(9) plans

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Kirishima PoV

Sentado em cima de um tronco grosso de uma árvore, eu balançava meu pé revestido pelo all-star vermelho. Ao meu lado, Bakugou estava em uma pose relaxada, olhando para mim com um sorriso de canto diferente.

— Seus olhos são lindos, Kiri. – sorriu, se aproximando de mim — É realmente uma pena.

Com uma expressão confusa, olhei para o mesmo

— O que é uma pena? – seus cabelos loiros se tornaram preto em questão de segundos. Ele desviou o olhar para o chão, onde me vi deitado e fraco, como um corpo morto, de cabelos escuros. Machucado e sujo. Sujo por ele.

Arregalei meus olhos.

— Uma pena que você vá morrer assim. Sozinho. – eu o olhei assustado e seu rosto se desfez, em seguida todo o seu corpo se desmanchou de maneira amedrontadora em minha frente.

Ofeguei, olhando de volta para o meu corpo sem vida.

— Bakugou! – abri os olhos, tentando recuperar a respiração. Quando me dei conta, estava agarrando o braço de Bakugou extremamente forte. Ele está aqui...

— E-ei, oi! Tá tudo bem? – ele perguntou, ainda acordando, coçando seus olhos. Se aproximou de meu braço e o acariciou, com o olhar preocupado.

— E-eu tô bem... foi um pesadelo... – disse baixo, e o mesmo me deu um abraço sem jeito.

— Tá tudo bem, Kiri... já passou. – ele sorriu leve. Seus fios estavam rosa claro. Acho que era pela manhosidade de acabar de acordar.

Então, ouvi a porta. Rapidamente, comecei a me agitar sobre a cama com uma expressão de desespero, e Bakugou fez o mesmo.

— É seu pai? – ele perguntou, estático e assustado, num sussurro. Assenti com a cabeça — Puta que pariu!!!

A última frase saiu com uma voz baixinha e fina que, se eu não tivesse tão nervoso, teria dado risada.

O menino levantou e ajeitou o cabelo rapidamente, indo em direção à janela

— Te vejo na escola, Eijiro. Qualquer coisa me liga – deu um sorriso que mexeu um pouquinho comigo por dentro. Nem soube reagir. Apenas vi o garoto pular a janela e correr para a sua casa.

Coloquei a mão sobre meu peito e de repente, meu pai abriu agressivamente a porta. Me encolhi na cama.

— Estou em casa o dia todo hoje, Eijiro. Faz o favor de arrumar tudo quando chegar. E vai vestir a roupa que eu mandar vestir. – com seu jeito autoritário, aquele homem cuspia as palavras com um bafo bêbado, e voltou para o sofá da sala onde apenas sentava e mofava enquanto assistia TV e bebia cachaça.

Suspirei fundo. Queria não deixar aquilo me abalar após pensar em tudo que Katsuki fez por mim.

Levantei e tomei um banho, vestindo o uniforme de seguida. Fui para a cozinha e comi uma torrada que preparei, saboreando cada mordidinha. Quando acabei, passei pela sala e saí sem dizer uma palavra ao meu pai. Olhei para frente e Katsuki estava lá, me esperando. Seu cabelo não havia mudado de cor.

Ele sorriu.

Eu sorri também.

— Ei. É... eu vim ver se você quer ir comigo hoje – perguntou, balançando seus pés.

— Quero. – respondi depressa, me juntando ao garoto e começando a caminhar — O que comeu no café da manhã?

— Bolo – riu — Com a minha mãe em casa, bolo é o que mais como.

C O L O R S • kiribakuOnde histórias criam vida. Descubra agora