Pistas

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“Dormir em paz quando o dia se acaba, é isso que eu quero dizer”

Feeling Good
Michael Bublé

Max

Eu estava extremamente irritado. Eu poderia quebrar qualquer coisa que poderia estar na minha frente.

Quando James passou o seu celular para mim, soube que Nat fez alguma merda. Tampei o alto falante do smartphone e cheguei perto dos ouvidos de James.

— Se for algo grave, eu te mato. — James concordou rapidamente engolindo em seco. O seu olhar estava cheio de medo. — Me passe o endereço do amigo Nu.

Me levantei assim que a mensagem de James chegou no meu celular. Chutei de leve o Zee debaixo da mesa.

— Posso ir? — James perguntou.

— Não. — Respondi sem olhá-lo. — Se o peregrino perguntar, diga a ele que estou com o Nat. Pense em algo, tenho certeza que a sua cachola tem algum neurônio sobrando para consertar essa merda.

Durante o trajeto até a casa do amigo de Nat, sinto estar sendo observado pelo Zee. Bufo irritado e encaro o lobo quando paro em um semáforo.

— Você conhece o Nat, tigre. Ele é teimoso, fará coisas sem autorização de ninguém. O garoto com dezoito anos chegou em casa com tatuagem no pescoço.

Revirei os olhos, apertando mais o volante. Zee sempre defendia o James. Sempre. Era até irritante.

— Você está pegando o James também, porra? Toda hora defende o James. Que saco!

— Mas eu estou dizendo a verdade, bro! E eu não defendo o tempo inteiro, às vezes dou um toque no James. Mas sejamos sinceros, tigre, Nat não é santo. Tem hora que dá vontade de bater nele quando é teimoso.

Respirei fundo.

Eu estava tão puto com essa porra que liguei o rádio para que eu não cometesse um erro.

Soltei uma risada forçada não acreditando na música que tocava na rádio. Michael Bublé deu às caras com a sua bela música Feeling Good. Mas porra, eu não estava me sentindo nada bem.

Quando mirei para o Zee, este também estava rindo. Mas ao contrário de mim, era espontâneo. E isso foi o primeiro sinal que já estava tudo bem entre nós.

A nossa amizade funcionava assim. Trocando farpas, mas um ajudando o outro.

— Lobo.

— Sim? — Murmurou tateando o bolso da calça à procura do seu isqueiro.

— Se eu te ouvir outra vez sobre você querer bater no Nat, arranco a sua língua.

Zee estreitou os olhos para mim e concordou. Sua expressão dizia que não gostou de ouvir aquilo, embora tivesse um sorriso debochado. 

— E você diz que é meu amigo.

— Eu sou seu amigo. Mas existem limites e Nat é meu limite. Nat é meu colapso. Meu purgatório.

Porque Nat pode me levar ao céu e ao inferno ao mesmo tempo. E é esquisito saber que eu faria qualquer coisa por ele.

Eu aceitaria ser qualquer coisa para o Nat.

E ser sincero com Zee é a melhor escolha que eu podia fazer, porque eu poderia evitar certos problemas. Eu realmente arrancaria a sua língua se falasse algo do tipo de novo.

— Que merda, não posso estar caidinho como você está por esse garoto. Seus neurônios estão sendo destruídos um a um.

É verdade. Não penso muito bem quando se trata de Nat. Ele me faz ser impulsivo e ter emoções que só ele consegue tirar dentro de mim. E nem éramos tão próximos assim.

Conquista Perigosa +18Onde histórias criam vida. Descubra agora