Capítulo VII: Ação

738 55 83
                                    

A marola da revolução morre na praia do marasmo

E eu ainda espero a ressurreição

Eu ainda aguardo, aguardo a cada manhã

Pois sem a Justiça, com ela morta

Quem me protegerá nas noites mais frias?

Pois só a Justiça trará meu futuro

Sem que eu me renda às maçãs verdes

A Justiça não me trairá

E eu ainda espero a ressurreição

Porque a Justiça não pode morrer

E é nisso que irei acreditar

Pois ela mais uma vez se fará sentir

Abalará o mundo como nunca abalou

A Justiça ressuscitará

- - - - - - - -

Capítulo VII

"Ação"

A água quente do chuveiro caía sobre seu corpo nu, escorrendo por suas belas curvas. Com um sabonete em mãos, ensaboava-se tranqüilamente, o banho lhe sendo fonte de imenso relaxamento após um exaustivo dia. Suspirou ao enxaguar o cabelo, sentindo-se mais cansada só de pensar nas instruções que teria de dar a Masuku a seguir. Porém tudo aquilo valia a pena. Seu plano de limpeza mundial avançava de vento em popa, e tinha de cuidar para que continuasse assim.

Girando a válvula da ducha para desligá-la, Justine assoviou o trecho de uma música famosa enquanto estendia um dos braços com o intuito de apanhar a toalha amarela pendurada sobre o box, quando seus olhos miraram algo... que encheu seu íntimo de surpresa e indignação, um repentino rubor tomando de assalto seu rosto. Fora pega totalmente desprevenida por aquela embaraçosa situação.

- Masuku! - a estudante exclamou. - Você estava me espionando enquanto eu tomava banho?

De fato, a cabeça do Shinigami era bem visível logo acima da divisória do banheiro, seu olhar ainda fixo em Clare, que se apressou em cobrir o corpo.

- Desculpe-me, eu não pude evitar... - justificou-se o deus da morte, desajeitado. - Antes de encontrá-la, fiquei um bom tempo sem ter contato com mulheres humanas e, bem...

Justine deixou o box envolta pela toalha e respondeu, caminhando até a porta:

- Esqueça isto, sim? Apenas evite fazer novamente.

- Como quiser!

Os dois cruzaram o curto corredor e adentraram o quarto da jovem. Era noite e o senhor François já havia se recolhido há algumas horas. Estavam livres para conversar sem provocarem suspeitas. Mesmo assim a loira fez questão de trancar a fechadura logo após passar, utilizando uma pequena chave da qual apenas ela sabia a existência. Uma precaução a mais nunca era prejudicial.

- Masuku... - ela chamou o Shinigami enquanto caminhava até sua cama, sentando-se sobre ela.

- Sim? - replicou ele, acomodando-se por sua vez na cadeira diante da escrivaninha.

Death Note: RessurreiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora