2100: Futuro Perdido

Prólogo

"Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus."
— Albert Einstein

        Nós não travamos batalhas com pedras e paus, mas esses foram os únicos recursos que restaram.

        Creio que seja prudente retroceder até 2050, o ano que desencadeou a terceira guerra mundial. O motivo? A escassez de água doce adequada para consumo. Com o aumento das emissões de gases poluentes, o efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global, as geleiras derreteram por completo, inundando cidades e devastando a economia. Os países passaram a disputar o acesso à água doce, vital para sustentar suas economias.

        Um ano após a grande inundação que devastou cidades, o mundo começou a se adaptar a uma nova realidade. Alguns países adotaram a destilação da água como prática, porém, devido ao seu alto custo, apenas as grandes potências foram capazes de implementá-la. Essas nações subjulgaram os países menos desenvolvidos, confiscando sua água doce e mergulhando-os na miséria.

        Diante desse cenário, os países iniciaram uma corrida armamentista e investiram em tecnologias de guerra inovadoras. A bomba explodiu em 2998, quando essa corrida se transformou em conflito armado. Máquinas e humanos lutavam ferozmente após a descoberta de uma grande fonte de água potável. Robôs dominavam as ruas, eliminando impiedosamente qualquer resistência. A ONU foi desmantelada, os direitos humanos foram ignorados, e o mundo mergulhou no caos.

        Como se não bastasse, um grupo terrorista desenvolveu uma arma biológica, inicialmente testada em segredo em animais. Após a disseminação desse vírus pelo mundo, milhares de pessoas e plantações foram contaminadas, resultando em uma escassez ainda maior de alimentos. Os Estados Unidos, ao descobrirem, lançaram a B61-13, a bomba mais poderosa da história, dizimando quase toda a Ásia.

        Agora, sem ninguém para controlar os animais mutantes, eles se soltaram e começaram a se alimentar dos destroços. A disseminação de material radioativo acelerou ainda mais suas mutações, tornando-os uma ameaça global.

        Com ninguém para monitorar as máquinas, a inteligência artificial assumiu o controle, caçando e eliminando qualquer forma de vida.

        Em 2100, estamos lutando pela sobrevivência em meio a um apocalipse contra um vírus letal, animais e humanos mutantes, e robôs. Somos os últimos remanescentes da humanidade, e cada decisão que tomamos é crucial para o nosso futuro. Aqui, apenas os mais fortes sobrevivem. Somos a última esperança da humanidade à beira da extinção.