Bakugou PoV's
Desde que Kirishima desligou aquela ligação, eu venho me questionando bastante. Entretanto, não queria pensar nisso, de repente era coisa da minha cabeça. Já estava tarde, mas estava com uma insônia irritante como sempre. Abri meu caderno de desenho e sentei na cadeira, o apoiando sobre a escrivaninha e pegando a caneta, desenhando sketchs para libertar meus pensamentos.
Só senti que havia acabado dormindo naquela cadeira quando o raio de sol atravessou a brecha da cortina e veio contra meu rosto, me fazendo abrir os olhos lentamente.
Quase que eu morro de tanta dor nas costas.
— Puta que pariu, ein. Sou muito burro. – resmunguei, literalmente me jogando da cadeira. Fiquei deitado por uns minutos enquanto encarava o teto, suspirando antes de levantar de uma só vez e sentir todos os ossos estralarem fortemente.
Fui para o banheiro e tomei um banho gelado, não muito demorado, e nem me preocupei em secar os fios amarelados bem mais fortes e intensos hoje, causa da preocupação. Os mesmos, então, ficaram para baixo, entrando em contraste com meus olhos avermelhados, indo para o quarto e me vestindo com um preto básico.
Desci as escadas e fui para a cozinha, me deparando com minha mãe tomando café e assistindo o jornal.
— Ué, já não era hora de ter ido trabalhar? – bocejei, selando sua testa e sentando no banco.
— É feriado, bobão. – riu fraco, levantando-se para lavar sua xícara. — Por que não vai fazer alguma coisa?
— Ah, verdade... – cocei a nuca — Bem que eu poderia mesmo. Vai sair? Se quiser, a gente maratona alguma coisa juntos. Saudades de passar tempo com a mamãe.
Ri, recebendo um leve afago em meus fios da outra, que já tinha seus fios de cabelo loirinhos suaves e claros, em significado de felicidade, desde que completara seus dezoito.
— Uau, assim me derreto! Não quer sair com seus amigos? Se divertir como um adolescente? A maioria nem liga pra mãe! – dramatizou, apoiando os cotovelos sobre o balcão.
— Eu ligo, velhota, Deus me livre ser igual esses adolescentes da atualidade! – fiz uma careta. — Se quiser, eu chamo o Deku pra cá. 'Cê gosta muito dele e faz tempo que ele não te vê.
— Nossa, pode chamar! Amo aquele garoto! Pelo menos, ele me ajuda a cozinhar e não reclama. – me deu um tapa na parte de trás do pescoço, ouvindo meu resmungo.
— Ai! Ok, já entendi que você prefere meus amigos, duh. – fiz bico, enquanto a outra dava risada. — Só espero que o namorado dele não venha junto. Nada contra o Shoto, mas eles não se largam nem por um segundo!
— Está com ciúmes porque quer namorar e não tem ninguém. – riu
— Mãe! A verdade dói, sabia?! – fingi uma dor no peito, levando a mão até o lugar, mas rindo em seguida. — Vou chamar o Deku, O Denki, a Mina e o Sero.
— Sim, todos garotos exemplares. Se não forem mais bonzinhos igual eram, certeza que a culpa é sua! – brincou — Vou no mercado comprar as coisas para a gente comer mais tarde.
— Okay. Te amo e cuidado! – acenei, vendo a outra parar e me olhar por trás da porta antes de sair.
— Ah, se quiser, chama o vizinho novo. Ele deve ter dificuldades para se enturmar. Seja bom com ele. – minha mãe sorriu, saindo e fechando a porta.
Fiquei pensando se convidava ou não Kirishima, mas estava com um certo receio de chamá-lo. Então, resolvi desviar a situação e deixar para passar o dia com ele no sábado.
Isso se ele quiser, claro.
Mandei uma mensagem para o meu grupo com meus amigos, dizendo que era todo mundo obrigado a vir passar o dia comigo e com a Mitsuki hoje. Subi e abri a janela, olhando para a casa de Kirishima.
Não dava pra ver nada. Só ouvia.
Não eram ruídos agradáveis, mas eu sequer sabia o que estava acontecendo. Sai de casa e, com certa hesitação, toquei a campainha da sua. Estava preocupado, e não sabia o motivo. Fazia tudo por impulso e isso me deixava ansioso.
— O que você quer? – um homem alto de cabelos pretos abriu a porta. Gelei. Sua feição era assustadora e ele olhava com raiva nos olhos. Estava todo de preto, numa roupa meio desleixada.
— É-é que eu meio que... – olhei para o lado da porta em que estava mais aberto, vendo Eijiro com uma blusa branca ligeiramente maior que suas coxas, e vestindo apenas isso, de joelhos e mãos apoiadas no chão. Sua cabeça estava baixa, então não percebia seu rosto; mas meu coração apertou e me preocupava mais ainda.
— Fala logo, garoto! – gritou, e eu o encarei com o semblante raivoso.
— Eu não te dei direito pra falar assim comigo! Tá achando que eu sou quem? – o enfrentei, superando o medo do mais velho: a preocupação de ver Kirishima daquela maneira me deu ódio. Enquanto isso, vi Eijiro, de lá de trás, levantar sua cabeça e revelar sua expressão chorosa, e confusa.
O homem segurou em minha bochecha fortemente, me encarando.
— Você quem deveria ser mais educado. – nossos olhos brigavam, e eu ouvi os passos de Kirishima atrás do mesmo, e o olhei.
— Estou bem, Bakugou. Vá para casa. – falou baixo, chamando a atenção de ambos. Levantei as sobrancelhas, surpreso.
— Ouviu, não é? Sai daqui. – o mais velho, que deduzi ser seu pai, falou para mim, fechando a porta.
Suspirei, voltando para casa e tentando me manter calmo. Eu não sei o porquê, mas algo nele me faz pensar, me deixa curioso e preocupado. Não sei de onde é toda essa conexão com o outro.
Ouvi a minha mãe chegar e tentei manter a calma, ajeitando meu cabelo e indo até a mesma.
— Cheguei, filho. Pega os cobertores, sim? – sorriu, tirando as coisas da sacola.
— Ok, eles já devem estar chegando. – sorri fraco, forçadamente, indo ao meu quarto pegar os cobertores, como a mais velha tinha pedido. Tentaria me manter firme até todo mundo chegar e eu conseguir me distrair.
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C O L O R S • kiribaku
FanficC O L O R S - kiribaku. Num mundo onde sua cor de cabelo muda de acordo com seu humor diário, Bakugou queria descobrir o porquê de Kirishima viver com seu cabelo preto. "Sou feito de cores, então entrarei no seu mundo preto e branco e lhe envolverei...