Pedra do Dragão
Eu vi Pedra do Dragão se erguer no horizonte, como uma sombra negra sobre o mar. Era a minha casa, o lugar onde eu nasci e cresci, o lugar onde eu vi Arrax eclodir pela primeira vez, o lugar onde eu deixei a minha mãe e os meus irmãos. Eu senti um misto de emoções ao me aproximar da ilha vulcânica: saudade, nostalgia, tristeza, raiva, medo. Saudade, porque eu não via Pedra do Dragão há anos, desde que fui enviado para a Patrulha como um exilado.
Nostalgia, porque eu me lembrei dos tempos felizes que eu passei ali, brincando com Jace e Joff, aprendendo com meu pai, sonhando com o futuro. Tristeza, porque eu sabia que muitas coisas tinham mudado, que meus irmãos cresceram e nasceram, que muitas lembranças eu tinha perdido. Raiva, porque eu culpava o meu tio Alicent por tudo isso, por ter me tirado de minha família. Medo, porque eu não sabia o que me esperava aqui, e nem o futuro longe daqui.
Pousamos na praia, eu desci de Seasmoke e subi a escadaria de pedra, que parecia mais longa e íngreme do que eu me lembrava. Eu vi as gárgulas e os dragões esculpidos nas muralhas, que pareciam mais sombrios e ameaçadores do que eu me lembrava. Olhei ao redor e vi as nuvens acima do monte dragão, e senti o cheio do sal e da maresia que vinha ainda mais intensos aqui do que em Porto Real. Eu estava em casa.
"Eu senti falta disso." – Eu disse, meus olhos marejados.
"E nós sentimos sua falta, todos os dias." – Minha mãe disse, sua mão segurando a minha.
Continuamos subindo a escadaria, e fomos recebidos pelos soldados da casa além de dois membros da guarda real que estavam protegendo minha mãe. Eu entrei no castelo e caminhei pelos corredores, que pareciam mais frios e vazios do que eu me lembrava. Eu estava ansioso para ver o meu irmão Jace novamente. Eu sentia falta de Jace, do seu sorriso, da sua coragem, do seu bom humor. Ele era o meu melhor amigo, o meu herói, o Príncipe que eu queria ser quando era menor.
É claro que Jacaerys e Baela estavam nos aguardando com Joffrey que parecia maior do que dá última vez que eu o vi, e os meus irmãos mais novos, Aegon e Viserys.
Ele me viu e abriu os braços, chamando o meu nome.
"Luke! Luke! Venha cá, meu irmão!" – Ele bradou alegremente.
Eu não hesitei. Eu corri até ele e o abracei com força, sentindo o seu calor, o seu cheiro, o seu coração. Ele me apertou contra o seu peito, beijando o meu cabelo, sussurrando no meu ouvido.
"Luke, meu Luke. Como eu senti a sua falta. Como você está?" – Jacaerys perguntou.
Ele estava tão forte que me tirou do chão ao me abraçar. Nós rimos sem parar. Eu estava tão feliz por vê-lo.
"Eu estou bem! Pelos deuses – Eu disse o olhando impressionado – Você está enorme a cada dia!" - Exclamei.
"O que você fez no seu cabelo?" – Baela parecia ainda maior e mais bela.
"Uma aventura que eu tive com seu irmão. . ." – Eu disse, soando envergonhado, mas divertido. Eu a abracei e nem notei quando Jacaerys ficou sério.
"Como assim?" – Jacaerys perguntou.
"Depois explicamos isso." – Meu pai interveio.
Foi então que eu vi Joffrey, ele estava acuado, talvez um pouco envergonhado por se a primeira vez que ele me ver. Ao seu lado, estavam Aegon e Viserys, agarrados em sua perna. Eu olhei para eles e dei um pequeno sorriso.
"Eu não ganho um abraço de vocês?" – Perguntei com um meio sorriso.
Joffrey foi o primeiro a se mexer, ele veio até mim seguido por seus fiéis seguidores, Aegon e Viserys. Eu abracei e foi como se o amor que eu tinha quando o vi pela primeira vez tivesse reacendido.
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O Príncipe Exilado
FantasíaApós arrancar o olho do meu tio, eu sabia que nada seria como antes. Eu estava vivendo uma nova tragédia nesse momento. A minha tragédia pessoal. Minha vida mudaria para sempre nesse momento.