𝐆𝐔𝐒𝐓𝐀𝐕𝐎 𝐌𝐈𝐎𝐓𝐎
ροint οf viεw'Gustavo se dirigiu até sua sala, deixou todas as coisas que carregava em cima da mesa grande e organizada, foi até seu armário e tirou de lá outro jaleco. O vestiu e imediatamente lembrou-se da cena que aconteceu há pouco.
Por algum motivo não conseguiu reagir direito aquela situação, a mulher morena, com olhos escuros parecia tão furiosa que Gustavo não raciocinou o suficiente para se apresentar, ou desejar boa sorte em seu primeiro dia, apenas entregou o jaleco que estava vestindo e saiu as presas.
Gustavo se sentiu estranho, intimidado, e Gustavo Mioto não se sentia assim, não com qualquer pessoa. Principalmente por qualquer uma, que além de ser linda foi bastante mal educada e grosseira.
Seus pensamentos foram afastados quando Murilo, um dos CEO da clínica bateu em sua porta, anunciando sua entrada.
- Os novos estagiários já chegaram e voc - parou bruscamente e cruzou os braços - você tá bem, Gustavo? Tá mais palido do que o normal.
- Ahn... o quê? - Gustavo piscou algumas vezes tentando focar em seu chefe e amigo.
- Você, tá mais branco do que papel. Está passando mal?
- C- claro que não, Murilo. Desculpe.
Eu acabei me atrasando um pouco e tive um imprevisto com o meu café.- Sei... - o olhou desconfiado - Bom, só vim avisar que os novos estagiários da psiquiatria estão esperando você na sala de reuniões, são 3 ao todo. Deixei uma lista com os nomes, as notas que receberam e as indicações.
- E eles estão com cara de medo e desespero? - Gustavo perguntou tentando fingir empatia enquanto analisava os nomes da lista.
- Morrendo - falou e caíram na risada. - Acha que estamos sendo maldosos?
- Claro que não, quando fazíamos estágios nossos supervisores eram a personificação do mal. Estamos apenas nos divertindo... - passou seu dedo indicador pelas fotos e nomes da lista, até parar no rosto agora conhecido - E a diversão está só começando.
𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋Á𝐕𝐈𝐀
ροint οf viεw'
Ana Flávia andava de um lado para o outro na sala de reuniões enquanto aguardava a chegada do supervisor de seu estágio, e pedia a todas as forças do universo para que não fosse o homem alto que ela havia xingado mais cedo.
- Garota? Desse jeito você vai abrir um buraco no chão. O que aconteceu? - uma mulher um pouco mais alta, de pele morena, corpo torneado e cabelos longos se aproximou de Ana.
- Desculpa, eu estou muito ansiosa, só isso. Você não?
- Absolutamente, eu preciso desse estágio quase como o Brasil precisa ganhar o HEXA nessa copa.
- É o que? - Ana a olhou completamente confusa
- É que eu gosto muito de futebol, influência do meu namorado.
Aliás, me chamo Camila e você....- Camila passou os olhos pelo jaleco de Ana e espantou os olhos ao encontrar o nome bordado - Gustavo?!- N- não, na verdade eu me cham - Ana foi interrompida quando a porta de vidro se fechou com uma certa força e o homem alto de mais cedo entrou por ela.
- Ana Flávia, Camila, Allan. Todos sentados, por favor. - disse com autoridade e caminhou até a ponta da mesa, sentando-se de frente para os três.
Era de fato, o mesmo homem que Ana xingou, mas ao reparar bem, percebeu que ele era um pouco mais alto e forte, não vestia mais apenas uma blusa social branca, e sim, um outro jaleco.
- Hoje começa o primeiro dia dos restos das suas vidas. Vocês acabaram de sair da faculdade de medicina, não quero que esqueçam o que viram até aqui, mas espero que saibam que quando falamos da mente humana, tudo pode acontecer. Aqui cuidamos e tratamos dos mais complexos casos psiquiátricos da América do Sul, a maioria dos pacientes estão aqui contra a própria vontade, porque a maioria não possui mais suas sanidade mentais completas. - Gustavo dizia olhando para cada um, olho no olho, enquanto gesticulava com as mãos.
- Dito isso, aviso que vocês irão lidar com casos de esquizofrenia, bipolaridade, suicidas, serial killers, psicopatas, sociopatas e tudo mais que puderem imaginar. Não andem por aí sem a devida permissão, não falem com pessoas que não os seus pacientes e em hipótese alguma, se envolvam emocionalmente em algum caso. - Quando o olhar de Gustavo encontrou o de Ana Flávia, um arrepiou correu por todo o seu corpo. - Fui claro?
Todos assentiram e Ana engoliu em seco. " Que merda foi essa?", pensou.
Depois de passar para cada um os casos que ficariam sob suas responsabilidades, Gustavo os levou para conhecer a estrutura do local, os quartos de seus pacientes, as salas de pesquisas, a biblioteca, o quarto de plantões, o refeitório e tudo mais que era importante saber no primeiro dia.
Enquanto caminhavam de volta a recepção, Camila e Ana conversavam animadamente sobre como estavam empolgadas para começarem os trabalhos, Gustavo ouvia tudo atentamente ao mesmo tempo em que bolava diversas maneiras de fazer com que a empolgação daquelas pobres estagiários fossem substituída por desespero.
- Com licença Dr. Gustavo, desculpe - interrompeu Allan - você não nos disse como podemos lhe chamar.
- É senhor, eu sou casado. Allan, não é? Ouçam bem - endireitou a postura quando parou de andar e virou-se de frente para os três - Não quero ser interrompida, ou acionada sem a devida necessidade, senro assim, não me chamem. A menos que alguém esteja morrendo. E caso esteja, vocês irão me chamar de Dr. Gustavo. - faz uma pausa e desce seu olhar até a escrita no jaleco de Ana - Dr. Gustavo Mioto
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Mente, Corpo & Alma | miotela
Romance|| 思想、身體和靈魂 ᥫ᭡ 𝐆𝐔𝐒𝐓𝐀𝐕𝐎 𝐌𝐈𝐎𝐓𝐎 é um médico bem sucedido que recebe uma proposta de emprego irrecusável. 𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋Á𝐕𝐈𝐀 é uma estudante de especialização recém formada. Vidas opostas, a mesma paixão: a mente humana. Iria o destino, uni...