12. Dia dos namorados

3 0 0
                                    

Hermione permaneceu na ala hospitalar várias semanas. Houve uma boataria sobre o seu sumiço quando o resto da escola voltou das férias de Natal, porque naturalmente todos pensaram que ela fora atacada. Foram tantos os alunos que passaram pela ala hospitalar tentando dar uma olhada nela que Madame Pomfrey pegou outra vez as cortinas e pendurou-as em torno da cama da garota, para lhe poupar a vergonha de ser vista com a cara peluda.

Harry e Rony iam visitá-la toda tarde. Quando o novo período letivo começou, eles lhe levavam os deveres de casa do dia. Olivia e Clara iam para lá comente a noite, para que Olivia pudesse evitar ver Harry. Harry até ia atrás dela mas Clara sempre o fazia dar meia volta.

– Se tivessem crescido bigodes de gato em mim, eu teria tirado umas férias dos deveres – disse Rony, certa noite, despejando uma pilha de livros
na mesa de cabeceira de Mione.

– Pare de ser bobo, Rony, tenho que me manter em dia – disse Mione decidida. Seu estado de ânimo melhorara muito desde que todos os pelos
desapareceram do seu rosto, e os olhos estavam voltando lentamente à cor castanha. – Suponho que não encontraram nenhuma pista nova? – acrescentou aos sussurros, de modo que Madame Pomfrey não a escutasse.

– Nada – respondeu Harry, desanimado.

– Eu tinha tanta certeza de que era Draco – disse Rony, pela centésima vez.

– Que é isso? – perguntou Harry, apontando para alguma coisa dourada que aparecia por baixo do travesseiro de Mione.

– É só um cartão desejando que eu fique boa logo – disse Mione depressa, tentando escondê-lo, mas Rony foi mais rápido. Puxou o cartão,
abriu-o e leu em voz alta:

À senhorita Granger desejo uma rápida convalescença, seu professor preocupado Gilderoy Lockhart, Ordem de Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da Liga de Defesa Contra as Artes das Trevas, cinco vezes vencedor do Prêmio do Sorriso Mais Atraente do Semanário dos Bruxos.

Rony olhou para Mione, enojado.

– Você dorme com isso debaixo do travesseiro?
Mas Mione não precisou responder porque Madame Pomfrey apareceu para lhe dar a medicação noturna.

- Harry, conseguiu falar com Olivia? Até tentei perguntar o que pediu mas ela me deixou falando sozinha.

- Ainda não, mas obrigado por tentar.

– O Lockhart é o cara mais populista que você já conheceu ou o quê? – perguntou Rony a Harry ao saírem da enfermaria e começarem a subir a
escada que levava à Torre da Grifinória.

Snape passara tanto dever de casa, que Harry achou que provavelmente estaria na sexta série quando terminasse tudo. Rony estava acabando de comentar que gostaria de ter perguntado a Mione quantos rabos de rato devia usar na Poção de Arrepiar Cabelos quando um vozerio no andar de cima chegou aos ouvidos dos dois.

– É o Filch – murmurou Harry enquanto subiam depressa a escada e paravam, escondidos, apurando os ouvidos.

– Você acha que mais alguém foi atacado? – perguntou Rony tenso.

Os dois ficaram quietos, as cabeças inclinadas na direção da voz de Filch, que parecia um tanto histérica.

– ... sempre mais trabalho para mim! Enxugando o chão a noite inteira, como se já não tivesse o suficiente para fazer! Não, isto é a última gota,
vou procurar o Dumbledore...

Os passos dele cessaram e os meninos ouviram uma porta bater a distância.

Os garotos esticaram as cabeças para espiar mais além do canto. Filch, pelo que viam, estivera em seu posto de vigia habitual: estavam mais uma
vez no local em que Madame Nor-r-ra fora atacada. Viram imediatamente a razão dos gritos de Filch. Uma grande inundação se espalhava por metade do corredor e aparentemente a água ainda não parara de correr por baixo da
porta do banheiro da Murta Que Geme. Quando Filch parou de gritar, eles puderam ouvir os lamentos da Murta ecoando pelas paredes do banheiro.

Olivia Potter e a Câmara Secreta [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora