EU NÃO VOU EMBORA PART ||

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                                                     𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋Á𝐕𝐈𝐀                                                   ροint οf viεw'                                                                            

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                                                     𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋Á𝐕𝐈𝐀
                                                   ροint οf viεw'
                                                                            

Era uma menininha, não deveria ter mais do que 09 anos de idade, sua pele era negra, e seus cabelos cacheados. Vestia uma roupão da clínica e brincava com uma boneca sentada no chão.

Parei e olhei Camila sem entender muito bem o que estava acontecendo.

- Maria Júlia, a mamãe já voltou.

Uma mulher alta entra no quarto. Ela era a versão adulta da criança , pensei que pudesse ter cometido um erro de julgamento e a mulher em minha frente fosse a nossa paciente , mas ela sorriu ao nos ver e deixou uma embalagem de suco para a criança.

- Dra. Ana Flávia e Camila, eu suponho - nos estendeu a mão cumprimentando- Eu sou a Dra. Mariana, cirurgiã geral. Essa é minha filha, Maria Júlia.

É claro que eu sabia que conhecia ela de algum lugar, era simplesmente uma das melhores cirurgiãs gerais do país. Todos dariam a vida para aprender com ela.

- Boa tarde4, Dra. Mariana. É um prazer te conhecer pessoalmente - respondi - Pois bem, estamos aqui para fazer a avaliação da Maria Júlia, mas precisamos que a senhora nos dê licença, é possível ?

- Claro, claro. Ela não gosta muito de estranhos e costuma ficar agitada, qualquer coisa é só me chamarem, estarei ao lado de fora.

 A mulher sai da sala e nos deixa sozinha com a menina, que não desvia o olhar da boneca em suas mãos.

- Então, você gosta de brincar de bonecas ?

Camila pergunta sentando-se no chão próximo a garota. Me mantenho em pé atrás das duas e começo a fazer as anotações.

- Não, eu detesto bonecas. Mas essa é a única coisa que me deixaram trazer. 

- E do que você gosta de brincar ?

- Eu não gosto de brincar. 

Camila me olha como se pedisse socorro, se levanta devagar para não assustar a paciente e fica em pé ao meu lado. Puxo uma cadeira e me sento.

 - Maria Júlia - a chamo e percebo que ela sequer pretende me responder - Como você gosta de ser chamada ?

- Mj.

-  Certo, Mj. É um nome muito bonito. Você quer me dizer o que gosta de fazer quando está fora daqui? 

Com um meio sorriso, a garota se vira para mim, deixando a boneca de lado. Ela se senta com pernas de índio e levanta a cabeça como se estivesse pensando.

- Gosto de jogar vídeo game. Gosto de brincar de futebol mas eu não gosto de nadar.

- Nadar ? Você faz natação ?

Silêncio.

Suspirei pesado e recomei a abordagem.

(....)

- Então você acha que o caso dela não é psíquico?

- Eu não posso dizer com certeza antes de uma avaliação mais detalhada e aprofundada, mas sim, acho que a questão pode ser outra.

Estamos em minha casa, Gustavo me deu carona depois do expediente. Passamos em uma panificadora e compramos biscoitos e pão para tomarmos café. Era por volta das 17h da tarde, sentados no sofá , discutimos o caso que atendi mais cedo.

- Uau.

- O que foi?

- Você fica muito sexy falando assim....

Ele me beija e sorri durante o ato. É impossível não fazer o mesmo.

- Cala boca, Gustavo.

- Eu só estou sendo realista, gatinha. Tive que me controlar muito durante o dia todo para não te agarrar naqueles corredores.

- Uma pena.

- Uma pena por que?

- Porque você pode me agarrar agora mas está ocupado demais assistindo o filme infantil da sessão da tarde.

- Mas é Vida de Inseto!

Rolei os olhos e ele fez biquinho, puxo seu rosto para perto e beijo seus lábios devagar. Quando tento me afastar ele me segura mais um pouco, aprofundando nosso contato. Logo um simples selinho se transforma em um beijo quente, tudo com Gustavo é quente. Estou deitada com o corpo entre suas pernas, por cima do seu. Suas mãos fazem carinho de baixo para cima em minhas costas enquanto eu seguro seu rosto de maneira firme. 

- Você quer mesmo ver esse filme?

- Que filme?

- Bobo

- Por você? Sempre.

E ali ficamos entre conversas, carícias e beijos até que Gustavo tivesse que voltar para sua casa e sua filha, e mesmo quando fiquei sozinha em meu apartamento, me senti inteira.

                                                                                  (.........)

NOTAS: Estavam saudades? Uma possível volta está chegando

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NOTAS: Estavam saudades? Uma possível volta está chegando...

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