Um dia cheio tédio

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Quatro dias haviam se passado agora, e a ansiedade de Aziraphele atacou. Era incrivelmente chato passar todos os dias no quarto, sem nem ao menos poder descer para pegar alguns livros ou fazer uma receita qualquer por pura vontade e tédio.
Para terem uma melhor noção, Aziraphele não podia nem ao menos tomar um banho refrescante de banheira, tudo por que Crowley não o deixaria sozinho em um cômodo um tanto apertado. Mas na cabeça de Aziraphele, quem diabos iria pegar o mesmo no banheiro? Isso é tão ridículo na cabeça dele.
O anjo queria mais do que qualquer coisa voltar a trabalhar lá embaixo, poder escutar as suas músicas clássicas e relaxantes, poder organizar os livros de novo e de novo, poder tirar a poeira deles e fazer suas queridas anotações. Mas ele não podia, não agora. Crowley havia se tornado muito mais protetor depois do acontecimento do sonho, então era meio difícil até mesmo o convencer de deixar o quarto quando Aziraphele quisesse trocar de roupa ou algo do tipo.

Aziraphele suspirou enquanto observava a rua pela janela do quarto. Observou nina e Maggie conversando em frente a cafeteria. Elas não haviam mudado nadinha, estavam iguais ao dia que Aziraphele foi embora.
Ele em um estalar de dedos, fez as duas olharem para a sua janela, logo em seguida acenando para as duas. Maggie sorriu feliz ao perceber a presença de Aziraphele de volta a livraria, já Nina acenou totalmente confusa. Aziraphele sorriu novamente e saiu da janela, se sentando na cama fofinha de seu quarto. Olhou ao redor do quarto, e parou o olhar em uma montanha de livros em um canto, já havia lido todos.

- oh céus. - Aziraphele se jogou para trás caindo na cama, a bagunçando um pouco - Eu nunca pensei que ficaria enjoado do meu próprio quarto. - ele bufou zangado - Eu quero sair~~~ - chorou manhoso.

A porta foi aberta. Aziraphele olhou preguiçosamente para o ruiva que o olhava sem dizer nada.

- Falando sozinho anjo? - Crowley sorriu debochando do anjo.
- É, e isso é super engraçado para você, não é? Sua serpente velha.
- Se isso foi na intenção de me ofender, saiba que não funcionou.
Aziraphele bufou mais uma vez, se sentindo mais mal humorado.
- Vamos lá, aqui nem é tão ruim anjo. - Sorriu Crowley se encostando na parede para observar a birra do anjo.
Sem respostas.
- Anjo? - Aziraphele virou para Crowley - Ahh, fale comigo meu anjo. - ele sorriu um tanto satisfeito.
Era tão satisfatório ver o anjo bravinho.
- Tudo bem, já que você não irá me responder, eu estou indo, eu preciso sair rapidinho, mas antes, eu até iria ficar um pouco com você... Porém você tá bravo comigo - Crowley estendeu a frase "comigo".
- Eu não quero a sua presença! Pode ir, eu não ligo. - Ele virou a cabeça para Crowley, dando um olhar de raiva e mima.
- Se você diz! - Crowley o mandou um beijo e saiu do quarto, deixando Aziraphele sozinho.
- ótimo namorado você... - Aziraphele disse.

Por mais que Aziraphele não soubesse, Crowley havia escutado, e dado uma pequena risada envergonhado.
Então eles estavam namorando? Tão cedo assim? Anjo ansioso. Crowley pensou.

Aziraphele bufou de novo, totalmente entediado. Em meio a pensamentos depressivos, Aziraphele teve uma ideia.
Olhou novamente para fora da janela, vendo o Bentley preto sair da rua.
- huhuhu~ você não precisa saber que eu saí não é querido? - Aziraphele sorriu travesso. Correu animado para a porta, abrindo a mesma animadamente, porém logo se deparou com Muriel na frente da porta.
- Oioi! Será que você poderia sair da frente? Vou dar uma olhadinha lá embaixo! - Aziraphele sorriu.
- Não poderia senhor Fell, Crowley me deu ordens para não te deixar sair.
- Não me deixar sair!? Ah vamos lá! Eu consigo me proteger.
- Senhor Crowley disse que o senhor não consegue se proteger nem de uma pequena abelha, então eu irei proteger o senhor por ele!
- Você que não consegue se proteger de uma abelha, Muriel! - Aziraphele disse frustrado.

Os dois ficaram se olhando.

- olha Muriel, essa é a minha livraria, e vocês está morando aqui agora, ela é minha! E estando sob do meu teto, você precisa obedecer as minhas ordens! - Aziraphele a olhou com autoridade.
- Uma vez Nina me disse que só posso obedecer meus pais.
- E você tem pais? - Aziraphele perguntou
- Não... Bom, eu tenho Deus como pai!
- eu também... Mas ainda sim, você mora aqui, e precisa me obedecer.
- Você não é meu pai para eu obedecer. Perdão senhor Fell.
- O Crowley também não é.
Muriel o olhou surpresa.
- oh... Verdade! Mas... ele age às vezes como um pai para mim.
Aziraphele suspirou.
- Tudo bem pequena, eu fico... - Aziraphele sorriu derrotado e acariciou os cabelos de Muriel, voltando para o quarto e fechando a porta.
Voltou se para cama, e se jogou nela, de costas.
- Aiai! - Aziraphele levantou-se instantaneamente por ter se jogado em cima de um livro, ele provavelmente machucou mais suas feridas. - Urgh... - resmungou quando passou a mão no local e sentiu molhado, indicando que ele havia ferido mais o local, e que provavelmente estava sangrando, de novo...

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