Capítulo XVII: Brecha

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Crise no sistema democrático

Onde está a justiça?

Crise no sistema democrático

Onde está a justiça?

Assassinos à solta depois de julgados

Quem punirá seus crimes?

Assassinos à solta depois de julgados

Quem punirá seus crimes?

Hey, hey, francesinha

Seja o juiz, seja o Kira!

Hey, hey, francesinha

Seja o juiz, seja o Kira!

Porque em terra de justiça cega

Quem tem um caderno é rei!

Porque em terra de justiça cega

Quem tem um caderno é rei!

Hey, hey, francesinha

Seja o juiz, seja o Kira!

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Capítulo XVII

"Brecha"

Junot atirou a goma de mascar dentro da boca, observando o corpo da estudante ser colocado dentro do saco preto. Policiais e curiosos haviam tomado a rua, as luzes vermelhas e azuis das viaturas dando tom ao ambiente. Quando os para-médicos chegaram, a jovem, identificada como Paule Delacroix, já estava morta. Seus pais haviam sido contatados e estavam a caminho. Logo tudo estaria resolvido e o "show" terminaria, dispersando os populares.

O inspetor sabia, porém, que aquela morte não era nada comum.

O primeiro ponto a ser ressaltado era que a vítima de AVC, além de nunca ter tido histórico algum que apontasse para uma morte de tal maneira, era estudante da Sorbonne. Jacques Pasquale, um dos membros da seita ocultista encontrados mortos nos subúrbios de Paris na noite anterior, era professor da mesma universidade. O curso, inclusive, era o mesmo: Direito. Sendo assim, Pasquale fora professor de Paule. Tal ligação certamente não se tratava de mera coincidência.

E, claro, existia um agravante...

As últimas palavras de Delacroix, ditas a um policial que se encontrava na rua quando de seu falecimento... "Senhor, me escute! Eu sei quem é Kira!". Levando em consideração a repentina e misteriosa morte da garota logo depois de tal alegação, havia motivos para se suspeitar de que ela realmente conhecia a identidade do assassino, e talvez este fosse alguém bem próximo a ela.

A cadeia de ligação entre todos os eventos era clara, e Junot sentia-se surpreso e ao mesmo tempo cansado devido a tantas coisas relevantes terem acontecido em menos de vinte e quatro horas. Mastigando o chiclete, apanhou seu celular, consultando sua lista de contatos... Deteve-se num deles que não representava um nome, mas uma letra... "R".

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As cortinas do sobrado estavam fechadas para que as cenas na rua não fossem vistas pelas pessoas em seu interior, porém ao mesmo tempo tal providência se assemelhava também a um sinal de luto. Sentado numa poltrona na sala, François ainda estava em relativo choque devido ao que acontecera. O fato era que, desde que sua filha partira, ele não sabia lidar bem com a morte. Ainda mais a de uma pessoa conhecida e de forma tão inesperada. Seu silêncio bastava para transparecer sua tristeza e sua consternação.

Death Note: RessurreiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora