(8) can you hear me?

135 11 16
                                    

ATENÇÃO!
Esse capítulo contém fortes cenas que podem causar gatilho. Recomendo que não leia partes mais pesadas ou o capítulo caso seja sensível.

Boa leitura <3

Kirishima's PoV

Bakugou era, de fato, atencioso. Entretanto, nunca foi possível uma mudança de cor no meu cabelo.

O sábado foi incrível. Caminhamos juntos para casa depois da cafeteria, enquanto tentava me expressar mais. Apesar de tudo, me sentia confortável com ele ao meu lado. Ele parecia apenas... bom.

Até chegar em casa, compartilhei um pouco dos meus gostos com o menino. Dentre eles, a cor vermelha, jogos de videogame, desenhar e pintar, bolo de chocolate com um morango no topo - dessa maneira, especificamente - e do estilo do cabelo dele. Ele corou com essa última.

Era bom passar tempo ao lado do menino, embora eu ainda tiveese medo do que as pessoas poderiam fazer comigo.

Quando entrei para casa, rezei para que meu pai ainda estivesse bebendo na rua. Foi por isso que aceitei sair com Katsuki logo num sábado: meu pai me disse que beberia o dia inteiro. Por mais que pusesse minha conta em risco, eu pelo menos teria o dia inteiro livre. Muito bom, certo?

Felizmente, eu estava sozinho. Subi para o quarto e tirei minha camisa, trocando a calça pesada escura por uma moletom vermelha, me permitindo não vestir mais nada na parte superior. Afinal, logo ia dormir. Desliguei as luzes de seguida, deixando apenas o abajur.

Senti uma vibração no telefone e o segurei rapidamente, um pouco nervoso. Era Bakugou.

Bakugou ^^:

Bakugou ^^: E aí! Obrigado pelo passeio, foi bem massa. Amanhã, se der pra ti, a gente faz alguma coisa legal de novo. Se precisar, sabe onde me encontrar ;)

Bakugou ^^: literalmente na casa do lado, somos vizinhos

Bakugou ^^: boa noite Kiri!!

Parei por um tempo antes de responder. Kiri. Esbocei um sorriso tão curto que quase não se via, tentando me convencer de que não deveria me sentir bem.

Eu: td bem. obrigado. foi bem bacana mesno

Eu: te vejo por ai

Fechei as abas e coloquei o celular do meu lado. Não acho que eu deveria ser feliz. Me sentir feliz. Genuinamente, não mereço isso.

Não quero que Katsuki seja apenas mais um que vai precisar se preocupar se ainda estou vivo, ou se meu pai fez algo comigo. Assim como outros que aqui já estiveram, e que simplesmente não me aguentaram mais. Eu sou apenas abandonável. Tenho problemas demais e não consigo me curar. Por mais que tente me mover, nunca saio do lugar. Que peso.

Em meio dos pensamentos, uma lágrima já caía.

— Saudades da mamãe. – disse embolado, encarando o pequeno abajur de tubarão que a mesma me deu. Fechei os olhos lacrimejantes e dormi depressa.

(...)

— Acorda, porra! Eu já falei! – meu pai dizia aos berros, me fazendo despertar tão de imediato, me erguendo tão rápido, que minha visão escureceu por uns segundos. — Não é só porque é domingo que você vai ficar ai deitado, seu merda!

O ouvia calado. Baixei a cabeça enquanto o mesmo gritava pra mim. Senti suas mãos sujas segurarem meu rosto e me fazer encarar seus olhos, e então, apenas fechei os meus.

C O L O R S • kiribakuOnde histórias criam vida. Descubra agora