Quase morto

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“Se existisse um paraíso em algum momento. Eu tive isso, quase”.

Repeat Until Death
Novo amor

~ Escutem essa música acima lendo o capítulo ~

Natasit

— Nat!

Gritos ecoavam em meus ouvidos quando tento acordar do meu pesadelo. Havia uma aflição em meu peito que eu tentava tirar, mas ver o Max na maca, tendo hemorragia, me fez sentir uma tristeza tão grande.

Principalmente quando ele me olha com seus olhos fracos e boca pálida. Com custo, ele conseguiu soltar as palavras silenciosas, que entendi cada uma delas.

“Saia, pequeno Nat”.

E então tudo se torna mais nítido. Eu acabei de ter realmente uma lembrança que também é um pesadelo. A pessoa me carregava e corria apressado. Meu corpo estava doendo para caralho. Meu peito doía muito, faltava ar para mim.

Levei um tempo para perceber que aqueles braços fortes eram do Max. Ele voltou? É um sonho? Eu estava tão confuso. O que estava acontecendo?

Eu sentia tremores leves e um suor frio. Tentei dizer algo, mas não consegui. Não tinha forças. Ouvi mais gritos de vozes. O James e Max estavam discutindo que eu não respondia. Nunew gritava que eu abria os olhos e fechava.

Oh porra, eu estava tendo parada cardiorrespiratória.

— Nu… — Tentei três vezes.

— Ele falou algo! — O desespero de  Nunew estava totalmente visível, embora não conseguia ver, porque estava doendo muito e minha visão estava turva. Eu estava tonto.

— Ele não falou, porra. — O que?! Falei, Max. Falei. — Afasta, porra! Vou levar para o carro. — Acho que Nunew tentou se aproximar e Max não deixou.

— Max, você é um filho da puta! Ele falou sim, e quem você acha que é?! Você pode mandar nessas porras aqui, mas em mim, você não manda. Coloca ele no chão!

— Vai se—

— COLOCA NO CHÃO! OU VOU QUEBRAR A SUA CARA, VOU CHAMAR A POLÍCIA! VOCÊ QUER MATAR O NAT, SEU MONTE DE MERDA?!

Essa é a pior sensação do mundo. É assim que era para ser, é assim que tem que ser. Eu estava pronto para morrer agora. Havia um peso no meu peito que me esmagava. É assim que meus ex-futuros pacientes se sentirão?

Por que não poderia ter morrido de tiro? A dor acabava de uma vez.

— Nat, o que precisa?

Parada cardiorrespiratória! Parada cardiorrespiratória! Me salva! Por favor! Me salva, Nunew! Por favor!

A minha voz não saiu. Minha visão ficou ainda mais turva. Para onde eu iria?! Passei a ouvir uma batida de tambor. O céu tem tambor.

Eu estava chapado? Concentrei mais um pouco e me dei conta que aquelas batidas de tambor são batimentos cardíacos. Meus.

— Ele voltou! — Com aquelas palavras, me sinto vivo. O grito animado de James me deixou empolgado. Estão me salvando. — Continua, Max! Continua! Você não pode parar.

Max fazia RCP em mim. Tentava fazer meu coração bombear sangue novamente. Não sei quanto tempo passou, mas ouvi uma sirene. E tudo ficou silencioso quando as gotas caem no meu pescoço. Numa visão melhor, mas embaçada, vi o Max em cima de mim e seus olhos estavam bem vermelhos.

Conquista Perigosa +18Onde histórias criam vida. Descubra agora