como é?

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como é se apossar desse ser cabisbaixo e inquieto?

como é transitar pelo corpo que não te pertence?

como é se deliciar com o amargo do meu beijo de cerveja?

como é viciar nessa bagunça que me habita?

como é fantasiar nessas mentiras que eu conto?

como é ser irresponsável a ponto de querer mais?

como é desejar o que não pode ser seu?

como é beber até a última gota e continuar com sede de mim?

como é?

me diga, fala para mim.

como é nos imaginar em situações hipotéticas?

como é sentir meu toque confortável nas suas curvas tão lindas?

como é tecer pela minha pele?

como é se embriagar de mim? viciar em mim?

me diga. como é?

como é se abdicar do sono só por mais uma vez?

como é acordar nos meus braços que te guardam?

como é sentir a frieza do suor causado por você?

como é?

seja sincera, realmente tenho curiosidade.

como é sonhar comigo e acordar decepcionada?

como é cair em exaustão ao meu lado depois de ser amada?

como é?

com calma, me diga como é.

quero saber do seu tudo, do seu nada e do seu talvez.

ninguém sabe o que o calado quer.

então me diga.

me diga como é ser minha, diga.

em alto e bom som, enquanto suspira.

enquanto se derrama.

enquanto se acanha.

enquanto me arranha.

diga.

como é?

como é me ter nas suas linhas, emaranhada nos seus devaneios, imersa no seu peito, abandonada pela sua devoção, impactada com meu descaso, satisfeita com o que te sirvo?

sou um prato cheio.

por isso quero que me diga.

pausadamente.

enquanto a ponta dos meus dedos desenha círculos perfeitos nas suas costas.

me liberte do inferno que é não saber como é!

como é bela...

a sua maneira de não saber que é minha.

de mim, para ti.Onde histórias criam vida. Descubra agora