Está tudo bem

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Era de manhã finalmente, e a luz do sol entrava pelas janelas do quarto, ainda sentado, Crowley observava Aziraphele levemente abrir os olhos, parecendo um pouco melhor. Aziraphele o olhou com os olhos semi-abertos, e deu um leve sorriso.
Crowley apenas conseguiu retribuir o sorriso, e sentiu levemente seu coração pulsar um pouco mais forte, e seu peito esquentar um pouco. Seu anjo estava melhor... Que bom.
Sem palavras ou algo do tipo, ele insinuou para a porta, e de lá, Muriel entrou no quarto, um pouco atordoado, mas abriu um grande sorriso ao ver Aziraphele. Ela devagar sem movimentos bruscos apenas se ajoelhou na frente da cama, e olhou fixamente Aziraphele, que retribuiu o olhar.
- Senhor Fell, o senhor está melhor?? - Ela perguntou genuinamente.
- muito melhor, obrigada por checar.
- oh isso é tão bom! E-eu vou fazer um chá para você senhor Fell! - Muriel saiu do quarto saltitante.
- ela gosta de você anjo. - Crowley sorriu.
- Ela é uma boa menina. - Aziraphele levantou-se levemente, se sentando na cama.
- Se sente melhor mesmo? Como suas costas estão?
- Acho que elas receberam o tratamento apropriado. Obrigada Querido, eu não sei como lhe agradecer. - Aziraphele sorriu.
- Você não precisa anjo. - Crowley disse, mas sabia que tinha milhões de coisas que ele desejava de seu anjo.
- Não mesmo?
- Não mesmo.
Aziraphele suspirou fundo ainda com o sorriso no rosto, e levemente se aproximou de Crowley, ainda sentado na beira da cama. Crowley em nenhum momento recuou ou fez algum movimento bruto. Se apoiando nos joelhos de Crowley com as mãos, desfez o espaço que separava os dois, o dando um leve selinho.
Crowley se segurava bruscamente para não o agarrar e o beijar ferozmente, mas algo que ele sabia, era que qualquer movimento bruscos que fizesse, Aziraphele desmontaria. Então só aceitou o selinho um tanto demorado do companheiro.
- Obrigada Crowley. - Aziraphele sorriu mais ainda, sentindo suas bochechas ficarem quentes, enquanto Crowley também sorria, mas tinha seu rosto avermelhado.  
- Eu que agradeço, anjo...
Aziraphele olhou para o lado e logo voltou a olhar para Crowley novamente.
- Acho que eu quero comer algo... Você... Poderia comprar algo para mim? - Aziraphele perguntou inocentemente, com aquela cara, aquela que Crowley simplesmente não havia dominado a técnica de ir contra. Ele mimava muito seu anjo, mas se não o mimasse, quem iria?
 
-  Dês de que você não queira besteira, eu acho que posso - Crowley sorriu
- oh... Eu, hehe, só queria alguns crepes, você sabe, faz um tempo que e-eu não como um - Aziraphele riu um pouco sem graça
- Anjo, são oito da manhã, você não pode comer doce tão cedo, vou te comprar alguns pãezinhos de café da manhã, e vou pensar em te comprar crepes mais tarde.
- Pãezinhos, pelo amor - Aziraphele fez um falso biquinho bravo.
- Para de drama vai, relaxa, eu te compro mais tarde. Eu já volto. - Ele iria se levantar, porém, lembrou-se do aparente medo de Aziraphele em ficar sozinho. - Eh, você vai ficar bem sozinho? - Crowley perguntou
Aziraphele apenas o olhou e acenou positivamente, dando um sorriso.
Crowley apenas voltou a sorrir, sentindo seu humor melhorar mais um pouquinho.
O demônio saiu da livraria, avisando a Muriel para se apresar, pois Aziraphele provavelmente também estava com saudades de um bom chá de manhãzinha.

Crowley iria ir de carro, mas a padaria que Aziraphele gostava não era tão longe, então ele apenas foi de pé, caminhando calmamente pela rua, mas ainda sim pensativo. Ele sabia que Aziraphele não estava mentindo, ele o ensinou a mentir, então ele sabia quando o mesmo estava ou não mentindo, mas Crowley ainda sim estava preocupado, tanto com si mesmo, tanto com seu anjo. E se alguém fosse atrás deles dois? Pior, se eles fossem atrás só de Aziraphele? Crowley já estava acostumado a salvar Aziraphele, porém, era algo novo ter que o proteger do céu.
Seu mau humor voltou de novo ao lembrar das prováveis coisas que poderiam ter acontecido com Aziraphele, ele estava muito assustado, qualquer movimento brusco ou até mesmo toque ele dava um leve pulinho de susto, coisa que antes ele não fazia. Crowley realmente não queria pensar que Aziraphele além de ter suas asas arrancadas havia também sofrido por outras coisas. Crowley frangiu a testa, ele estava com raiva e angústia, ele só queria subir no céu, e arrancar as asas de todos os anjos que pelo menos pensaram em tocar em Aziraphele. Ele arrebentaria a cara de metratom se soubesse que Aziraphele passaria por tal coisa.
O demônio abriu a porta da padaria com força, caminhando pesadamente até o balcão, provocando alguns olhares de medo. A atendente se encolheu ao ver o rapaz ruivo em sua frente, obviamente de mau humor.
- bom dia senh-
-  Eu quero três pãezinhos de doce de côco, e dois de mel, por favor. - O ruivo disse seco.
- C-claro. - a atendente apenas obedeceu sem mais nem menos, pegou os pãezinhos, e entregou para Crowley, que apenas tacou uma parte do dinheiro no balcão.
- Pode ficar com o troco. - Crowley disse saindo da loja.

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