𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝚚𝚞𝚊𝚝𝚘𝚛𝚣𝚎

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Acordo com uma leve dor de cabeça, depois de me banhar e me arrumar desço para tomar um bom café da manhã.

- Bom dia minha menina, você está bem? Ouvi barulhos ontem a noite. - Marta diz e eu respiro fundo.

- Bom dia Marta, pra ser sincera não estou no meu melhor. Gostaria de falar justamente sobre isso por favor, deixe as minhas coisas arrumadas. Hoje a noite irei embora da arrow house. - A governanta me encara perplexa, vejo tristeza em seu olhar.

- Como? Assim do nada? pobre Charlie! Ele vai sentir muito a sua falta, e o Sr Shelby também. - Marta diz pesarosa.

- Sinto muito, eu ainda vou visitar o Charlie de vez em quando. Gostaria que você o levasse para me ver também, mas realmente não dá pra continuar assim! O Sr Shelby é um homem problemático, e eu já estou farta disso. Preciso sair antes que o pior aconteça. - O pior já aconteceu, ele partiu meu coração.

- Vou sentir tanto a sua falta minha criança! Venha me dê um abraço querida. - Marta me abraça e vejo que ela está chorando.

- Não há necessidade de choro, ainda iremos manter contato Marta, você foi pra mim a mãe que eu nunca tive. Obrigada por tudo!

A manhã fora cheia de emoções, de ambas as partes. Quero dizer, eu amo esse lugar, amo essas pessoas. Eu me senti parte da família caramba! Mas agora eu preciso ir, preciso dar um basta e impor os meus limites.

Sou muito grata por tudo que Thomas fez por mim, mas isso não dá a ele o direito sobre mim! Ele não manda na minha vida, eu não vou aceitar isso.

Subo até o quarto de Charles, ele dorme sereno e completamente alheio as situações dos adultos. Sinto os meus olhos encherem de lágrimas, eu amo esse garotinho com todo meu coração. Deposito um beijo em seu pequeno rosto e me retiro de seu quarto.

Thomas estava nos observando do batente da porta.

Ao passar por ele, observo seu rosto. Ele parece cansado.

- Te vejo no trabalho Sr Shelby.

***

Faço meu trajeto costumeiro com Ralph, e percebo que até nisso Tommy tem me evitado. Ele preferiu contratar um motorista particular ao ter que ir e vir comigo todos os dias como fazia antes.

Ao chegar no trabalho o clima está pesado entre todos. E nada parece dar certo, tia Polly está com uma carranca. A única feliz entre nós é Lizzie.

Algum tempo depois Tommy adentra a casa de apostas e vejo que seu olhar vai diretamente para Lizzie. Isso não passou batido por ninguém, eu prefiro fingir que não vi nada.

- Por que o chefe deu essa bela olhada pra você hein? - Ouço Linda cochichar próximo de Lizzie. Ela ri no fim.

- Tivemos uma bela noite ontem. - Lizzie cochicha de volta e as duas ficam de risadinhas. Elas falaram baixo, mas não o suficiente. Eu ouvi tudo, e aparentemente tia Polly também.

Por que será que isso não me surpreende? Eu não tenho que achar nada. Afinal, não temos nenhum tipo de compromisso, ele faz o que bem entender da vida dele. Apesar de tudo, é inevitável não ficar triste com tudo isso. O sentimento é de decepção. Como eu pude ser tão ingênua? Enfim, não vou gastar meus pensamentos com Thomas.

É horário de almoço, tia Polly me chamou pra almoçar em sua companhia.

- Já sei de tudo, estou furiosa com Tommy. O que você fará a respeito? - Tia Polly me pergunta enquanto esperamos nosso almoço ser servido.

𝓜𝔂 𝓼𝔀𝓮𝓮𝓽 𝓪𝓷𝓰𝓮𝓵 :: 𝐓𝐨𝐦𝐦𝐲 𝐒𝐡𝐞𝐥𝐛𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora