Pov Adya
A minha vida nem sempre foi fácil, ainda mais quando se é uma viking. Somos conhecidos por sermos um povo extremamente forte e nômades que se mudam de tempos em tempos entre territórios novos descobertos, e a sociedade viking era essencialmente dominada pelos homens. Com isso eles caçavam, lutavam, faziam negócios e plantavam, enquanto a vida das mulheres girava em torno de cozinhar, cuidar da casa e criar os filhos. Mas, muitas das vezes elas também podiam exercer outros papéis que iam muito além dos afazeres domésticos.
Sempre escutei as histórias das minhas raízes em que os vikings baseavam suas atividades econômicas nos mares, explorando por meio de navegações novos territórios com o objetivo de colonizar terras, criar relações comerciais e, os mais bárbaros, sim, saquear e pilhar.
Sempre quis ser mais alguma coisa além de ser uma mulher que faz todas as tarefas domésticas e as coisas pesadas. Fui forçada a me casar aos 14 anos e não pude opinar em nada, um caos completo no casamento onde o meu marido é um completo bêbado e violento comigo que por qualquer motivo me batia até eu perder a consciência. Sempre acordava três ou a quatro dias depois cheia de hematomas e feridas, não tinha nada que pudesse me ajudar a acelerar a cura dos machucados então tinha que me virar e se meu marido me visse chorando por causa disso,o terror começava novamente.
Estou sentada em um pequeno banco perto da área de treinamento para assistir as mulheres que treinavam intensamente vários tipos de ataque e defesa pessoal, ansiava por isso e minha alma rugia por esse momento em que eu também pudesse ser uma guerreira igual a essas mulheres que eram empoderadas e que nada as segurava, eram corajosas e com as almas livres correndo pela pradaria. Em minha mão segurava uma espada velha que tinha encontrado perdido pela neve, meu olhar estava demostrando um vazio além de ódio e raiva por que não podia realizar nada do que eu desejava mais do que tudo na vida e além do mais todos me viam com um olhar diferente me discriminando,me rejeitavam plenamente e não faziam questão de esconder isso de mim,como se eu fosse um monstro que passasse alguma praga contagiosa. Ainda por cima possuia uma grande cicatriz que começava pelo queixo, descendo pelo pescoço até minha barriga feita por meu pai quando eu tinha 10 anos de idade,ele tinha bebido tanto que estava fora de si e fez de mim seu alvo de fúria,me causando uma grande cicatriz que demorou muito para se curar.
Se você não vive por alguma coisa, então você morrerá por nada. Era o pensamento que sempre vinha em minha mente dita a muito tempo por minha mãe que se sacrificou por mim e meus dois irmãos do nosso pai que era um guerreiro viking muito respeito entre todos mas em casa era completamente o oposto do que demonstravam aos estranhos. Depois de tudo que eu passei na minha vida, eu realmente daria qualquer coisa para viver como uma guerreira e não morrer sem nada por qual tivesse lutado bastante.
Sinto alguém apertando meu braço e logo me puxando para longe dali,meus olhos vão para a pessoa que fazia isso e vejo que era meu marido com sua expressão enfurecida pronta para explodir, fazendo de mim seu alvo. Se eu fizesse alguma coisa neste momento as coisas pioraram para o meu lado e as pessoas não ousaria fazer nada pois respeitam demais meu marido então ninguém poderia me ajudar mesmo que eu implorasse por ajuda silenciosamente.
Aos chegarmos em casa sou jogada para longe, batendo com força contra a parede que faz eu perder o fôlego e com dificuldade para respirar,meus pulmões queimavam pelo impacto da batida. Eu tento recuperar o equilíbrio para poder me levantar e poder sair dali mas sinto meu cabelo sendo puxado para trás me forçando a voltar para o chão para ele me surrar.
Não sei o que aconteceu mas sinto que ele tinha parado de me bater violentamente e se afastado quando escuto um urro de dor vindo do meu marido. Alguma coisa estava o machucando para ele estar gritando desse jeito, então me levanto lentamente com dificuldade para ver o que estava acontecendo quando vejo um pouco nublado sombras pretas o envolvendo e torturando sem piedade.
Passa tudo num piscar de olhos e só me dou conta quando meu marido cai no chão duro cheio de machucados, feridas e entre outras coisas que mostrava claramente que foi torturado brutalmente sem um pingo de Piedade. Não sabia como reagir até que meu olhar se encontra no homem a diante de mim extremamente alto,forte e com uma expressão de plena fúria e raiva estampada que não tinha a intenção de esconder de ninguém. O que me chama mais a atenção era em suas costas,ele tinha grandes asas de morcegos com uma garra em casa asa,fico perdida olhando para isso quando sinto seu olhar me encontrando e me observando atentamente até o último milímetro. Seu olhar que era mortífero e letal estava se tornando suave e sereno.
Azriel: olá senhorita Adya, está tudo bem com você?
Sua voz era suave e tranquilizadora que me deixa em uma paz tão grande que sem pensar ou responder sua pergunta me aproxime dele rapidamente e o abraço forte como se minha vida dependia disso e realmente dependia disso,aquele abraço significava muito para mim que surge lágrimas em meus olhos que deixo sair sem querer,mas não eram de tristeza ou luto mas sim de alívio e libertação.
Adya: obrigada... obrigada... você me libertou! Obrigada...eu não sei quem é você mas eu sou muito grata por tudo que vc fez! Finalmente.... finalmente....
Acabo desabando no chão e me permito chorar de verdade depois de tanto tempo sem ligar para mais nada e nem ninguém em minha volta. Finalmente sinto que estava livre e que ninguém iria mais me machucar ou abusar de mim para realizar seus desejos e me fazendo de capacho sem voz.
A mulher é a escrava dos escravos. Se ela tenta ser livre, tu dizes que ela não te ama. Se ela pensa, tu dizes que ela quer ser homem. Era a frase sempre dita por meu marido morto para mim sempre que eu pensava em fazer alguma coisa que eu realmente queria ou tentava ser mais livre naquela prisão que ele tinha colocado para mim.
Sinto duas mãos me puxando delicadamente até tocar em algo macio e quente e logo sou envolvida em um abraço apertado e carinhoso,coisa que eu nunca tinha recebido na minha vida e que era uma coisa nova para mim que aceito de bom agrado.
Azriel: está tudo bem querida...eu estou aqui com você minha pequena lutadora... ninguém mais vai te machucar,eu não irei permitir que alguém a toque e faça essas barbaridades contra uma linda donzela guerreira.
Adya: obrigada... você me libertou...eu estou livre... finalmente livre...mas como eu posso ser livre se eu fui trancafiada por tantos anos nessas quatro paredes...me prenderam...bateram e me espancaram até perder a consciência...ele cortou minhas asas... Como eu posso viver assim... Livre? Se eu aprendi a viver trancada....
Ele me puxa para mais perto e dá um abraço apertado que nunca mais me largaria. Ele me entendia,via minha alma quebrada e estilhaçada depois de tantos anos que vivi nessa situação difícil que não tinha explicação e muito menos de como eu ainda estava de pé.
Azriel: eu realmente sinto muito mesmo querida...eu sinto muito mesmo por tudo que você passou nas mãos desse ser desprezível que merece tudo do pior dos piores...eu vou cuidar de você como realmente merece... está tudo bem...
Adya: eu... tá bom.... tá bom... só preciso que alguém segure minha mão...eu estou perdida...
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Almas gêmeas, mundos diferentes - Acotar
Fiksi PenggemarE se por um acaso um membro do círculo íntimo da corte noturna encontrasse sua parceira depois de muito tempo de espera e sempre foi rejeitado pela mulher que sempre amou? Azriel encontra sua parceira,mas não seria uma feerica como é de se esperar,m...