Capítulo XVIII: Sabatina

360 31 43
                                    

Crise no sistema democrático

Onde está a justiça?

Crise no sistema democrático

Onde está a justiça?

Assassinos à solta depois de julgados

Quem punirá seus crimes?

Assassinos à solta depois de julgados

Quem punirá seus crimes?

Hey, hey, francesinha

Seja o juiz, seja o Kira!

Hey, hey, francesinha

Seja o juiz, seja o Kira!

Porque em terra de justiça cega

Quem tem um caderno é rei!

Porque em terra de justiça cega

Quem tem um caderno é rei!

Hey, hey, francesinha

Seja o juiz, seja o Kira!

- x - x - x - x -

Capítulo XVIII

"Sabatina"

Justine pareceu não se surpreender ou intimidar diante do sorriso do Shinigami. Pelo contrário: sentou-se pacientemente na cama e, sem perder seu olhar inquisidor, preparou-se para ouvir as explicações de Masuku. Este girou mais uma vez sobre a cadeira, resvalou de leve as asas no PC e na escrivaninha, e em seguida respondeu:

- Sim, eu fui Kira.

Clare recebeu a afirmação com naturalidade. Sua expressão facial permaneceu a mesma, seu corpo nem se mexeu. E, aparentemente alheia por completo ao impacto que aquela revelação poderia causar, ouviu o deus da morte dizer:

- Assim como você, eu já fui um ser humano sedento por justiça, inconformado com as falhas no sistema que perpetuam os mais hediondos crimes pelo planeta. Lutei para que os maus tivessem sua punição, para que a maldade fosse contida em suas raízes. É por isso que, transformado num Shinigami, retornei ao mundo dos humanos e escolhi você para dar continuidade à minha missão. E por um bom tempo, você mostrou-se a escolha perfeita, Justine Clare...

- Então os humanos que usam o caderno estão mesmo fadados a se tornarem deuses da morte ao morrerem...

- Vejo que você já havia concluído isso há certo tempo!

- Sim... A sentença "O humano que usar este caderno não poderá ir nem para o Céu e nem para o Inferno" nunca me deixou duvidar disso.

Seguiu-se um momento de desconcertante silêncio, para ambos. Súbito, Masuku ergueu-se da cadeira de modo um tanto desajeitado e, de pé diante de Justine, pousou uma de suas mãos no ombro direito da jovem. Num tom eloqüente e superior, como um pai falando a sua filha, pronunciou-se:

- Estamos inseridos num ciclo irrompível. No início dos tempos, o Rei Shinigami concedeu um Death Note a um humano e desde então, qualquer homem ou mulher a utilizar o caderno deve, depois de morto, abandonar o ócio do outro mundo e voltar à Terra para, agora como um deus da morte, fazer com que outro representante de sua antiga espécie também adquira tal poder. Em nosso caso específico, Justine, o anseio por justiça é o que nos impele. Da mesma forma que lhe concedi um Death Note tendo no passado sido Kira, você, após deixar este mundo, será igual a nós, e então repassará um caderno a outro humano que ache digno, para que nossa cruzada nunca termine e a humanidade possa ser limpa!

Death Note: RessurreiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora