|| 思想、身體和靈魂 ᥫ᭡
𝐆𝐔𝐒𝐓𝐀𝐕𝐎 𝐌𝐈𝐎𝐓𝐎 é um médico bem sucedido que recebe uma proposta de emprego irrecusável.
𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋Á𝐕𝐈𝐀 é uma estudante de especialização recém formada.
Vidas opostas, a mesma paixão: a mente humana.
Iria o destino, uni...
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𝐆𝐔𝐒𝐓𝐀𝐕𝐎 𝐌𝐈𝐎𝐓𝐎 ροint οf viεw'
Sabe quando você faz uma coisa completamente louca, mas que te dá uma imensa sensação de felicidade?
Se essa sensação for realmente uma loucura, eu sou o manicômio inteiro.
Estar com Ana Flávia, pensar em Ana Flávia, beijar Ana Flávia, tudo o que eu estava fazendo nos últimos meses era só agir e viver esperando qualquer interação que fosse com essa mulher.
A vinda de Nicole só me fez ver o quão infeliz eu estou dentro do meu casamento. Eu tentei, de todas as formas possíveis, amá-la como ela dizia que me amava, mas não consegui. Nunca consegui.
Quando voltamos do parque eu estava devastado. Aquele encontro com Ana no exato momento em que eu estava tentando construir uma ligação afetiva sequer com ela, eu a vi, e me senti mais feliz em vê-la durante cinco minutos do que no fim de semana todo com minha esposa.
Antes de pegar o voo de volta para Curitiba, no fim da noite de domingo, nós transamos. Foi de longe um dos piores três minutos de sexo da minha vida. Não tinha toque, não tinha carinho, não tinha afeto, e da minha parte, nenhum prazer.
Depois de Nicole pegar o uber para o aeroporto, liguei para Giana viesse até minha casa para dormir e me fazer companhia. Precisava contar o que havia acontecido naquele dia da balada, e como vinha me sentindo desde que conheci Ana Flávia.
"Nãocoloque as expectativas dos outros acima da sua felicidade.", foi o que ela me disse ao fim de todos os conselhos que recebi, e com esse pensamento em mente e sem nenhuma possibilidade de uma noite tranquila de sono, decidi que precisava ver e falar com Ana.
Não me importei com o fato de que era exatamente meia noite e vinte, liguei para Murilo, que estava de plantão na clínica e pedi o número de Ana Flávia que constava em sua ficha, e assim consegui, aproveitei para para mandar um áudio enquanto avisava Giana que iria sair. Eu não poderia simplesmente bater na porta dela sem sequer avisar.
Calcei meus chinelos, peguei as chaves do carro e dirigi o mais rápido e prudentemente que pude até seu prédio. Estava um pouco frio durante a madrugada e mesmo assim sentia minhas mãos suarem no voltante de coro.
Repassei uma, duas, três vezes na cabeça tudo o que havia planejado falar para ela, contar como me sentia, pedir desculpas por tudo o que aconteceu, e pedir uma chance para tentar mudar as coisas. Olhei pela janela ainda fechada e a vi se aproximar. Usava uma blusa grande, um casaco e chinelos, seus cabelos estavam soltos e seu rosto um pouco inchado. Destravei a porta para que ela entrasse.
