Capítulo 16 - Your Greatest Treasure

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"Seu maior tesouro"

- Violet – 24 de fevereiro de 1995 –

Minha noite não poderia ser pior.

A imagem da serpente insistia em permanecer na minha mente.

Depois que Sophie saiu voltei a dormir, mas sonhei a mesma coisa de antes. Acordei gritando novamente e, daquela vez, não era Mary quem me acordava e sim Snape. Estava tão assustada que não olhei para lugar nenhum, apenas deixei-me ser abraçada por meu pai, que acariciava meu cabelo e confortava-me.

- Volte a dormir Violet, são seis e meia e você precisa estar bem às nove... – disse ele após um tempo em silêncio.

- Não... não quero... – insisti – Se eu dormir terei pesadelos novamente...

A cena das férias do ano passado estava repetindo-se. Eu com medo de dormir por conta dos pesadelos, ele ao meu lado. Sem ao menos avisar, Snape levantou-se e sentou-se ao meu lado, encostando-se à cabeceira. Logo passou um dos braços por meus ombros e puxou-me mais perto, fazendo-me deitar em seu peito.

- Volte a dormir Violet... Não terá mais pesadelos. – sussurrou beijando o topo de minha cabeça.

Surpreendentemente adormeci instantaneamente, mergulhando num sono profundo e sem sonhos.

- EU –

Snape comportou-se como um verdadeiro pai aquela madrugada. Enquanto Violet adormecia, conjurou um feitiço do sono, contribuindo para que sua filha conseguisse finalmente dormir. Embora pudesse sair e deixá-la, não queria se afastar. Seu coração de pai pedia para permanecer, e foi o que fez.

Snape permaneceu ao lado da filha até 8h30min, quando beijou-lhe a face e desceu as escadas, encontrando duas garotas envoltas em seus livros.

- Srta. Seyfried é melhor que acorde a Violet, ela não pode se atrasar para a segunda prova... – pediu Snape assim que desceu as escadas do quarto.

- Tudo bem... – assentiu.

- Obrigada professor Snape... – disse Mary quando ele estava prestes à sair.

- Pelo quê? – perguntou ele confuso.

- Por ajudá-la... – começou Mary.

- Ela é minha filha, não há nada a agradecer. – falou calmamente e saiu.

Pela primeira vez, as garotas viram algo diferente em seus olhos. Não estavam frios ou duros naquela manhã, mas sim tranquilos e calorosos.

- Que diferença um filho pode causar num pai, não? – comentou Mary.

- Vamos logo, ela precisa acordar... – avisou Sophie subindo as escadas.

- Violet –

- Violet? – chamou-me alguém – Violet! Acorde... Você precisa se arrumar para a prova...

- Hmmm... – bocejei.

- Bom dia Bela Adormecida... – disse Mary com um sorriso no rosto.

- Bom dia... – falei levantando-me.

- Bela Adormecida? – perguntou Sophie

- É uma expressão trouxa... – expliquei.

- Está melhor?

- Sim... Aliás... O que aconteceu ontem?

- Você não lembra?

- Lembro dos pesadelos...

The Orphan Series 2: My Little GiftOnde histórias criam vida. Descubra agora