𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝚝𝚛𝚎𝚣𝚎

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Me sinto patética, as lágrimas escorrem livres por minha face. O que está acontecendo comigo?

Recomponha-se!

Minha mente grita me repreendendo.

- Olá srta Clark, está tudo bem? - O Sr Pietro me cumprimenta educado.

- Sr Constantini. - Ele puxa minha mão e deixa um beijo ali. - O Sr irá encontrar o Sr Shelby lá dentro. - Aponto para a sala do mesmo. Rapidamente saio porta a fora, preciso ir embora já.

Finalmente estou sozinha, e posso chorar em paz sem medo do julgamento alheio. Abro a garrafa e bebo pelo gargalo mesmo.

Como eu pude ser tão ingênua assim? A partir de hoje nenhum homem poderá brincar com os meus sentimentos. Eu prometo que vou esquecer Thomas Shelby, ele não merece o meu amor nem a minha companhia.

- Senhorita!

Olho por cima do ombro e vejo Pietro correndo até mim. Era só o que me faltava, é muita humilhação pra um dia só! Não posso deixar que ele me veja nesse estado, continuo meu caminho sem olhar para trás. Infelizmente ele me alcançou, bem rápido na verdade.

- Srta Clark, o que houve? Definitivamente não está bem.

Olho bem para o homem a minha frente. Ele parece realmente preocupado, dou mais um gole generoso em minha bebida.

- Eu posso te acompanhar? - Ele quebra o silêncio que se instalou. Eu afirmo com a cabeça e ele caminha lado a lado a mim.

- Problemas com o namorado? - Pietro questiona e eu dou uma risada amarga. Já me sinto afetada pelo álcool.

- Já lhe disse que não tenho um namorado Sr Constantini. - Dou um sorriso amarelo para o mesmo.

- Esse olhar é de um coração partido. Quem fez isso com você Arabela? - Ele toca minha bochecha secando algumas lágrimas teimosas.

- Tommy. - Respiro profundamente tentando não desabar.

- Gostaria de tomar um café? Acho que seria bom para curar essa bebedeira. - Pietro aponta para a garrafa em minha mão. Ele está certo, eu preciso sair daqui urgente.

- Aceito. - Pietro me leva até seu carro e rapidamente ele dá a partida.

Alguns minutos mais tarde paramos em frente de uma cafeteria muito charmosa. Pedimos dois copos de café, o meu extra forte.

- E então? Fale comigo querida, serei o seu ouvinte. - Pietro segura minhas mãos junto das suas e me encara de forma amável.

- Eu não sei como isso foi acontecer, mas estou apaixonada por Tommy! - Solto a respiração pesada. - Ele não dá a mínima para os meus sentimentos, ele partiu o meu coração com a estupidez dele. Eu não sei o que farei a partir de agora, eu trabalho pra ele, moro junto com ele, droga! Estou ferrada. Eu juro que vou esquecer ele, nenhum homem fará isso comigo novamente!

- Quer saber o que eu acho? Thomas Shelby é um tolo, ele é um maldito sortudo por ter o seu coração. E um desgraçado por tê-lo partido. Você é adorável Arabela, saiba que se eu tivesse a oportunidade eu faria o possível e impossível para vê-la bem e feliz.

- Não diga bobagens Sr Constantini. Sou apenas uma garota.

- Me chame de Pietro. E não, você é uma mulher forte e linda. Por favor, deixe-me cuidar de você!

- Obrigada Sr... quer dizer, Pietro. Mas infelizmente não posso te dar falsas esperanças. Acredite se eu pudesse eu corresponderia! O Sr é um homem bom e gentil, é um cavalheiro. Não posso fazer isso com você. Você merece alguém que te corresponda de forma recíproca.

- Arabela minha querida, eu serei pra você o que você quiser que eu seja. Contanto que você me permita fazer parte da sua vida. Eu não vou desistir de você, não irei te magoar.


***



Sinto que esse é o início de uma grande amizade, Pietro é uma excelente companhia. E ele é lindo, não consigo acreditar em seus sentimentos românticos por mim. Acho que é cedo demais para ele já sentir tanto, mas essa amizade não irei dispensar. Passamos o fim da tarde e o início da noite juntos, ele me levou pra muito longe das minhas angústias e tristezas, mais tarde fomos á um restaurante jantar.

Nesse exato momento ele está me levando para casa, ou melhor para casa de Thomas. Por que aquela casa, definitivamente não é minha! Tivemos uma longa e calorosa conversa, ele me deu alguns conselhos como por exemplo, me organizar o mais rápido possível para alugar um apartamento e morar sozinha. Isso vai fazer um bem danado para minha sanidade mental. Por sorte durante esse ano eu tenho economizado bastante, tenho um valor considerável guardado.

Só tenho uma coisa a dizer. Pietro Constantini é um ótimo amigo, ele definitivamente me faz bem.

O caminho fora feito num silêncio acalentador, é impressionante a forma como estou me sentindo melhor e mais leve, ao longe avisto a mansão e um frio percorre o meu pescoço.

Pietro estaciona na frente da arrow house e abaixa o vidro da sua janela. Ele olha para cima, acompanho seu olhar e vejo o causador dos meus dilemas. Thomas está parado em frente a vidraçaria do segundo andar. Ele nos observa intragável.

- Se você precisar de algo, não hesite em me ligar! Virei correndo ao seu encontro.

- Muito obrigada pela companhia e pelos ótimos conselhos. Fico lisonjeada com tanto cuidado, boa noite Pietro, quando irei te ver novamente? - Observo o homem ao meu lado, ele segura firme o volante e tem seu olhar grudado em mim, ele me olha de forma terna e meticulosa.

- Amanhã, depois do seu expediente quero levá-la para jantar! Boa noite Arabela. - Ele puxa minha mão entrelaça na sua e me olha de forma intrigante. Ele deposita um beijo no dorso de minha mão e eu me sinto, estranhamente bem com o gesto.

Desço de seu carro e aceno mais uma vez. Ele acena de volta e rapidamente some de minha vista.

Me sinto atordoada com seu olhar gravado em minha mente. Depois de alguns minutos sou tirara de meus devaneios violentamente, ouço um estrondo seguido de um barulho de vidro estilhaçado.

Levo alguns segundos para me dar conta de que o barulho, foi um tiro dado por Thomas através da enorme janela do seu escritório. Ele atirou na direção de Pietro. Mas este já não está em seu alcance. Rapidamente toda calmaria e leveza se esvai de mim como água.

Corro para dentro da casa e subo diretamente para seu escritório.

Abro a porta e vejo ele segurando uma pistola engatilhada. Ele me olha com incredulidade no olhar.

- Qual é a porra do seu problema? Você enlouqueceu? - Eu grito para o homem a minha frente.

- Eu não quero você andando com aquele homem! É muita audácia ele vir até a minha porta me afrontar dessa maneira. - Ele tem um cigarro pendurado na boca.

- E quem você pensa que é? Você não dita as regras aqui ouviu? Você não manda em mim Thomas Shelby! Eu não sou a porra de uma criança. Ah, e antes que eu me esqueça, amanhã mesmo estarei saindo da sua casa. - Termino de falar e dou as costas para o mesmo e saio de seu escritório.

- Não fale nesse tom comigo Arabela! Volte aqui, não terminamos essa conversa. - Continuo meu trajeto até meu quarto. - Mas que porra! - Ouço Tommy gritar e em seguida bater a porta com força.

Essa foi a última vez que eu passei por isso, amanhã eu irei embora da arrow house e muito provavelmente da vida de Thomas Shelby.

1278 Palavras.

Oii amores da minha vida, já faz 84 anos que eu não venho aqui né? Por favor me perdoem, a fanfic voltou oficialmente, não desistam de mim PLEASE. Comentem o que acharam desse capítulo, vocês são team Tommy ou Pietro?
Beijinhos, fiquem bem e saudáveis ❤️🙏🏻

𝓜𝔂 𝓼𝔀𝓮𝓮𝓽 𝓪𝓷𝓰𝓮𝓵 :: 𝐓𝐨𝐦𝐦𝐲 𝐒𝐡𝐞𝐥𝐛𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora