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    É bom estar em casa depois de um final de semana agitado, conheci muitas pessoas de cidades e países diferentes em Sacramento. Matt quase saiu do festival namorando com uma garota russa, enquanto eu me mantive longe dos atos sexuais, me impressiono que eu tenha conseguido porque motivos e vontade não faltou.

    Cheguei em casa no meio da madrugada e reencontrei meu pai logo pela tarde. Conversamos por um longo tempo sobre a viagem, o festival e também sobre como não consegui me abrir para conhecer novas garotas por conta da Melanie.

    A semana no colégio foi um verdadeiro inferno, não a vi em nenhum dia. Mesmo distante, não consigo deixar de me preocupar com essa garota. É uma tortura que estou aceitando como parte do meu castigo.

    E falando em Melanie, o aniversário dela está chegando, os pais dela estão organizando um grande jantar de aniversário e ouvindo os detalhes, contados pelo meu pai, boa parte da família dela que mora em Porto Rico virá.

    Esse poderia ser um motivo para eu não precisar ir, dizer que fiquei com vergonha de conhecer sua família é uma desculpa que eu consideraria aceitável se não fosse pela Melanie me conhecer o suficiente para saber que não sou assim. A questão principal é que eu não quero ter que ficar no mesmo ambiente que ela ou com Steve por muito tempo, ele vai estar lá e vai ser a pior tortura que vou receber na vida.

    Acho que sou capaz de aturar isso por algumas horas. Sem contar que sua mãe insistiu muito para que eu fosse, disse que seria importante para Melanie se eu estivesse presente.

    Passei a semana pensando no que dar de presente a ela, conversei até com a mãe dela para ter uma ideia de presente, não quero correr o risco de presenteá-la com algo que já tenha ou não goste.

    Não queria causar uma má impressão para a sua família com minhas roupas, mas não estou com muitas opções no momento, não tem outra cor. Vesti uma camiseta sem estampa, um moletom também sem estampa e meu jeans e coturnos de costume. Não vou elaborar nada para hoje, vou de cara limpa, nem uma base ou pó... Talvez um pouco para disfarçar as olheiras das últimas noites mal dormidas.

    Antes de sair, prendi meu colar de coração no pescoço e fiquei admirando aquela jóia pendurada por alguns segundos. O brilho do rubi se destacando nas vestes pretas chama bem a atenção. Minha mãe adoraria me ver usando isso.

    Sai do meu devaneio quando meu pai me chamou do outro lado da porta.

— Estamos atrasados, sabia? — disse ele assim que abri a porta.

— A única pessoa que está atrasada nesse momento é a Melanie, tem noção do quanto essa garota enrola? — peguei o presente em cima da cama e saí do quarto — Ela consegue demorar muito mais do que eu.

— Impossível.

— Quer apostar quanto que vamos chegar lá e ela sequer vai estar vestida?

    Ao chegarmos, avistamos muitos carros parados em frente a casa, dava para ouvir o barulho lá de dentro, já imagino o quanto essa família deve ser agitada. Meu único conforto é que vou poder usar e abusar do meu espanhol novamente. Às vezes cansa só falar em inglês.

    Era sempre assim quando estava com Melanie, nunca trocamos uma palavra sequer em outro idioma que não fosse o espanhol.

    Fomos recebidos por Rosa, ela me abraçou forte e vi seus olhos marejados.

— Não sabe como estou feliz por você realmente ter vindo, meu querido. Essa semana não tem sido fácil para a minha menina.

— Aconteceu alguma coisa com ela, senhora Miller?

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