Corazón

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    Grande Estados Unidos da América, lar do primeiro homem que pisou na lua, onde o primeiro homem negro do país se elegeu como Presidente e também o lugar onde o casamento é legalizado por todo o país. Ainda me emociono quando lembro do casamento do Law e do Luffy.

    Eu odiei esse lugar. Nos dois primeiros anos eu troquei de escola mais do que trocar de roupa. Sim, fui expulso de muitas pelos mesmo motivos do passado. Tivemos que nos mudar de vários estados até que nos firmamos na Califórnia.

    Infelizmente nenhuma escola particular me aceitou com esse péssimo histórico escolar que conquistei, era desejo do meu pai e não meu, eu fico em qualquer lugar desde que eu consiga terminar o ensino médio. Ele achava que as escolas públicas americanas não têm o mesmo nível de ensino de uma particular ou que chegue aos pés de uma pública da Espanha. Ele vai muito longe com esse pensamento dele.

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    Eu sempre acordo primeiro, faço o café e deixo a mesa posta para que meu pai não tenha que sair atrasado caso ele acorde tarde. Mas hoje ele acordou no mesmo horário que eu, o que pode ser considerado um milagre.

— Bom dia, senhor Donquixote — dei um gole no café e sorri para ele — Acordou na hora certa hoje. Me empresta a moto?

— Você só vai encostar naquela moto no dia que eu morrer… E três dias depois, só para garantir que morri mesmo.

— Você nem usa, vai ficar lá parada na garagem pegando poeira? — novamente aquele olhar de quem diz “E você ainda pergunta?” — Tudo bem, vou de carro mesmo. Te vejo mais tarde.

    Dentro da garagem meu querido conversível vermelho me aguardava, foi um presente do meu pai quando ganhei minha licença permanente. Quando disse que queria um carro não esperava que fosse um Mustang Conversível. Isso não é uma reclamação, faz sucesso entre as garotas.

    Eu não posso dizer que sou um dos mais populares daquela porcaria de escola, mas eu tenho alguns títulos como encrenqueiro, às vezes sou chamado de playboyzinho ou Rei da Maricolandia como o babaca do Jason costuma me chamar.

    Desde o primeiro dia que pisei naquele lugar, Jason me atormenta com xingamentos, brincadeiras de mal gosto ou recadinhos de ameaça dentro do meu armário. Todos o vê como a alma mais solidária do mundo, mas só Matt e eu sabemos o quanto esse moleque se assemelha mais com o Diabo do que com Deus.

    A única vez que ele levou uma advertência foi quando ele riscou o carro do Diretor pensando que era meu. Mesmo que não tenha sido muito, me dei por satisfeito e nunca mais revidei às suas provocações, ainda que eu tenha uma vontade imensa de quebrar sua cara sempre que o vejo.

     Estacionei na mesma vaga de sempre, perto o suficiente da saída e não bate tanto sol, esse banco fica extremamente quente no horário que saio. Sai do carro carregando minha mochila em um dos ombros e coloquei os óculos escuro para disfarçar as olheiras. Hoje fiquei com preguiça de me maquiar antes de sair, vou ter que fazer isso antes da primeira aula.

    Existe um lugar que fica há alguns minutos daqui, uma miúda trilha no meio do nada, muita gente vai lá principalmentenos finais de semana. Eu, por outro lado, vou para lá fumar um cigarro antes de aguentar o caos que só a escola nos proporciona. Normalmente o Matt já está lá me esperando, chapado de maconha como sempre.

    Matthews Davidson White, dezoito anos, repetiu o terceiro ano do ensino médio por conta de uma lesão no joelho. Ele jogava hóquei como goleiro, ele se machucou durante um treino e machucou o joelho esquerdo e desde então ele nunca mais pisou numa pista de gelo. Trauma permanente.