DIZEM SER impossível vencer a própria morte, mas não somente uma, mas duas Archeron mostraram que sua força supera qualquer obstáculo-até mesmo a própria morte. Maeve ainda era muito nova quando de costume saiu para ajudar a irmã mais velha na caça...
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O CORPO DE Maeve era puxado para baixo, seu vestido pesava em suas pernas. Ainda via a luz do sol brilhante, mesmo com tanta água ao seu redor. No começo ela se debateu, não entendia como poderia ter sido tão ingênua em tentar pegar um fruto maduro em um galho sobre o lago, Feyre havia avisado, mandou que não fizesse, o galho não a aguentaria, mas a teimosia vinha de berço, e Maeve decidiu não ouvir os conselhos da irmã mais velha.
A água começava a invadir seu corpo sem consentimento, tudo ardia, lutar não era mais uma opção, e Maeve havia entendido que era seu fim. Sua vida não passou pelo seus olhos, ela não teve arrependimentos, mas imaginava Nestha gritando em casa em como Feyre havia deixado isso acontecer enquanto Elain chorava baixo, também via Feyre contendo soluços durante a noite... Sua morte seria sentida, mas ela não conseguia lutar contra o peso da água.
Ela esticou sua mão em direção a claridade do sol, como se aquilo fosse o suficiente para sair dali. Em tentativas falhas de respiração, a água ardia em sua garganta, descendo aos pulmões, seu corpo teve espasmos, ele rejeitava a água. Fadiga era a única coisa que Maeve Archeron sentia, queria descansar—mas não eternamente. O desespero tornou-se cansaço, e foi nesse momento que a caçula teve certeza que seria seu fim, deixaria uma família para trás, um futuro que poderia ser dois extremos—brilhante ou odioso, mas ela não descobriria.
— Ainda nãoé sua hora, criança!— A voz parecia abafada, Maeve não tinha forças para olhar ao redor.— Vai mesmo deixar-me te levar sem ao menos lutar?
Em um súbito desconhecido de força, Maeve agarrou o tecido da saia comprida e pesada, arrancando-a sem pensar duas vezes, com muito esforço começou a mexer as pernas e braços dormentes histericamente, mas mesmo com tamanha tentativa, seu corpo parecia não sair do lugar. De longe e de forma abafada conseguia escutar sua irmã mais velha gritando seu nome em puro desespero.
— Parece que nãoé forte o suficiente!— A mesma voz parecia caçoar da mesma, trazendo ódio a seu peito.
Maeve parou de se mover, seu corpo tornou-se imóvel e duro, não lutava mais, não buscava por ar, estava morta. Sentiu em suas costas mãos esqueléticas tocarem, a impulsionando para cima, como se somente quisesse erguer um troféu, mostrando a Feyre o corpo sem vida. A irmã mais velha caiu de joelhos quando o corpo emergiu, pálido e imóvel. Maeve ainda sentia as mãos em suas costas, e a risada grotesca que invadia sua mente, seja lá o que for, estava orgulhoso de te-lá matado—a criatura acreditava que havia ganhado.
