Toc toc
Desperto de meu sono leve, tomo um susto com as batidas em minha porta. Levo alguns segundos para assimilar, não estou em casa.
– Já vou descer. – Respondo um pouco impaciente, devo ressaltar que odeio ser acordada.
– Não demore, temos muito a fazer hoje. – Ouço a voz de Tommy.
Rapidamente me levanto a contra gosto, vou diretamente para o banheiro. Preciso de um banho, ontem eu adormeci e pelo que parece Thomas me trouxe até o quarto. Retiro as roupas pesadas de inverno e entro debaixo da água quente.
Tomar banho me traz paz de espírito, me revigora e me devolve a dignidade. Escolho o vestido cor de vinho e o sobretudo preto, uma meia calça preta junto dos saltos igualmente pretos. Ajeito meus cachos e os prendo num penteado semi preso, uma maquiagem leve cobre minha face.
– Bom dia Tommy. – Me dirijo até ele e o mesmo deposita um beijo em minha bochecha.
– Bom dia querida. – Ele responde.
– Bela, como senti sua falta garota! Vem aqui. – Ada diz eufórica abrindo os braços afim de me envolver num abraço confortável.
– E eu senti a sua, como você está linda Ada! – Digo admirando seu novo corte de cabelo. – Onde está Karl? – Digo me desfazendo do abraço e vejo o garotinho vir até mim.
– Estou aqui tia Bela. – Ele abraça minhas pernas e eu sinto que vou explodir de tanto amor.
– Você está tão crescido querido, venha aqui um pouquinho. – Pego o menino no colo e o cubro com beijos.
– Onde está Charlie? Eu queria tanto brincar com ele. – Karl diz tristonho e saudoso.
– Na próxima vez ele virá. – Tommy diz firme, como se estivesse fazendo uma promessa.
– O que exatamente vocês vieram fazer em Londres? – Ada pergunta e todos nos sentamos a mesa, que está repleta de quitutes para o café da manhã.
– Negócios com Alfie Solomon. – Tommy diz simples.
– Tome cuidado com esse homem Tommy, ele não é confiável. – Ada diz e vejo um alerta em seu olhar, Thomas por outro lado parece inabalável.
– Fique tranquila.
***
– Deixe comigo Arabela, evite falar. Não quero que seja notada pelo judeu errante, ele consegue ser bem irritante quando quer. – Tommy acende um cigarro e sopra a fumaça pela janela do carro em que estamos.
– Fique tranquilo, o que demais ele poderia ver em mim? – Digo como se fosse óbvio, subitamente me sinto mal ao revelar minha tão baixa estima para Tommy.
Ele para o que estava fazendo imediatamente e me encara como se eu fosse louca. Ele faz uma pausa dramática antes de abrir a boca e falar novamente.
– Você ofende ao Deus que te esculpiu, e ofende a mim também. Francamente Arabela, você é magnífica. – Tommy diz isso com uma naturalidade assustadora, sinto o ar fugir dos meus pulmões. Acho que ele não tem a mínima noção do poder que exerce sobre mim. Por uns segundos sinto que vou sucumbir de vergonha e timidez. Minha face está pegando fogo, eu viro para olhar as ruas de Londres afim de disfarçar meu constrangimento. – Você fica ainda mais bela quando fica constrangida. – Encaro o homem ao meu lado e ele esbanja um sorriso malicioso. Dou um tapa em seu braço.
– Pare de rir de mim Thomas Shelby! E obrigada pelo elogio. – Digo me esforçando muito para não ficar sorrindo igual uma boba.
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𝓜𝔂 𝓼𝔀𝓮𝓮𝓽 𝓪𝓷𝓰𝓮𝓵 :: 𝐓𝐨𝐦𝐦𝐲 𝐒𝐡𝐞𝐥𝐛𝐲
Chick-Lit𝓜𝓮𝓾 𝓭𝓸𝓬𝓮 𝓪𝓷𝓳𝓸 :: 𝐓𝐨𝐦𝐦𝐲 𝐒𝐡𝐞𝐥𝐛𝐲 - Você é pura como um anjo, e eu não posso corromper essa pureza. - Ele diz passando o polegar sobre a minha bochecha. Iniciada: 20/05/23 Finalizada: ? Os personagens pertencem a Steven Knight. som...