar a cobrar.

— O que?

— Você me olhar tanto, já dei tchau duas vezes e não vou falar esse negócio ridículo — ouvi sua risada e continuo esperando ele ir logo, meu sono é precioso.

— Se for assim também vou cobrar, vai falir em menos de trinta minutos, é impossível não ficar me olhando — se gaba e o olho de cima abaixo reparando em cada detalhe da sua roupa, tênis chamativo, calça clara e uma blusa preta um pouco colada no seu corpo, as pulseiras com anéis, e finalmente o seu rosto — Gatinho, assim eu fico com sede! Vai com calma, não é porque é rico que pode falir desse jeito!

— Eu vou fechar a porta na sua cara — seu corpo ameaçou de se aproximar mais de mim, não sei exatamente o motivo, mas o meu telefone interrompeu o nosso momento e ao olhar a tela fiquei irritado desligando a chamada — Tchau — fechei a porta irritado não com ele, mas sim quem me ligou.

Subi as escadas puto da vida deitando na minha cama querendo jogar o meu celular fora.

☽☀

A única coisa que sinto é a frustração, sinto que vou explodir a qualquer momento, a minha cabeça dói de tanto pensar e reprimir as minhas emoções, estou a beira de um colapso a qualquer momento, tudo me irrita, tudo me faz ter um ódio maior de viver, de ter acordado, de ver pessoas, sinto que vou espancar qualquer um que entrar na minha frente até a morte, eu não aguento mais! Eu estou tão cansado, tão cansado, quando acho que vou ter paz a porra da minha cabeça não para e me perturba até que eu surte com algo ou alguém, que eu me machuque de novo e de novo voltando naquele ciclo vicioso que agora foi quebrado quando decidi parar de me entorpecer, o pior de tudo foi o meu corpo querer recorrer de forma desesperada por arranhões em meu corpo, em puxar o meu cabelo, me enforcar, qualquer coisa que eu sentisse dor, me ver arranhando o meu piano, tratando quem amo mal, a mínima coisa que tem para me autodestruir estou fazendo, simplesmente não aguento mais tudo e estou cogitando em apagar tudo e me excluir de vez da sociedade e quem sabe assim eu poderia me matar em paz.

O meu pôr do solOnde histórias criam vida. Descubra agora